sábado, 28 de agosto de 2021

A INSATISFAÇÃO DOS PRAÇAS DAS PM's COM POUCA GRANA E MUITO RISCO OS PREDISPÔS A ENGOLIREM AS LOROTAS DO GENOCIDA – 2

(continuação deste post)
N
a barriga da crescente miséria social brasileira, a recente nota (vide 
aqui) da Associação Nacional dos Militares Estaduais do Brasil  entidade que congrega as polícias militares , caminha no sentido da inversão dos verdadeiros conceitos constitucionais que determinam a função dessa força militar auxiliar. 

Mesmo admitindo-se que nem todos os policiais militares estejam de acordo com o conteúdo da cita cuja e que a maioria seja constitucionalmente leal aos governadores que nomeiam os seus dirigentes, é a insatisfação dos praças (cujos salários são baixos para os riscos enfrentados no combate a uma criminalidade que mais parece uma guerra civil não declarada) que motiva a soldadesca a embarcar em desvarios golpistas. 

A nota da Amebrasil, vele dizer, também cita a defesa da pátria e dos preceitos constitucionais vigentes, mas é só  para dourar a pílula. O conteúdo e espírito do texto diverge daquilo que está expresso nas constituições, e basta a sua existência emanada de um organismo de classe profissional militar para podermos considerá-lo como, no mínimo, inoportuno. 

Sob a alegação de que os governadores não podem exigir de suas polícias militares um comportamento disfuncional, a nota insubordinada prega a desobediência às suas ordens. 

Ora, qual foi o governador que tomou alguma iniciativa de ruptura constitucional federal ou estatal? Isto sim caracterizaria um comportamento disfuncional, contrário à legalidade e à função das polícias militares!

Por que a alusão premonitória a um fato inexistente?

Será que a convocação de comandantes militares para a ruptura institucional e convergência com interesses golpistas político-governamentais de um presidente da República visivelmente desequilibrado se constitui agora em defesa da Constituição e função legal das polícias militares?

Terá tal entidade, isoladamente, a legitimidade e representação popular de avaliação de critérios do que seja a proteção da pátria, da segurança e soberania nacionais, acima dos Poderes constituídos?

A afirmação (tão repetida demagogicamente pelo Boçalnaro, o ignaro) de oferecimento da própria vida na proteção do povo brasileiro, contida na nota, bastará para justificar a aceitação civil de uma ação militar fora dos preceitos constitucionais e como análise unilateral que leve a uma tutela militar e seu pretenso martírio não reivindicado pelo povo?

Será que a maior parte das Forças Armadas estão corroborando o espírito do papelucho da Amebrasil, que parece inverter os conceitos de obediência constitucional à ordem legal estabelecida, e que mais parece agredir do que defender? 

As pessimamente traçadas linhas da Amebrasil são uma flagrante inversão de conceitos e uma indisfarçada ameaça às constituições federal e dos estados; e desobediência descabida à institucionalidade estatal. 

Felizmente, os militares, em absoluta maioria, não desejam corroborar bravatas ameaçadoras num momento de tamanha gravidade econômica e sanitária da vida social brasileira.  

Eles sabem perfeitamente quando, como e por que agir como força militar subvencionada pelo povo via impostos, e estão sintonizados com os sentimentos populares de paz e de combate à criminalidade.

De resto, nós todos temos mais é de buscar, não nesses badernaços golpistas, mas nas análises científicas, as respostas que nos conduzam a um modo de relação social que nos leve à superação dos problemas sociais hoje tão perturbadores e cujo impacto incide com força total sobre o estrato mais pobre e numeroso dos brasileiros. 

O 7 de setembro deve ser momento de reflexão nacional sobre a nossa realidade de exclusão social aviltante patrocinada por uma concentração de renda ultrajante, ou seja, um momento de reencontro do povo com um de seus maiores anseios históricos: o da prevalência da soberania da vontade popular. 

Cada brasileiro é o melhor avaliador e intérprete de onde o seu sapato está apertando, e somente ele pode ser o senhor da defesa e proteção dos seus próprios interesses. 

Até acertar... (por Dalton Rosado) 

3 comentários:

Anônimo disse...

Companheiros

Para poupar meu fígado, preferi não ler o 'bileite' dos meganhas.
Os 'megmen' só estão preparados para atirar a esmo.
A munição ali é gratis
A quem interessar possa um fuzil AK47 'na lei' está aí pelos US$800 e uma caixinha com
500 balas + US$200. São 'merdos' +- 6.000 'real'
Quem pode comprar issodaí alegremente?

Fausto Neves disse...

É isso que me faz pessimista
https://www1.folha.uol.com.br/colunas/viniciustorres/2021/08/bolsonarismo-vai-alem-de-bolsonaro-e-empata-o-pais-na-ruina.shtml
..."O bolsonarismo tem bases sociais reais e que precedem Bolsonaro. O agronegócio mais reacionário (larga maioria), evangélicos, militares e os novos muito ricos empresários do setor de serviços e do interior agropop se sentiam pouco representados, em termos de poder e prestígio ideológico. Chegaram lá. Não querem ser rebaixados.

De resto, boa parte da finança e da cúpula empresarial não liga para a Grande Involução que é o bolsonarismo. Isto é, desde que os negócios não sejam muito prejudicados no curto prazo e que se passem “reformas”, em particular as que esfolam mais o povaréu e não mexam muito na falta de concorrência e em favores estatais. Bolsonaro ainda tem onde catar apoio."...

celsolungaretti disse...

Fausto,

um país com a economia em frangalhos não aguenta mais um ano e meio de depressão. E só sairá da depressão sem o Bolsonaro.

O que conta não são os homens armados, é a insustentabilidade econômica. E, por cota dela, o Bozo cairá ou o Brasil explodirá.

Abs.

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