"Foi [inicialmente] uma reação bem negacionista e bem raivosa. Eu simbolizava a notícia e ele [Bolsonaro] ficou com raiva do carteiro, ficou com raiva do Ministério da Saúde...
...Eu nunca falei em público que eu trabalhava com [a perspectiva de] 180 mil óbitos se nós não interviéssemos, mas para ele [Bolsonaro] eu mostrei, entreguei por escrito, para que ele pudesse saber da responsabilidade dos caminhos pelos quais ele fosse optar...
...Ele se apegou àquela cantilena de pessoas que vão ao seu redor e começam a falar o que ele queria escutar. Nunca aceitou sentar comigo para ver a realidade que o seu governo estava para enfrentar.
Me lembro de uma pessoa da saúde pública, um ex-parlamentar, que falava que só iria ter 3 mil óbitos e duraria só quatro semanas.
Daí veio a história da cloroquina e foi uma válvula de escape para ele." (declarações de Henrique Mandetta, o penúltimo ministro da Saúde do Brasil, antes que tal Pasta se tornasse um puxadinho da caserna)
2 comentários:
É, Celso...
Seus prognósticos também estavam certíssimos.
"Cassandras" nesta sociedade debochada.
Parece que o que se tem que passar não tem nada que evite
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Assisti "A Escolha de Sofia" e continuo afirmando que a responsabilidade total pelas perdas dela foi dos nazistas.
Hoje é a mesma coisa.
Olhar nos olhos do carrasco e dizer: "a responsabilidade por isso é toda sua"!
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Meu caro SF,
o Bolsonaro que emerge do relato do Mandetta é um ser monstruoso: um governante que, informado de que advirá a morte de 180 mil brasileiros, imediatamente começa a procurar artifícios para ser isentado da culpa, ao invés de pensar em formas de evitar que a matança atinja patamares tão extremos.
E pensar que ele ainda se faz passar por cristão! Alguém que ama tão desmedidamente a si mesmo seria incapaz de amar com a mesma intensidade quem quer que fosse: Cristo, pais, esposas, filhos. Nada seria capaz de competir com tamanha egolatria.
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