quarta-feira, 24 de novembro de 2021

QUANDO AS JORNADAS ÉPICAS DE JUNHO DE 2013 SACUDIAM BELO HORIZONTE, DILMA ENTROU NA BRIGA. AO LADO DA REPRESSÃO!

david emanuel coelho
DILMA – A FARSA
Como ela nada resolveu, e graças aos seus desatinos, a pergunta ficou para o Temer e o Bozo.
No dia 13 de junho de 2013, o Brasil sofreu um abalo do qual não se recuperou mais. Uma passeata comandada pelo Movimento pelo Passe Livre de São Paulo, protestando contra o aumento do valor da tarifa de transporte coletivo na cidade, foi barbaramente reprimida pela PM, com o apoio e incentivo da mídia, do governador Geraldo Alckimin e do prefeito Fernando Haddad. 

Impossível não indignar-se diante daquelas cenas dignas de ditaduras que eram exibidas pela TV e pela internet. A reação foi imediata: milhões de pessoas se mobilizaram Brasil afora para protestar contra a violência policial e logo o movimento alcançou o país inteiro, coincidindo com a disputa da Copa das Confederações, torneio caça-níqueis da Fifa. 

Em Belo Horizonte, as manifestações só foram acontecer quatro dias depois, na primeira partida do grupo B do dito torneio, um jogo sem valor nenhum entre Taiti e Nigéria. 

Lembro-me de que fui ao médico na parte da manhã, pois estava com o ouvido obstruído e precisava de uma receita. Já tinha me recuperado ao meio-dia quando, junto a outros milhares de jovens, me concentrei na Praça 7, tradicional ponto de manifestações políticas da cidade. 
As jornadas de junho de 2013 são até hoje odiadas e vilipendiadas pelo lulopetismo
Havia os costumeiros militantes políticos, mas estes estavam em minoria. A imensa maioria era de jovens comuns, trabalhadores que tinham escapado dos seus empregos, estudantes que cabulavam as aulas e agora ali se concentravam para marchar rumo ao
Mineirão (onde iria se realizar a partida). 

O clima era agressivo contra a presença de partidos políticos, fossem quais fossem. Muitos diriam ser a despolitização já se manifestando, mas eu via ali apenas o ódio ao sistema político tradicional, ódio que, infelizmente, nos levaria a Bolsonaro, o pseudo-outsider

Quem conhece Belo Horizonte, terá ideia razoável da distância entre a Praça 7 e o Mineirão. São pelo menos 12 km entre os dois pontos. Pois o povaréu marchou tudo isso empunhando cartazes, com todo tipo de mensagem. 

Era uma manifestação autenticamente popular, majoritariamente formada por estudantes pobres, negros e mulheres com crianças. À frente, os alunos da UFMG iam abrindo o caminho. Ao contrário de manifestações vindouras, não se notava a presença da classe média alta e rica.  

Força Nacional diante da UFMG, a mando de Dilma
Já na primeira barreira da Tropa de Choque, próxima ao viaduto São Francisco, a tensão podia ser sentida na face enrijecida do comandante da tropa. Ouvindo a transmissão da rádio, estimava-se em pelo menos 20 mil pessoas nas ruas  uma manifestação histórica, dizia a repórter. Eu contava muito mais que isso.

Após negociação, a manifestação pôde seguir caminho, mas não demorou muito para ser detida e começar a violência. Em frente à UFMG, bombas e tiros começaram a ser lançados. Corre-corre, vidraças depredadas.
 
Parte dos manifestantes tentou abrigar-se no campus universitário, mas eles foram surpreendidos pela ação de seguranças. 

A confusão e o caos em BH apenas mimetizava o que acontecia ao redor do país. Logo, Dilma Rousseff, então presidente, tomou uma decisão: enviar tropas da Força Nacional e do Exército para ajudar na repressão aos manifestantes. 

Isto seria por mim constatado na jornada subsequente, de 22 de junho. Certamente, a maior manifestação da história de Belo Horizonte, mais de meio milhão de pessoas foram às ruas. 

Novamente, o confronto foi inevitável. Concessionárias de carros e lojas ao longo da Avenida Antônio Carlos foram incendiadas, mas a grande surpresa seria a ação da Força Nacional e do Exército. 

Camuflada na mata da UFMG, a Força Nacional atacou de surpresa os manifestantes. Algo tão grave que o então reitor, Clélio Campolina, por pouco não pediu demissão de seu cargo, tamanha foi a pressão sobre ele após o ocorrido. 
Soldados ocupando a UFMG em junho de 2013
Como resultado, os estudantes ocuparam a sede da reitoria por meses e, para o ano seguinte, o Conselho foi obrigado a aprovar uma resolução proibindo o uso do espaço do Campus para a permanência ou movimentação de forças de segurança. 

Naquela noite, os confrontos se espalharam por inúmeros pontos da cidade, mesmo nas regiões mais afastadas. A Força Nacional e o Exército desfilavam pelas ruas, intimidantes. 

Destas lembranças das épicas jornadas de junho de 2013, odiadas e vilipendiadas pelo lulopetismo, sempre ressalto o papel patético e repressivo de Dilma. Sua atuação no momento foi a de se compor com as forças reacionárias, propor ações inócuas – como a reforma política, jamais concretizar – e ampliar a ação repressiva. Atuou como uma verdadeira De Gaulle de baixo orçamento. 

Hoje, quando tentam reabilitar tal figura nefasta da história brasileira, é preciso relembrar sempre que a verdadeira Dilma Rousseff foi um desastre em tudo, mas também foi uma aliada das forças reacionárias, ajudando decisivamente a derrotar o maior movimento insurrecional da história brasileira. (por David Emanuel Coelho)
As manifestações que abalaram o país, em canção do Dalton Rosado
(música) e Celso Lungaretti (letra), interpretada pelo Gomes Brasil.

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