domingo, 11 de julho de 2021

SÓ O BOZO NÃO PERCEBE QUE NINGUÉM MAIS TREME FACE AOS SEUS BLEFES DE PINSCHER, BUFÃO OU BOI MANSO

leonardo sakamoto
ACUADO, BOLSONARO MOSTRA OS DENTES
E AMEAÇA ATACAR. COMO UM PINSCHER
"Meu couro é grosso", afirmou o presidente Jair Bolsonaro, nesta sexta (9), em mais uma viagem de campanha pré-eleitoral paga com nossos impostos, desta vez a Caxias do Sul (RS). 

Não é o que parece. Bolsonaro sente-se acuado e não consegue esconder isso. Age como se fosse um pinscher. 

Quando acreditar estar em perigo, o diminuto cachorrinho mostra os dentes, rosna, fica uma fera e ameaça partir para o ataque. 

Quem não conhece o currículo do bicho, fica assustado. Mas precisamos nos lembrar: um pinscher é pequeno como um... pinscher. 

Da mesma forma, um bufão é apenas um bufão, desde que as instituições da República, incluindo as Forças Armadas, obedeçam à Constituição Federal e não aos delírios autocráticos de um clã. 

Com as acusações de que teria prevaricado diante das denúncias de corrupção envolvendo seu governo na compra da vacina indiana Covaxin para proteger aliados no Congresso Nacional e de que teria fomentado a contaminação em massa da população em busca de imunidade de rebanho, gerando mais de 530 mil mortes, Bolsonaro vai perdendo apoio inclusive entre seus seguidores mais fiéis. 

A rejeição ao seu governo atinge recorde: 51% segundo o Datafolha. Considerando apenas sua gestão (sic) da pandemia, o número vai a 56%. Para estancar isso, vai à guerra. Mostra os dentes, rosna, fica uma fera, ameaça partir para o ataque. 

Xinga os institutos de pesquisa – de índices de desemprego às taxas de desmatamento, o bolsonarismo tem o péssimo hábito de culpar o termômetro pela febre. 

Chama de imbecil o presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Luís Roberto Barroso, por ele defender que a urna eletrônica é segura e introdução do voto impresso, como defendido por Jair, apenas tumultua o processo. 

Afirma que as eleições do ano que vem serão fraudadas e que já há um ganhador escolhido, mesmo sem prova alguma. Tenta jogar os militares contra a CPI da Covid, que tem descoberto a presença de a presença de alguns coronéis em esquemas de compra fraudulenta de vacinas ao lado de prepostos do centrão

Ameaçar com um golpe de Estado é uma forma de preparar o terreno para questionar os resultados no ano que vem se eles não forem do seu agrado e também uma cortina de fumaça sobre os negacionismos, as sacanagens, os cambalachos e as rachadinhas de seu governo. 

E, claro, é uma tentativa de garantir o controle sobre o assunto que está em destaque na sociedade. 

As manchetes dos principais jornais e portais desta sexta estavam inundadas de frases de um presidente que disse, literalmente, ter cagado para os questionamentos da CPI feitos a ele, que xinga membros de outros poderes, que insinua que poderia não permitir eleições. 

A imprensa está certa em destacar tudo isso porque não há como não dar espaço para Bolsonaro tentando implodir a democracia. 
Parece, portanto, que ele consegue o seu objetivo. 

Contudo, a estratégia de tentar sequestrar a agenda pública fazendo sangrar a República tem um custo, porque desgasta a sua própria imagem junto ao cidadão médio. Este quer viver e quer emprego – coisas que Bolsonaro não se esforça em garantir, tirando o corpo fora quando o assunto é a reconstrução da economia. 

Não é à toa que, neste momento, a maioria da população acha que o presidente é incompetente, despreparado, indeciso e pouco inteligente. Mas também falso, desonesto e autoritário, segundo a pesquisa Datafolha

Após o Senado ser ameaçado pela cúpula das Forças Armadas, em meio à investigação de corrupção na saúde que atinge militares, finalmente seu presidente, Rodrigo Pacheco, veio a publico para defender a instituição, o Tribunal Superior Eleitoral e a democracia. E Luís Roberto Barroso, presidente do TSE, afirmou que as eleições vão, sim, acontecer. Quer Jair queira ou não. 

Se o Poder Legislativo e o Judiciário garantirem freios constitucionais ao Palácio do Planalto, e as Forças Armadas pararem de baixar a cabeça para o presidente, lembrarão à sociedade que o pinscher ladra, mas não morde. (por Leonardo Sakamoto)
TOQUE DO EDITOR – Há tempo venho escrevendo que o Bozo poderia mesmo ter daado um autogolpe... em 2019. Mas, como ele pouco ou nada mudou desde quando entregava moto e arma para bandidos, faltou-lhe ousadia para aproveitar a chance, que passou e jamais ressurgirá no seu horizonte.  

Constato agora que demorou uma eternidade, mas muitos articulistas do nosso lado vão chegando à mesmíssima conclusão: já debocham das sucessivas ameaças desse palhaço reduzido à impotência, mas que continua insistindo em gritar lobo! quando salta aos olhos que nenhum lobo atenderá a seu chamado.  

O Sakamoto, acima, não só compara o Bozo a um pinscher, como lhe atira na cara que um bufão é apenas um bufão.

Já o Juca Kfouri (vide aqui) foi buscar em Getúlio Vargas uma comparação gauchesca apropriada como sarcasmo para os blefes ridículos do Bozo: guampada de boi manso, ou seja chifrada sem contundência suficiente para machucar o agredido.

Também venho afirmando há bom tempo que o Bozo já morreu politicamente mas não se deu conta disto, pois, lerdo de raciocínio, a ficha só lhe cairá quando o rabecão institucional chegar para recolher o que dele restou. Acreditam agora? (por Celso Lungaretti
O prevaricador genocida também range, ruge, 
morde, mas não passa de um tigre de papel...

2 comentários:

Anônimo disse...


11 de Julho Não é todo dia que há uma boa sincronicidade de matérias na impressa do Capital

Chega de chantagem - Opinião - Estadão (ou ‘Bolsonaro não reúne mais condições para permanecer na Presidência’)
Não há espaço para o silêncio Míriam Leitão - O Globo
Não era de nosso feitio sofrer - Cacá Diegues O Globo
Em decomposição Opinião - Dorrit Harazim O Globo
Lira vai sugerir no Congresso discussão sobre mudança no regime de governo `- Valor Econômico (implementação do semipresidencialismo ou parlamentarismo, a partir de 2026
Aqui, parece que um acredita na reeleição do 'Trump guy in brazil' (d'après Spike Lee)

Como o dito, ainda que acuado, disse que cagou para a CPI, faz-se mister tratar de evacuá-lo, junto com a prole.
Tarefa difícil! O Collor voltou!
E atrás do Pincher (que ainda pode fazer ferimentos infecciosos) haverá a alma furibunda de Sylvio Frota, pela sombra
do 'véio' Leninho e a não menos furibunda presença
de outro 'véio' 'o Darth Vader verde-oliva", ou o tuiteiro gal Villas Bôas, 'morubixaba dos azeitonas' ('brigado mestre Conti)

Anônimo disse...

O The Guardian, em 11 de Julho, juntou-se à sincronicidade de matérias que citei ontem
"Top rightwing Brazil newspaper demands removal of Bolsonaro"
https://www.theguardian.com/world/2021/jul/11/top-brazil-newspaper-demands-removal-of-jair-bolsonaro
Óia gente: o Google Chrome traduz automático

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