ricardo kotscho
AFINAL, QUEM MANDA NAS POLÍCIAS MILITARES?
A manifestação do Fora, Bolsonaro! no Recife já estava chegando ao final do trajeto de forma pacífica, quando foi atacada pela tropa de choque da Polícia Militar com bombas de gás lacrimogêneo, spray de pimenta e balas de borracha.
Uma das vítimas da truculência policial foi a vereadora Liana Cirne Lins (PT), que se postou na frente de um carro da polícia para protestar contra a violência, e foi alvejada com o gás de pimenta no rosto, caindo ao chão.
Outro manifestante levou um tiro de bala de borracha junto ao olho e vários foram feridos no tumulto que se formou.
A vice-governadora de Pernambuco, Luciana Santos (PCdoB) protestou em vídeo:"Isso não foi autorizado pelo governo do Estado. Condenamos esse tipo de atitude".
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Se não foi o governo do Estado, ao qual eles são subordinados, quem deu a ordem para o ataque contra os manifestantes, pergunta-se:"Quem comanda a Polícia Militar de Pernambuco?"..
Para se encontrar a resposta, cabe fazer outra indagação: "Por que não há registro de violência das Polícias Militares nos atos quase semanais a favor do governo Bolsonaro?"
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Escreveu a vice-governadora no Instagram: "Os atos de violência, que repudiamos desde já, estão sendo apurados e terão consequências".
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Esperemos, pois, o resultado das investigações, que não costumam dar em nada e geralmente culpam as vítimas por desacato à autoridade.
"NÃO É ASSIM QUE SE TRATA UMA PESSOA"
Foi o que aconteceu com um jovem negro, o youtuber Filipe Ferreira, que fazia manobras de bicicleta num parque da Cidade Ocidental, em Goiás, quando dois PMs desceram da viatura e um deles, de revólver em punho, deu a ordem: "Deixe a bike aí. Estou mandando!".
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O youtuber respondeu: "Mandando? Não é assim, não, eu sou trabalhador".
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Filipe se recusou a cumprir a ordem: "Não é assim que se trata uma pessoa".
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O policial deu mais dois passos e o ameaçou: "Resiste aí para ver o que vai acontecer contigo!".
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O jovem negro ainda tentou argumentar: "Eu tenho um canal no Youtube, não sou bandido".
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Mas não teve jeito, veio o outro policial e o algemou com as mãos para trás.
O vídeo é revoltante. Se fosse um jovem branco andando de bicicleta num parque, os policiais agiriam do mesmo jeito?
Quem pode responder é o governador de Goiás, Ronaldo Caiado. Certamente, ele também mandará fazer uma rigorosa investigação para apurar o caso, que causou grande revolta nas redes sociais.
Cenas assim são cada vez mais comuns pelo Brasil afora, nem sempre filmados, desde que o presidente Bolsonaro começou a defender o excludente de ilicitude, que dá autonomia aos policiais para agirem livremente contra quem eles consideram bandidos, sem o risco de sofrer punições.
Estes dois episódios são exemplos de Polícias Militares fora de qualquer controle, cada vez mais violentas, ameaçando cidadãos desarmados.
Quem manda, afinal, nesses policiais militares? Às ordens de quem eles obedecem, se não são mais os governadores dos estados? Por que eles são tão seletivos nas suas ações e abordagens?
Vida que segue. (por Ricardo Kotscho)
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