segunda-feira, 7 de dezembro de 2020

A IMPRENSA NOTICIOU CORRETAMENTE A PANDEMIA, MAS NÃO COBROU O GOVERNO COM A FIRMEZA QUE O GENOCÍDIO EXIGIA

jânio de freitas
BOLSONARO E SEUS GENERAIS SEGUIRAM O
ÍDOLO TRUMP NA PANDEMIA DO CORONAVÍRUS
Os mortos por Covid-19 nos Estados Unidos de Trump já equivalem aos estadunidenses mortos em cinco guerras do Vietnã.

Os 58 mil do número oficial de estadunidenses mortos na guerra iniciada pelo democrata John Kennedy multiplicam-se por cinco com a recusa de Donald Trump a combater a contaminação. A America great again, que o impulsionou à Casa Branca, a cada dia fica menor também em vidas.

Mas nada acontecerá a esse genocida, como nada aconteceu aos genocidas das bombas de napalm, com gelatinas em chamas pegajosas nos corpos, lançadas sobre as populações civis: um milhão de mortos, na estimativa autocomplacente dos estadunidenses, e perto de três milhões para centros de estudo da guerra.

Jair Bolsonaro e seus generais seguiram o ídolo, com primarismo ainda maior. Até hoje inexiste um plano de orientação nacional, ficando os estados entregues às ações e inações, precariedades e perplexidades de cada um.
Repete-se o descaso deliberado quando o novo ataque do vírus alcança proporções alarmantes, seja ou não uma segunda onda, discussão ociosa.

Os jornais se deram um prêmio pelo empenho noticioso apesar dos riscos e grandes dificuldades operacionais dos jornalistas sob a pandemia. 

Ali atrás, a expressão empenho noticioso não pôde acompanhar-se de alusão a outra responsabilidade que os leitores e espectadores tinham o direito de esperar. Aquela que consiste na função social de que os próprios órgãos de comunicação se declaram portadores.

O governo foi noticiado na traição às suas obrigações constitucionais, morais e humanitárias, mas não cobrado à altura, nem mesmo incomodado, para cumpri-las por necessidade vital da população.

Os brasileiros têm o direito e a premência de não estarem sujeitos à incompetência e ao servilismo de alguém que passa por ministro da Saúde ou por presidente. Mas que, na verdade, é uma ameaça idêntica ao vírus.

Sem transbordar do jornalismo, antes pelos meios legais de que dispõem, aos órgãos de comunicação cabia agir para compelir o governo a sanar sua traição aos deveres que, como princípio, o justificam.

A ferocidade do vírus e a traição do governo confraternizam-se outra vez. Noticiadas, só. (por Jânio de Freitas)
T
OQUE DO EDITOR – É gratificante constatar que este blog de resistência política e cultural, desde que o lancei em 08/08/2008, veio cumprindo cada vez mais e melhor a sua finalidade de tornar-se um espaço coletivo, que hoje pertence também:
— a inestimáveis colaboradores  (o Dalton, o David, o Rui e, se suas convicções espíritas estiverem corretas, também o Apollo, torcendo por nós num outro plano); e
— a leitores fiéis que o sentem como deles também, a ponto de o Fausto Neves ter-me dado um puxão de orelhas por não haver publicado ontem este artigo do Josias de Freitas.

Bem, seu pedido foi atendido, Fausto, com prazer. E todos que eu considerar plausíveis, também o serão.
É óbvio que eu não vou decretar aqui um liberou geral para textos terraplanistas, negacionistas da ciência, pregadores do ódio, etc. Este aqui é um clube no qual quadrúpedes e quadrúmanos não entram.

Mas, os bípedes pensantes serão sempre bem recebidos!
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(por Celso Lungaretti)

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