Alegam a flagrante ilegalidade do ato, em conflito claro com o código de ética da alta administração pública. É digna de dó essa crença na legalidade burguesa.
Ter contas em paraísos fiscais é, para os burgueses do mundo, algo como a respiração para os seres humanos comuns. A burguesia só tem pátria quando é preciso apropriar-se de recursos públicos ou evitar a sublevação revolucionária; no resto do tempo. seu único patriotismo é o cifrão.
No entanto, o fato de um ministro da economia não manter os recursos pessoais no seu próprio país já é um fato desabonador por si mesmo. Demonstra falta de confiança em seu próprio trabalho e descaso com o país para o qual trabalha. Nada inesperado para alguém que ocupa um cargo público apenas para ter benefícios privados.
Mas, não se pode esperar qualquer punição a Guedes quando existe um presidente com crimes muito piores. O que é ter contas em paraísos fiscais diante do genocídio de milhares – possivelmente milhões – de brasileiros?
De modo escancarado, as leis da república burguesa estão apodrecidas em nível jamais visto. Antes, ao menos, tentava-se guardar as aparências, mas hoje até isto foi mandado às favas. A ilegalidade é aceita abertamente, sem pudores e até mesmo defendida com brio.
E isto não é algo apenas circunscrito à periferia do capitalismo, como era a lógica das repúblicas das bananas. O caso de Donald Trump atesta o quanto se alastrou a podridão do regime burguês, alcançando até mesmo o coração do capitalismo.
Longe de serem excentricidades, Bolsonaro e Trump são sintomas de uma crise profunda no regime burguês; crise, inclusive, capaz de fazer da legalidade republicana letra morta.
Neste contexto, portanto, não é de se estranhar que Paulo Guedes possa agir de modo inescrupuloso, como se nada estivesse acontecendo. A moralidade é letra morta nesta fase de podridão capitalista. (por David Emanuel Coelho)
Um comentário:
Se é tarde, me perdoa...Vejamos só: o Paulo Guedes (+mulher e filha) tem conta 'familiar' em uma 'offwhore' nas - vejamos só - nas Ilhas Virgens. O sábio José Simão diz, sempre, que o Brazil é o país da piada pronta
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