Arroubos e ultimatos não trarão o crescimento econômico, a bonança orçamentária, as chuvas, a harmonia entre os Poderes e o extermínio do vírus.
Nesta sexta-feira (3), alheio à realidade que engolfa o seu mandato, Bolsonaro foi à Bahia para assinar o contrato de concessão do trecho de uma ferrovia entre as cidades de Ilhéus e Caetité. Ao discursar, não disse uma palavra sobre os trilhos. Falou sobre o 7 de setembro, sua obsessão. Expressou-se como se desejasse descarrilar as relações institucionais entre o Executivo e o Judiciário.
Bolsonaro referiu-se às manifestações de rua que convocou para o Dia da Independência como um ultimato do povo para uma ou duas pessoas do Supremo Tribunal Federal. Os dois desafetos do presidente, como se sabe, são os ministros Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso, que integram também o Tribunal Superior Eleitoral.
O capitão reiterou que não precisa sair das quatro linhas da Constituição. Mas avisou que sabe jogar à margem do campo constitucional. Se alguém quiser jogar fora dessas quatro linhas nós mostraremos que poderemos fazer também valer a vontade e a força do povo. Seus devotos entoaram o coro de sempre: "Eu autorizo".
Na véspera, Bolsonaro dissera que o país está em paz e que ninguém precisa temer o 7 de setembro. Considerando-se a retomada do timbre bélico, o presidente não falava sério quando soou pacífico.
Os dicionários ensinam que ultimato é a palavra que se usa quando, numa guerra, o chefe militar exige a rendição do inimigo, sob a ameaça de obtê-la por meios mais violentos. Bolsonaro disse que não critica instituições ou poderes. Acha que está guerreando com duas pessoas. Engano.
O TSE e o Supremo avalizam Moraes e Barroso. Bolsonaro já responde a sete processos –quatro na Suprema Corte, três na Justiça Eleitoral. O presidente da Câmara, Arthur Lira, articulou para que os deputados enterrassem a proposta de voto impresso. O mandachuva do Senado, Rodrigo Pacheco, arquivou seu pedido de impeachment contra Alexandre de Moraes.
Bolsonaro está mais isolado do que imagina. Em declínio nas pesquisas, confunde os devotos do cercadinho com o povo. A maioria dos brasileiros não quer fazer manifestação. Prefere fazer a barba –ou a maquiagem– antes de sair para o trabalho. Prefere fazer entrevistas de emprego.
No dia 8 de setembro, a conjuntura continuará cobrando de Bolsonaro uma definição. Ele precisa decidir se deseja presidir o Brasil ou tocar fogo no circo. Em 2022, o brasileiro, já bem chamuscado, irá às urnas para escolher um presidente, não um piromaníaco. (por Josias de Souza)
TOQUE DO EDITOR – Lamento amargamente cada segundo perdido com as fantasias insanas do Bozo, que não são nem nunca foram para ser levadas a sério.
Como ele não passa de um arremedo de Hitler, em seus delírios de um anormal todos tremem e recuam diante dos seus blefes canhestros.
Na vida real, contudo, acontece exatamente o contrário, pois eles só servem para reforçar a convicção generalizada de que o ocupante do Palácio do Planalto deveria estar é num hospício.
Tão desnorteado anda o genocida que até o significado das palavras esqueceu: ultimato quem dá é aquele que está ganhando a guerra, não quem encontra-se a um passo de ser expelido do poder e ter de responder por seu rosário de crimes.
A micareta golpista do 7 de setembro é apenas uma tentativa desesperada de ele manter fora das grades a si próprio, à familícia e à sua trupe de feios, sujos e malvados.
2 comentários:
Estou me recuperando de uma covid mansa e, olha, é verdade que ela dá alguma confusão mental. Logo, não sei se a opressão que sinto no peito seja por ver o povo ser feito de massa de manobra (do tipo "fiscais do Sarney") ou sequela do coronga.
Talvez sejam duas as causas.
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Tenho também auscultado o "paciente", em especial os velhos colegas de trabalho e percebo que, tanto quanto no tempo em que trabalhávamos juntos como agora, permanecem na absoluta ignorância a respeito de política e economia.
Também percebo um grande ressentimento com a vida que estão levando. Acredito que seja devido a velhice da vida de quem nunca procurou viver por ideais mais elevados.
Dedicaram-se demais a conseguir o ouro-de-tolo, do qual já falava Raul, e pouquíssimo ao cultivo de suas vidas, enquanto seres humanos.
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Assim, o fato é que alguns estão buscando adrenalina, espírito de corpo, obedecer a seus líderes religiosos e solução "fácil" para os problemas, desde que possam postar uma foto no Instagran e nos grupos do zap.
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Os caras que eu tenho escutado não sabem o que fazer no dia 08/09/2021.
É muito provável que tudo acabará em cinzas, numa quarta-feira onde a realidade cruel se desvelará.
O preço da gasolina, do gás, da energia, dos alimentos, do aluguel, da parcelas que cabiam no bolso estarão os mesmos e ainda aumentarão.
E seus proventos e salários estarão carcomidos pela inflação.
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Nada mudará porque eles não sabem que é o próprio governo que alimenta a inflação ao emitir moeda sem lastro.
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De fato, o governo lucrará com essas manifestações e falsas querelas ao desviar o foco do problema principal: um estado inchado, perdulário, clientelista, patrimonialista, inflacionário e agora totalitário.
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E vamo que vamo!
É, companheiro, depois de retirarmos o bode da sala, ainda teremos de reconstruir o país depois de 32 meses de destruição insana, para então começarmos a atacar os problemas estruturais do Brasil como pais capitalista num momento em que o capitalismo agoniza.
Precisaríamos de um Hércules que se dispusesse a fazer bem mais do que 12 trabalhos...
Cuide-se, precisamos das poucas mentes lúcidas que ainda restam neste país idiotizado!
Abs.
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