domingo, 13 de setembro de 2020

ANTONIO PRATA NÃO VÊ BOLSONARO COMO BUNDÃO, MAS SIM COMO UM SERIAL KILLER

Farinha do mesmo saco: a imagem de uma época
antonio prata
NAZISTAS, ASSASSINOS,
 ABUSADORES DE CRIANÇAS,
 CORRUPTOS E MILICIANOS 
ESTÃO NO PODER
A cantora, deputada e pastora evangélica Flordelis não podia se separar do filho adotivo com quem havia se casado —ex-marido de uma de suas filhas também adotadas— porque um divórcio escandalizaria a Deus: então, obviamente, decidiu matá-lo. 

Com a ajuda dos filhos, claro. Essa lógica tão cristalina quanto um bloco de granito é um resumo perfeito do bolsonarismo.

Durante os anos em que bundou em Brasília, Bolsonaro mantinha um apartamento funcional, pago por nós, embora contasse com um imóvel próprio. Quando questionado, disse que o apartamento funcional, pago por nós, era pra comer gente

E quem mama nas tetas do Estado, segundo ele e seu asseclas, é o coreógrafo, o ator de teatro, o aluno cotista, o pesquisador da Capes, do CNPq que contam, ou, em grande parte, contavam, com incentivos estatais.

Este velho político que usava o nosso dinheiro pra comer gente, que está no terceiro casamento, que elogia publicamente o músico espancador da namorada, coloca-se como defensor da família.

É uma defesa da família bem parecida com a da deputada Flordelis. Um duplo twist carpado na lógica já torta do Maluf, estupra, mas não mata: é o mata, mas não desquita.

Os cruzados da família não vão atrás do tio pedófilo que violentava a criança dos seis aos dez anos, vão atrás é da menina no hospital para fazer um aborto legal depois de ser engravidada pelo estuprador. A criança teve que entrar no hospital dentro do porta-malas de um carro, enquanto os defensores da família gritavam assassina!

A neonazista Sara Winter divulgou os dados da criança em suas redes, de forma a garantir que ela siga sendo para sempre abusada, agora não mais pelo tio, mas por todos os cidadãos e cidadãs de bem.

Brasil acima de tudo, Deus acima de todos. Quando eu ouvi pela primeira vez o slogan inconstitucional com que Bolsonaro batizou nosso Estado laico, lamentei profundamente. 

Hoje em dia, diante da demolição moral, institucional, ambiental, enfim, da implosão civilizacional a que estamos assistindo, lamento profundamente é que não tenhamos no lugar deste herege um presidente profundamente evangélico.

Ao contrário do presidente, que não leu sequer a bula da cloroquina, li a Bíblia de cabo a rabo. Não encontrei nos Evangelhos um versículo sequer que justifique ter como braço direito da família um miliciano assassino suspeito de organizar
 rachadinhas no gabinete do filho e repassar dinheiro para a mulher do pai. 

Tampouco encontrei nos Evangelhos —o Velho Testamento é outra coisa, ali El Shadai bota pra quebrar— nada que embase o extermínio de 30 mil ímpios. Porrada na boca. Rato na vagina. (Uma tara do ídolo do Bolsonaro, Brilhante Ustra). 

Jesus fez-se conhecido principalmente por curar doentes. Não por dar as costas a leprosos dizendo que era só uma micosezinha e deixar morrer 120 mil em poucos meses.

Jesus sacrificou-se para salvar a humanidade. Bolsonaro sacrifica a humanidade para salvar o próprio rabo. Não é um bundão, é um serial killer. Quando a crise econômica bater feio, ele dirá como Pôncio Pilatos, algoz de Cristo: Lavo minhas mãos

As mãos de Pilatos estão sujas até hoje, 2020 anos depois.

Nazistas, assassinos, abusadores de crianças, corruptos, delinquentes e milicianos estão no poder, hoje, no Brasil, em nome da família, de Deus e da liberdade. Amém. (por Antonio Prata)
TOQUE DO EDITOR –  Hoje eu me senti como Torquato Neto em 1967, quando compôs estes versos da canção Domingou, gravada por Gilberto Gil: "O jornal de manhã chega cedo/ Mas não traz o que eu quero saber/ As notícias que leio conheço/ Já sabia antes mesmo de ler".

Li, li e nada encontrei de realmente novo e importante para colocar no blog (além de também não me sentir inspirado nem animado para escrever eu mesmo um artigo). 

Então, decidi aproveitar esta crônica do Antonio Prata, contundente como têm de ser nossos textos hoje, pois as críticas amenas e bem comportadas estão em descompasso com a medonha tragédia atual.

É de duas semanas atrás, lamento. Tardei a ficar sabendo de sua existência. 
Mas, pior do que ter passado batido no momento correto seria não corrigir o erro agora. (CL)

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