sexta-feira, 30 de outubro de 2020

ENJAULADOS E COM PAIS DESAPARECIDOS, OS FILHOS DE IMIGRANTES ILEGAIS SOFREM A INCLEMÊNCIA DO 'AMERICAN WAY OF HELL'

dalton rosado
AS 545 CRIANÇAS SEQUESTRADAS NOS
 EUA E OUTRAS PRÁTICAS NAZISTOIDES
"A cada dia descobrimos novos horrores cometidos pelo presidente Trump e sua administração
"(Joe Biden, sobre
as 545 crianças que permaneceram enjauladas nos EUA depois
de seus pais terem sido deportados, desaparecendo em seguida)
A cena de 545 crianças enjauladas nos faz lembrar um campo de concentração nazista de meninos e meninas judias durante a 2ª Guerra Mundial. 

O holocausto está aí para demonstrar do que são capazes os regimes totalitários, mesmo que ungidos pelo voto, como o foram Adolf Hitler e o Partido Nazista, em quase tudo assemelhados aos atuais governantes negacionistas, que já não têm o menor pejo em agir como genocidas.

Separadas dos pais que haviam entrado nos Estados Unidos fugindo da miséria e da violência em seus países de origem, fatos muito comuns na periferia capitalista, a condição de orfandade dessas crianças mostra bem como o capitalismo trata os seus explorados.

O episódio lembra, também, as crianças roubadas dos presos políticos na Argentina, que eram passadas a casais sem filhos e simpáticos à ditadura militar de então, para os criarem como se fossem seus verdadeiros pais. O jeito nazista de adoção.

O clamor das avós da praça de maio em Buenos Aires demonstrou quão vigorosa pode ser a repulsa à força das armas e ao despotismo e até que ponto pode ir o terrorismo oficial, quando se sente ilusoriamente inatingível pelo poder das armas na sua sanha despótica. 

Aprendi desde cedo que o gigante se conhece pelo dedo, mesmo que o restante do corpo esteja encoberto. 

Assim, por pequenos gestos iniciais podemos vislumbrar tudo de que é capaz o sentimento conservador governamental que se atém à lógica da contabilidade capitalista como critério do pretensamente correto e do culto da meritocracia como critério válido de ascensão social e da abominável limpeza étnica. 

Por que Donald Trump é supremacista branco? Porque, como empresário bilionário que é, acredita que deve os seus privilégios só a si mesmo e não aos milhares de trabalhadores que, com o seu suor, proporcionaram-lhe a acumulação de riqueza tão excessiva a ponto de afrontar a dignidade humana. 

Estes tipos veem como meritória consequência da sua competência empresarial o que não passa  da apropriação indébita da produção coletiva de valor. 

É o mesmíssimo caso do genocida que nega a eficácia da ciência no combate a uma pandemia (a maior tragédia humanitária do pós-guerra!) e ilude a população com exemplos ridículos a partir de bravatas negacionistas sobre o risco de contaminação virótica. Ambos incorrem no mesmo erro de autossuficiência, sem exibirem um mínimo de bom senso.
Governantes como esses, que submetem os infectados a uma loteria da morte, devem ser implacavelmente combatidos antes que um mal maior ainda advenha. O destino deles, evidentemente, é a lixeira da História, mas têm de ser detidos no presente, para não maximizarem os danos de sua insanidade.

A tal loteria da morte virótica atinge, principalmente, e em escala percentual maior, os pertencentes ao chamado grupo de risco (idosos, obesos, diabéticos, hipertensos, etc.). 

Assim, os governantes negacionistas se igualam, com suas performances insensíveis, àqueles que no início da ascensão nazista eram aclamados por uma multidão de mentes manipuladas pela mídia radiofônica e pelos espetáculos triunfalistas de bandeiraços e frenesi patriótico, para somente depois do mal consumado serem finalmente reconhecidos como os genocidas que sempre haviam sido. 

Depois do pesadelo, haverá um novo julgamento de Nuremberg para eles? Tomara, pelo bem da civilização! 

O campeonato mundial de mortes por coronavírus/habitante, tristemente conquistado pelos Estados Unidos e Brasil, bem comprova o que representam governantes negacionistas, dando uma boa pista do que serão capazes de fazer noutros campos da vida social se lhes concedermos poder e tempo para tanto.

Temos muitos exemplos da insensibilidade humanista do capital. Por exemplo, caso morram de covid-19, os idosos e/ou aposentados, que representam um custo previdenciário sem contrapartida em termos de produção de valor, reduzirão o desequilíbrio na deficitária contabilidade das contas públicas, que é a absurda referência de boa administração dentro da lógica capitalista.

Para completar esse campeonato mundial de sandices que estamos disputando, posicionados no G4, eis que o presidente Boçalnaro, o ignaro, resolveu proibir a compra de vacinas em razão de sua nacionalidade chinesa.  

Ora, qualquer país do mundo que desenvolva em seus laboratórios uma vacina que consiga barrar a contaminação e os milhões de mortes já registradas e outras milhares ou milhões que se prenunciam, deveria ser saudado como benfeitor da humanidade. 

Ao contrário, e agindo assim, além de demonstrar que coloca critérios políticos acima do bem comum, o presidente ofende o nosso maior comprador externo de mercadorias, apenas para puxar o saco do demissionário Trump, que nem sequer grato lhe é, pois mais e mais sobretaxa os nossos produtos de exportação. 

Para piorar as coisas ele faz propaganda da não vacinação profilática, como se estivéssemos na Idade Média, submetidos a preceitos religiosos anticientíficos fundamentalistas e fanáticos. Realmente esse governo já está concorrendo como um dos mais idiossincráticos da História brasileira.
A reforma da previdência social no Brasil, imposta pelo governo e aprovada no parlamento por questões de mera matemática financeira (e aplaudido por incautos que querem salvar o capitalismo), vai na mesma trilha do
presidente destrumpelhado que escolheu a pior hora possível e imaginável para tentar destruir o chamado Obamacare.

Trata-se de um programa de assistência social médica aos despossuídos dos Estados Unidos pela via dos subsídios federais aos planos de saúde de modo a tornar ditos planos mais acessíveis financeiramente aos coitadezas. Na verdade, é uma versão menos radical do nosso bom SUS, que funciona o melhor possível se levarmos em conta as deficiências próprias a um país da periferia capitalista e, desde a posse do genocida, submetido a uma criminosa restrição de recursos. 

Por aqui (e em boa parte do mundo capitalista) se justifica a abertura da circulação de pessoas e mercadorias como forma de se salvar as relações mercantis decadentes, mesmo que para isso se exponha a população à loteria da morte. Esta é a maior prova da insensibilidade de uma forma de relação social que usa as relações sociais como instrumento de segregação social e não de promoção de respeito e solidariedade humanas. 

Os acampamentos de refugiados europeus vão na mesma direção da insensibilidade social que não combate o despotismo governamental e, principalmente, a exploração capitalista que ergue e [principalmente] destrói coisas belas, como disse o poeta e complementamos nós.    

Calarmo-nos diante do enjaulamento de crianças nas fronteiras dos Estados Unidos é admitirmos que crianças inocentes devam pagar o preço da ignomínia de um sistema dividido em classes sociais, que se acomoda diante do infortúnio alheio como se toda a culpa fosse dos próprios desafortunados. 

A indignação com as injustiças sociais não pode ficar circunscrita ao murmúrio medroso do interior de quartos emparedados, mas deve, como ousaram fazer as
avós da Praça de Maio, ganhar as ruas e aglutinar a força da ação social coletiva.

Crianças latinas sequestradas dos seus pais nos Estados Unidos pelo governo Trump: que um dia vocês possam reencontrá-los e ficarem livres da segregação social! 

Esse é o maior desejo dos que fazem o blog Náufrago da Utopia e o registro de nossa solidariedade e indignação ativa. (por Dalton Rosado)

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