quarta-feira, 16 de junho de 2021

APÓS 36 ANOS, O TRIBUNAL QUE JULGOU O MORTICÍNIO DE MILHÕES DE NORDESTINOS AVALIARÁ OUTRO GENOCÍDIO DANTESCO – 2

(continuação deste post)
A pandemia da covid-19 se diferencia de outras tragédias brasileiras por ter sido administrada da forma mais caótica e delirante, com a maximização de óbitos que poderiam ter sido evitados  
O
Tribunal do Genocídio e Ecocídio está sendo estruturado por via de comunicação eletrônica, as lives, e, como o próprio nome está a sugerir, tem uma abrangência maior do que a simples verificação de como se fez o gerenciamento governamental na maior tragédia sanitária do pós-guerra.

Trata-se de uma análise instrutória de períodos da nossa história de longo, médio, e curto prazos, atuais, abrangendo aspectos antropológicos do trágico e, ao mesmo tempo, heroico itinerário da humanidade nas suas formações sociais como forma de se dar respostas aos impasses contemporâneos, desde a sociabilidade humana até a agressão à nossa nave planetária (e também à atmosfera), tornando-a inabitável.

Daí deverá resultar uma ampla análise com documentários gravados em vídeos, depoimentos de pessoas, narração de fatos empíricos, publicações impressas, estatísticas, teorias e conceitos num ambiente cientificamente coadunado com a análise do empirismo de uma realidade trágica na qual estamos inseridos e da qual somos partes, queiramos ou não, de modo consciente ou inconsciente, contributivo ativamente ou passivamente, e da qual todos sofremos as consequências, ainda que de modos diferenciados, dependendo da realidade de cada um. 
Não basta identificarmos o maior culpado. Há 
de apurarmos como o deixaram ir tão longe
 
 

Os debates e as suas convergências e divergências que devem surgir deste processo de libelo instrutivo acusatório e autocrítico, isento de preconceitos, plural, suprapartidário, sem discriminações e, portanto, sem verdades absolutas, deverão servir como norte referencial de proposições e consolidações de conceitos que poderão nos orientar na solução de nossos problemas que a cada dia se agravam.

Neste sentido são objetivos específicos:
1. levantar os crimes cometidos contra a humanidade e o planeta, a partir dos seus fundamentos, desdobramentos e possibilidades de superações, bem como apuração da pessoalidade de seus cometimentos;
2. fazer análise criteriosa do tratamentos dado pelos ditos civilizados aos índios, negros, ciganos; dos holocaustos étnicos, como o massacre indiscriminado de judeus durante a diáspora desta etnia e no curso da 2ª Guerra Mundial; das consequências do patriarcalismo, traduzidas nos feminicídios, narcisismos, racismos, segregações sociais; das agressões de supremacistas étnicos aos que consideram como raças inferiores, etc. São comportamentos inerentes à relação dos seres humanos contaminados pelos resquícios negativos das suas primeira e segunda naturezas em evolução, e que terminam com ganhos obtidos a duras penas sendo amiúde anulados por retrocessos civilizatórios como os que ora ocorrem; e
3. condenar culpados individuais e conceitos históricos equivocados, suas teses e comportamentos sociais, de forma a se formularem decisões consistentes, que sirvam de referências históricas para a caminhada da humanidade neste 3º milênio que se iniciou de forma bárbara, negando a perspectiva que se esperaria de um novo alvorecer da humanidade.  
.
São objetivos gerais:
1. repensar o iluminismo e as revoluções industriais com suas consequências sociais (economia, direito, ordem social, escravismo indireto, papel das instituições do Estado, processo eletivo, partidos, forças militares, etc.);
2. analisar as relações entre ciência econômica e o papel do Estado, do mercado, dos meios de comunicação, bem como as consequências da sôfrega e criminosa permanência e busca de difícil adaptação dos dias atuais às combalidas e ineficazes categorias capitalistas, sem a menor intenção de superá-las, mesmo diante da tragédia humanitária por elas provocadas;
Assembleia Geral da ONU proclamando a Declaração Universal dos Direitos Humanos, 
em 1948. Estaremos agora necessitando de algo analiticamente superior e mais eficaz?
3
. analisar o papel do sujeito automático da forma-valor, que eclipsa a soberania do pensar, submetendo-a a uma camisa de força negadora da capacidade humana de se livrar de formas sociais segregacionistas criadas pelo mesmo ser humano que a elas se submete voluntariamente como servo de uma forma social fetichista irracional; e
4. propiciar o aprofundamento de outros temas que venham a surgir das contribuições de textos e do debate, que sejam capazes de oportunizar luzes verdadeiramente emancipacionistas.

Tribunal do Genocídio e Ecocídio, com base nos fundamentos de uma nova história a ser construída, pretende conclamar a humanidade para a realização do sonho emancipatório de uma sociedade humanamente diversa e desfetichizada, socialmente igual, instigante, imaginativa e criativa, prazerosa no ócio produtivo, ecologicamente exuberante, bela e completamente livre.
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Algo analiticamente superior e mais eficaz do que a Declaração Universal dos Direitos Humanos de 1948, resposta à barbárie da 2ª Guerra Mundial. 

Aguardem mais informações a respeito. (por Dalton Rosado)  

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