terça-feira, 24 de março de 2020

POR QUE NÃO FAZERMOS O TIO PATINHAS BANCAR NOSSOS GASTOS COM A PANDEMIA?

Quatro entidades de auditores fiscais apresentaram nesta 2ª feira (23) um conjunto de 14 propostas no sentido de tributar-se a renda e o patrimônio dos biliardários para a arrecadação R$ 272 bilhões a serem usados contra a crise econômica, que será aprofundada pelos gastos com a epidemia do coronavírus.

Um dos economistas que ajudou a elaborar a proposta, o professor Eduardo Fagnani, da Unicamp, disse ao blogueiro Leonardo Sakamoto, que noticiou a iniciativa (vide aqui):
"Preocupar-se com as finanças públicas num momento desses é perverso e contraproducente. Gastar muito pouco é uma ameaça maior à prosperidade do que gastar muito. Empréstimos generosos, garantias e programas de apoio de renda deveriam ser implementados".
Estes brasileiros mais ricos (Forbes) possuem R$ 115,5 bilhões. Vamos ordenhá-los?
Esclareceu, em seguida, que tais palavras não eram dele, "mas do jornal Financial Times, que não pode ser acusado de ser contra o mercado". Segundo ele, taxar os super-ricos ao invés de retirar proteções dos mais pobres é uma solução que "ganhou apoiadores entre economistas liberais e gestores públicos em todo o mundo".

Parte das medidas propostas geraria recursos ainda em 2020, o restante em no próximo exercício. "Mas temos de pensar o processo em etapas: estamos com uma emergência agora. E, depois, vamos precisar de recursos para sair do buraco."

Na sua opinião, basta vontade política para tal pacote Robin Hood virar realidade:
Scrooge, personagens de Dickens que inspirou o Tio Patinhas
"Para os muito ricos, isso significaria muito pouco, uma lasca do que eles têm. Mas pode ajudar milhões de brasileiros a sobrevirem com dignidade durante a crise, e depois dela".
Da minha parte, nunca aderi ao quanto pior, melhor, ou seja, que a penúria seria boa para os pobres se darem conta de que o capitalismo é o grande vilão de suas vidas. Se for possível arrancar-se tal grana dos parasitas e ociosos que a obtiveram às custas da exploração do homem pelo homem, deve-se, sim, fazê-lo. O quanto antes!

Tendo, contudo, sempre em vista que só se trata de um paliativo. Um mar de iniquidades decorre de a economia ter como prioridade suprema a extração do lucro e não a promoção do bem comum. 

"Por detrás de uma grande fortuna há um crime" (Balzac) e, na atualidade, o capitalismo está conduzindo a humanidade automaticamente para seu extermínio, conforme alertou Norman O. Brown. 

Resumo da ópera: diminuir a desigualdade em doses homeopáticas não basta, ele tem mesmo é de ser superado.
Quanto a Robin Hodd, não há sequer certeza de que tenha existido. Pode não passar de uma lenda, simbolizando a justiça social com a qual os pobres, no século 13, só podiam sonhar, pois não estavam dadas as condições para sua concretização. (por Celso Lungaretti)

Um comentário:

Henrique Nascimento disse...

Robin nunca existiu. Viver para ver esses ricos de dinheiro e pobres em altruísmo aceitarem e os seus amigos congressistas quererem mexer com isso.

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