quarta-feira, 15 de abril de 2020

QUEM ESTÁ NA AREIA MOVEDIÇA, QUANTO MAIS SE DEBATE, MAIS DEPRESSA AFUNDA. NEM ISTO O BOLSONARO SABE. AZAR DELE!

josias de souza
HIPÓTESE DA TROCA DE MANDETTA
 DAR CERTO É INEXISTENTE
O litígio que Jair Bolsonaro criou com Henrique Mandetta é uma crise do governo, para o governo e pelo governo. 

Autossuficiente na produção de encrencas, o presidente conseguiu a façanha de amarrar um nó no próprio pescoço. A troca do ministro da Saúde não resolverá o problema. E ainda pode agravá-lo. 

Bolsonaro está diante de duas opções: ou acomoda na poltrona da Saúde um nomão da medicina ou entrega o assento a um bajulador. 

Se conseguir atrair um figurão respeitado, trocará seis por meia dúzia. E o problema ficará do mesmo tamanho. A dicotomia que infectou suas relações com Mandetta continuará no ar. 

Se Bolsonaro optar pela nomeação de um devoto da sua teoria da volta à normalidade, a gestão científica da crise do coronavírus, adotada ao redor do mundo e aprovada pela maioria dos brasileiros, sofrerá um cavalo de pau. E o problema da dubiedade será substituído por outro mais grave: a unidade em torno do equívoco. 
O monstro parece ter esquecido que, se tomar o lugar do médico, ele morre. Alguém lamentará?
Mantida a intenção de trocar Mandetta, assim que Bolsonaro encontrar o substituto ele terá de conceder uma entrevista coletiva. A primeira pergunta a ser feita ao novo ministro será a seguinte:
"O senhor acha que o isolamento social deve ser levantado imediatamente ou apenas quando o vírus permitir?" 
Conforme a resposta, vai-se saber se o capitão efetivamente resolveu dançar a coreografia da enganação com um outro Mandetta ou se preferiu assumir finalmente o cargo de ministro da Saúde por meio de um acólito que diga amém às suas ideias. 

Em qualquer hipótese não há o risco de a troca de comando no Ministério da Saúde dar certo. A questão é saber até que ponto Bolsonaro deseja apertar o nó que amarrou no seu pescoço. (por Josias de Souza)
Há mais de 40 filmes derivados da novela famosa de Robert Louis Stevenson,
entre versões fiéis e adaptações criativas. Este é a de 2003,
dirigido por Maurice Phillips

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