rui martins
É HORA DE PROCESSAR BOLSONARO NA CORTE INTERNACIONAL DE JUSTIÇA
Não vamos esperar que o presidente Bolsonaro, num gesto de desespero, provoque uma fratura nas forças públicas e militares e tente lançar o país numa guerra civil.
Neste momento, reforçado pelas manifestações contra o nazifascista Bolsonaro em todo o país, é importante começar a reunir os elementos para submetê-lo, juntamente com sua família, a um processo por crime contra humanidade na Corte Internacional de Justiça.
A reação negativa aos atos autoritários e ameaças proferidas por Bolsonaro, que envolvem a estabilidade física da região amazônica com repercussões no equilíbrio de todo o planeta, já criaram uma frente de resistência internacional.
A falta de uma política de proteção da população contra o avanço do Coronavírus no Brasil vem aumentando a cada dia o número de contaminados e mortos.
Além de não proteger o povo, Bolsonaro estimula grupos religiosos fanáticos, de mentalidade medieval, contrários à quarentena e, de modo geral, ao enfrentamento científico da pandemia. Incentiva uma estranha resistência com orações, rezas e fetiches bíblicos, provocadores de contaminações suicidas.
O surto nazifascista, no qual se apoia a família Bolsonaro, não é majoritário. Parte, na verdade, de um grupo minoritário, mas extremamente ativo, de manipuladores religiosos e verdadeiros falsos profetas enganadores, cujo objetivo é o de destruir as bases culturais brasileiras para substituí-las por crenças exportadas pelos Estados Unidos, numa invasão subliminar religiosa, com o objetivo de dominar o maior país da América Latina.
Esse processo de cegueira coletiva usa ao extremo os símbolos patrióticos nacionais, como a bandeira e suas cores, ao mesmo tempo em que procura destruir a nação brasileira, suas origens, suas florestas e suas riquezas.
A chamada mensagem do Evangelho é utilizada como pretexto para destruir aldeias e populações indígenas, apossando-se de suas terras, a fim de transformar o Brasil num imenso curral de gado, sem nenhuma preocupação com as danosas consequências em termos de desertificação para toda a região amazônica.
Nada justifica a transplantação para o Brasil de um lendário faroeste estadunidense. Nossas terras já foram demarcadas, nossa cultura prevê o respeito aos povos indígenas, aqui existentes antes de Cabral.
Nossa literatura e nossa poesia cantam o respeito às nossas riquezas naturais — nossas árvores, nossos pássaros e nossa riqueza natural que deve ser preservada na sua variedade e não sacrificada para dar lugar a fazendas de gados.
Nossa literatura e nossa poesia cantam o respeito às nossas riquezas naturais — nossas árvores, nossos pássaros e nossa riqueza natural que deve ser preservada na sua variedade e não sacrificada para dar lugar a fazendas de gados.
Bolsonaro e sua família querem destruir o Brasil, acabar com suas lendas, seus contos, seus Monteiros Lobatos, Josés de Alencar, Castros Alves, Olavos Bilacs, nossa diversidade branca, negra, tupi, indígena; e substituir nossas histórias e lendas pelas narrativas míticas do velho e novo testamento, ou de cowboys armados e atirando.
Vamos processar na Corte Internacional de Haia, na Holanda, essa família de bandidos que demonizou o exercício do poder e mesmo acafajestou, vulgarizou e vem reduzindo nossa própria e rica língua portuguesa a algumas dezenas de palavrões.
Quantos crimes estão sendo permitidos, além deste maior, o genocídio causado pela má gestão e má proteção do povo diante do ataque do coronavírus (cujo número diário de mortes agora se procura esconder do povo e do mundo)?
Centenas de milhares de brasileiros estão morrendo neste momento de crise por falta de proteção, ajuda econômica tratamento adequado. A família Bolsonaro é cúmplice desses óbitos e deve ser processada por isso.
No Brasil será difícil? Existe o recurso do processo fora do Brasil, junto à Corte Internacional de Justiça. É hora de fazer-se justiça e de honrar-se a memória de tanta gente morta por falta de proteção.
Advogado com registro na OAB, apelo aos meus colegas e à própria entidade, para nos mobilizarmos numa frente ampla contra esse crime organizado. Existem colegas com muito mais experiência que poderão cuidar do texto-base da denúncia. Leitores poderão dar seu apoio nos comentários para reforçar a denúncia junto à Corte Internacional de Justiça. (por Rui Martins)
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P.S. — Isso me lembra o Encontro com a Liberdade, no teatro Paramount em São Paulo, contra a ditadura militar, em janeiro de 1967. Começou assim, num texto convocatório meu e do Ivan de Barros Bela, ambos jovens jornalistas do Estadão.
Obtivemos o apoio do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo e o ato público reuniu, junto com o ex-senador Mario Martins, cerca de 15 grandes lideranças nacionais contra o arbítrio. Teatro repleto, éramos mais de 5 mil. Para muitos de nós, foi o começo de uma longa jornada que incluiu o exílio.
Obtivemos o apoio do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo e o ato público reuniu, junto com o ex-senador Mario Martins, cerca de 15 grandes lideranças nacionais contra o arbítrio. Teatro repleto, éramos mais de 5 mil. Para muitos de nós, foi o começo de uma longa jornada que incluiu o exílio.
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