thaís oyama
A 2ª ONDA DO CORONAVÍRUS NA
EUROPA E O BRASIL DE CALÇAS CURTAS
Durou pouco a alegria na Europa. Mal haviam começado a colocar a cabeça para fora de casa, franceses, espanhóis e ingleses depararam com a 2ª onda do coronavírus.
Em muitos países, o número diário de infectados já supera os alcançados no 1º semestre do ano, quando o pico da pandemia esvaziou a primavera europeia.
Com os hospitais lotando de novo, algumas capitais voltaram a fechar restaurantes, outras reabilitaram a quarentena.
Paris está desde o dia 16 sob toque de recolher. Na semana passada, a medida foi estendida à quase totalidade do território francês.
Nenhum governante ainda chegou ao ponto de decretar o confinamento total, talvez porque intuam que a iniciativa pode resultar em retumbante fracasso — ninguém aguenta mais ficar trancafiado em casa.
A nova onda da pandemia não é exatamente uma surpresa, mas pegou alguns governos mais preparados que outros.
Países do sudeste asiático como Tailândia, Vietnã e Camboja investiram na estratégia da testagem massiva e do rastreamento de contagiados.
A tática permite o isolamento pontual de prédios e quarteirões por onde o vírus andou, e inclui a oferta de instalações para abrigar estrangeiros contaminados.
Nos três países, dá para contar nos dedos de uma mão o número de novos casos registrados por dia nas duas últimas semanas.
No Brasil, a estratégia da testagem em massa, monitoramento e rastreio de novos casos era precisamente a proposta do breve Nelson Teich, o último ministro da Saúde do governo Bolsonaro a ter um plano de combate à pandemia.
Na semana passada, auditores do Tribunal de Contas da União escancaram em relatório suas conclusões a respeito de como o governo federal usou os recursos destinados ao combate à pandemia:
"Decorridos mais de oito meses da declaração de Emergência em Saúde Pública (...) era de se esperar, a esta altura, uma definição dos objetivos e ações em nível macro-correspondente ao valor alocado e o detalhamento das atividades ou dos projetos a serem desenvolvidos".
A segunda onda pode chegar ao Brasil e, nesse caso, encontrará na linha de frente um general cujo lema é um manda e outro obedece (sendo que quem obedece é o general e quem manda é um presidente ocupado em fazer guerra de vacinas contra seu adversário político).
O maremoto do coronavírus não passou e quem está no leme do navio é Jair Messias Bolsonaro.
Salve-se quem puder. (por Thaís Oyama)
2 comentários:
faz o seguinte..vc pode ficar com a minha dose dessa nova praga chinesa. Não faça cerimonia...cai dentro com vontade
Com a vacina eu fico e agradeço. Já o diploma de otário é seu, pessoal e intransferível.
Você não deve ter a mínima ideia do que representa o Instituto Butantan em termos de prestígio e credibilidade científica.
Uma credibilidade que Bolsonaros e Dorias, ao travarem guerras de vacinas por mera politicalha imunda, jamais terão.
Como jornalista, passei décadas convivendo com cientistas e políticos. Os primeiros geralmente mereceram minha confiança.
Os segundos sempre me pareceram piores do que os bandidos, pois obtêm os mesmos resultados sem precisarem arriscar a pele trocando tiros com ninguém.
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