MÁRIO SÉRGIO CONTI EM DIA DE HENFIL: EIS A SUA HILÁRIA VERSÃO 2020 DO 'CEMITÉRIO DOS MORTOS-VIVO DO CABÔCO MAMADÔ'

São um arraso os verbetes à la Balzac dos lírios envenenados da vala bolsonarista, conforme os qualificou o sarcástico Mário Sérgio Conti

Trata-se de uma coleção de rápidos perfis de algumas mediocridades que infestam o noticiário destes melancólicos tempos presentes, concebidos pelo Conti segundo sua visão particular de como o genial escritor francês Honoré de Balzac (1799-1850) descreveria tais abominações.

Na verdade, ditos personagens desafiam qualquer descrição mediante palavras publicáveis neste blog para a família brasileira: o que faria realmente justiça a eles seria uma enxurrada de palavrões, dos mais cabeludos... 

Vamos àquilo que o Conti bolou e eu ainda posso colocar no ar sem susto (CL).

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BRASÍLIA — Sondai-a o quanto quiserdes e jamais conhecereis todos os desvãos da medonha fossa do Planalto Central. Por numerosos que sejam os exploradores do abismo, sempre haverá antros secretos, valhacoutos, mictórios, guaritas, casernas. O Mitômano está em casa.

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DAMARES ALVES — Seu rosto desalentado e gorducho, do qual brota um nariz em bico de papagaio, as mãozinhas rechonchudas, o corpo roliço como de uma ratazana de igreja, o busto amplo e oscilante estão em harmonia com o ar fétido que o ministério, enfadado, exala.

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MICHELLE BOLSONARO — Se as luzes de um baile projetassem reflexos rosados no semblante gasto; se uma carta de amor iluminasse suas faces ligeiramente cavas; se o convívio com gente graciosa lhe reanimasse os olhos fundos, seus dias seriam leves. Como não tem nada disso, e o estrupício a aborrece, retirou uns quilos do abdômen e botou botox no rosto.

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RICARDO SALLES — Acha que o mundo todo tolera quem tem olho claro. Mas como os incêndios na Amazônia e no Pantanal brilham mais, foi marcado a ferro e fogo pelo que realmente é: arrogante, vaidoso, mesquinho, execrável.

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ANDRÉ MENDONÇA — Baixinho, franzino, com cabelos ralos e óculos redondos de aro de metal, lembra um funcionário da Gestapo dos filmes de guerra. (Essa não é de Balzac; é do Jô).

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JANAÍNA PASCHOAL — A Salomé do Tatuapé rodopiou a cabeleira ensebada e revirou os olhinhos até obter a cabeça de Lula numa bandeja de prata. Debulhando-se em lágrimas crocodilescas, disse a Dilma que o impeachment era para o bem dos seus netos. Cartesiana que só ela.

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BRAGA NETTO — Sempre alerta, qual um cavalo de parada ao ouvir o toque do clarim.

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SÉRGIO MORO — Nosso Rastignac [personagem de Balzac]: topetudo, provinciano, interesseiro, manipulador astuto, um baita arrivista de voz esganiçada. Para ele não há princípios, só circunstâncias; não há leis, mas acontecimentos. Teve na política entrada de leão (grrr!) e saída de cão (caim! caim!).

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EDUARDO PAZUELLO — Concentra todo o suor do corpanzil entre o nariz e o lábio superior, uma característica da casta burocrático-militar.

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DIAS TOFFOLI — Com mais gel no cabelo que neurônios no cérebro, traz no corpo as cicatrizes da covardia. Dobra de bom grado a espinha para generais, mas somatiza a subserviência em vagos achaques, lumbagos, abcessos e num engorda-emagrece incessante.

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EDUARDO BOLSONARO — Fez carreira na Polícia Federal e não passou de escrivão. Deputado, continua um escrivão com cérebro de escrivão de polícia.

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CARLUXO — Hostil e turbulento como Vautrin, de quem um policial de O Pai Goriot [romance de Balzac] diz: “Sabem de um segredo? Ele não gosta das mulheres”.

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PAULO GUEDES — Tem alma de jogador da Bolsa e o pior corte de cabelo da República. Vai de chinelo e meia ao trabalho. Disse ter lido Keynes três vezes e ficou evidente que não entendeu nada. Cultiva a arrogância dos sem-noção: não conversa, ministra aulas.

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AUGUSTO HELENO — Estava à altura do general Sylvio Frota, o pintor de rodapé de quem foi ajudante. Galgou degraus e dragonas servindo gente de alto coturno e baixa catadura.

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REGINA DUARTE — Chegou à pocilga planaltina toda coquete, com olhos vidrados, sorriso automático, o nervosismo de uma alcoviteira que se agasta para se fazer pagar mais caro. Deu-se mal. De volta a São Paulo, caiu na rua e quebrou os dentes.

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MILLÔR FERNANDES — Em 1970, a Redação d'O Pasquim foi presa e ele escreveu uma carta a Ivan Lessa, em Londres. Disse dos governantes de então: “A vida não vai acabar já e esses putos não vão durar sempre, muito embora já estejam durando demais pro meu gosto”.