Hoje, 20 de janeiro de 2021, ao meio dia, pelo horário da costa leste dos EUA, tomará posse Joe Biden, encerrando quatro anos do governo de Donald Trump.
Logo de largada, Biden anunciará uma série de medidas para reverter ações de Trump ou para dar o pontapé em seu programa de governo, o qual promete ser mais progressista que o de Obama.
Entre as principais medidas a serem tomadas já hoje por Biden estão:
RETORNO DOS EUA AO ACORDO DE PARIS
RETORNO DOS EUA À OMS
REVISÃO DAS MEDIDAS DE IMIGRAÇÃO SEGREGACIONISTAS
PARALISAÇÃO DO MURO COM O MÉXICO
Além de outras centenas de ações executivas.
No entanto, tais medidas terão mais o caráter restaurador, corrigindo medidas disruptivas de Donald Trump.
O nó górdio será depois, com as medidas propositivas. Entre elas, medidas para conter as MUDANÇAS CLIMÁTICAS, REFORMAS DA IMIGRAÇÃO, REFORMAS DA POLÍCIA, REFORMAS DO SISTEMA DE SAÚDE, COMBATE AO RACISMO e MUDANÇAS NO SISTEMA TRIBUTÁRIO.
Embora tenha uma maioria relativa no congresso, Biden terá desafios imensos. Os EUA, enquanto centro do capitalismo mundial, enfrentam uma profunda crise de reprodução do capital que se soma à já antiga crise de desindustrialização e queda da renda média da população. Esta crise profunda é a base material que alimenta o radicalismo da extrema direita, que continuará vivo durante seu mandato.
Biden pode acreditar em um fictício retorno à normalidade, entendida enquanto a Pax Americana do pós-guerra, mas a dura realidade acabará por se impor. A roda da história girou e hoje os ares são turbulentos.
Quanto ao Brasil, é difícil cravar uma queda automática de Bolsonaro após a subida de Biden. Certamente, haverá muitas dificuldades para o presidente brasileiro neste novo contexto, mas acredito que, a princípio, o pragmatismo falará mais alto e Biden tentará seguir o jogo em nome das relações comerciais e diplomáticas.
Penso que, se houver dificuldades, elas virão de Bolsonaro e não de Biden, pois o brasileiro tem mais a perder, simbolicamente, em se ajustar às políticas do novo presidente estadunidense.
No entanto, uma coisa é certa: dias agitados virão pela frente e Biden, apesar de seu conservadorismo, terá de tomar decisões fundamentais. (Por David Emanuel Coelho)
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