quarta-feira, 23 de outubro de 2019

CHAMAM-NA DE REFORMA DA PREVIDÊNCIA; NOVES FORA, NÃO PASSA DA REPETIÇÃO DO BAILE DA ILHA FISCAL COMO FARSA.

Eis aqui o baile da Ilha Fiscal, às vésperas da derrubada da monarquia no Brasil...
simone bitar
BAILE DA ILHA FISCAL: O ÚLTIMO
SUSPIRO DA MONARQUIA NO BRASIL
O vaivém não parava. Eles desciam das barcas a vapor e moças em trajes de fadas e sereias os recepcionavam. O tilintar das taças se misturava aos risos e à música. Nunca se havia visto no Brasil tanto luxo. Tudo havia sido preparado para fazer do Baile da Ilha Fiscal, promovido por D. Pedro II no sábado, 9 de novembro de 1889, um evento inesquecível.

A ilha Fiscal contava com um gerador, instalado num barracão ao lado do palacete, que forneceu eletricidade para milhares de lâmpadas dentro e fora do edifício. Além das milhares de velas, balões e lanternas venezianas, os holofotes do couraçado Almirante Cochrane e de outros navios da Marinha ancorados ali perto faziam com que a ilha fosse o lugar mais iluminado do mundo, como escreveram os jornais da época.
...e aqui, a aprovação no Senado da reforma da Previdência, que já nasce superada pela crise capitalista
Na ocasião, ironicamente, houve um momento de descontração quase premonitório: o velho Pedro, ao andar pelos salões, teria tropeçado num tapete e quase levado um tombo bruto. 

Na situação, o imperador disse: "O monarca tropeçou, mas a monarquia não caiu". Por ironia do universo, em uma semana o Bragança não precisaria titubear para que a piada tivesse um plot twist.

Aquela foi a última festança do Império. Seis dias depois, o imperador seria deposto. Como toda balada que se preze, havia um motivo um tanto protocolar para a festa, por mais que as 2 mil pessoas presentes não dessem muita bola: homenagear o alto escalão do couraçado chileno Almirante Cochrane, ancorado no Rio de Janeiro havia duas semanas.

Mas, na verdade, era para celebrar as bodas de prata da princesa Isabel e do conde d’Eu e provar que a monarquia seguia viva e forte (pura balela!). No baile – um sucesso – o clima era calmo, mas Pedro II pouco se divertiu.
Agora, só resta aguardarmos a imensa felicidade que uma reforma idêntica trouxe aos chilenos
Na festança foram consumidos 188 caixas de vinho, 80 caixas de champanhe e 10 mil litros de cerveja, além de licores e destilados. O dinheiro gasto no baile, 100 contos de réis, foi retirado do Ministério da Viação e Obras Públicas.

No total, 48 cozinheiros trabalharam por três dias para alimentar os convidados, servidos por 150 copeiros. O cardápio tinha peças inteiras de caça e pesca e uma infinidade de aves exóticas, Mesas em forma de ferradura foram colocadas no pátio para servir o jantar. Entre as sobremesas, sorvete, novidade da época.

Chiques e famosos embarcavam em três vapores que saíam do cais Pharoux, na atual praça 15 de Novembro, centro do Rio. Lá, uma banda da polícia animava a noite do povo – com nada de valsa. Duas bandas militares tocaram quadrilhas, valsas, polcas e mazurcas para os convivas, que dançaram em seis salões do castelo – a princesa Isabel foi uma das pés-de-valsa. (por Simone Bitar, para a Aventuras na História).
TOQUE DO EDITOR — Será necessário repetir pela enésima vez que a reforma da Previdência parida pelo mercador de ilusões Paulo Guedes, além de ser mais um passo no sentido da desumanização do Brasil e da insensibilização dos brasileiros face à agonia dos desprotegidos, só produziria o almejado efeito de alavancar a retomada do crescimento econômico se ainda estivéssemos na década passada (mais precisamente, antes da crise do subprime, em 2008)?

Creio que não. Os leitores do blog, principalmente dos artigos do Dalton Rosado, estão carecas de o saber. O triunfo tão festejado pelo mercado, pelos reaças e pela mídia manipuladora não passou de uma batalha de Itararé. Não tirará o país do sufoco.

E nem mesmo vai ter as consequências alarmistas que a esquerda desvirtuada trombeteou, pois o estoque de paliativos com que o capitalismo tem driblado a depressão anunciada está chegando ao fim. 

Ou seja, o tsunami econômico deverá chegar para os trabalhadores antes do momento em que se aposentariam caso não tivesse havido a festa pobre que o sistema armou pra nos convencer. (por Celso Lungaretti)

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