domingo, 22 de setembro de 2019

JÁ NEM ME LEMBRAVA DESTE CONTO SCI-FI QUE ESCREVI BEM LÁ ATRÁS. MAS, É COMO DISTOPIA QUE O AMANHÃ SE DELINEIA...

Por Celso Lungaretti
O jornalista Hélio Fernandes, irmão do Millôr, dizia ser capaz de escrever um jornal inteiro, desde o editorial até os necrológios.

Por obrigação ou diversão, acabei também fazendo quase tudo com a palavra escrita: autobiografia, textos jornalísticos, cases, discursos, teses, manifestos, panfletos, crítica artística, ensaios, crônicas, poesias, roteiros, etc.

Como este conto de umas quatro décadas atrás, quando eu era devorador compulsivo das obras de Philip K. Dick, Robert Heinlein, Kurt Vonnegut Jr., Richard Matheson, Robert Silverberg e Ray Bradbury.

Desde então, as ameaças à humanidade só aumentaram, o que o faz, para infelicidade minha e de todos que estão cientes de quão sombrios são cenários que nos esperam adiante, até mais pertinente do que então... 
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GARGALHADA NO INFINITO
Contar ou não a verdade?

Andrônicus vê sua face no espelho, os fios grisalhos se espalhando pela barba, as rugas na testa, o olhar cansado. Lá fora as vozes excitadas, os votos de boa sorte para quem fica e quem vai, o início das despedidas.

Uma hora para a partida. Ou sessenta minutos. Ou três mil e seiscentos segundos. Três mil e seiscentas ocasiões para dizer a primeira palavra, à qual iria seguir-se outra, e outra, e outra, até que ele desembuchasse tudo. E a festa acabaria nesse exato instante, substituída pelo desespero, talvez pancadaria, provável prostração.

De que lhes serviria a verdade? Por que destruir os planos elaborados com tanta argúcia e infinitos cuidados pelos Doze?

Andrônicus olha atentamente o auto-refletor, verificando se estão impressas em seu rosto as marcas do cinismo. Lembra de uma história que foi estudada em sua classe de Antiguidade Cultural, sobre alguém que fez um pacto com uma força maligna para permanecer eternamente jovem, enquanto uma imagem bidimensional sua é que envelhecia e se transformava.

Cada vez que aquele tal... Florian?... cometia um ato vil, hipócrita ou criminoso, a imagem ficava mais feia e repulsiva. “E eu, quão repulsivo deveria parecer?” – atormenta-se Andrônicus. Mas, malgrado seu estado de espírito, o que vê são as feições de um homem digno, apesar dos traços de fadiga e desânimo.

Quando Druso lhe expôs o plano, entretanto, tudo pareceu lógico e justificável.

O solo do Território se exauria de mês a mês, de semana a semana. A produção de cereais era cada vez menor. Verduras e frutas, então, haviam se tornado raríssimas. E as severas medidas anticoncepcionais foram tomadas demasiadamente tarde.

A Colônia estava com 1.248 habitantes. Em um ano, todos estariam se alimentando mal. Em dois, haveria fome e os mais fracos começariam a sucumbir. Em três, a subnutrição, doenças e matanças coletivas acabariam reduzindo a população a menos de cem pessoas. E, mesmo para estas, a perspectiva de vida seria pouco animadora – no máximo, cinco anos.

“Por que não administrarmos esse processo, evitando o sofrimento inútil?” – propôs Druso. 

“Podemos fazer uma seleção científica dos indivíduos que mais merecem sobreviver e eliminar os outros de maneira rápida e indolor. Reduzindo-se imediatamente o consumo de alimentos, o horizonte de vida dos remanescentes se ampliará para uns vinte anos. Talvez dê tempo para surgir alguma salvação...”

Foi assim que Druso lhe explicou a coisa toda, quando pediu sua adesão ao plano. E Andrônicus, único arquiteto de astronaves que sobrevivera às grandes catástrofes, não parou para avaliar implicações morais; começou logo a pensar nos detalhes práticos do projeto.

Talvez tenha pesado mesmo a possibilidade de voltar a exercer sua velha profissão – que, no caso, estava em estrita sintonia com a vocação. Projetar e dirigir a construção de astronaves era o que melhor fazia, o momento em que sentia graça e desenvoltura no seu corpo habitualmente canhestro.

E tão absorto esteve, construindo a astronave para 1.150 pessoas, que nem tomou conhecimento do processo de seleção. “Ou eu estava deliberadamente me alheando?”

O certo é que sua atitude começou a mudar quando Ilana foi compartilhar de seu leito. Desde que a grande peste levara sua mulher e filhos, Andrônicus se esquivava de relacionamento afetivos.

Tudo marchava para o fim e amar uma pessoa era estar sujeito a vê-la morrer antes de si, impotente para mudar o destino. Preferia partir sozinho, não deixando nada e ninguém para trás.

O desfecho, aliás, lhe parecia próximo. Na batalha pelos alimentos, cada vez mais escassos, os fortes alijariam os fracos e a juventude se imporia à velhice. Seus 45 anos não lhe inspiravam grandes ilusões; ademais, achava que já vivera o suficiente. Plantador medíocre, tinha suficiente autocrítica para saber que era um dos membros menos úteis da Colônia.

Trabalhar na construção da astronave lhe devolveu a auto-estima e injetou novo ânimo. Afinal, fazia algo que nenhum outro poderia ou saberia fazer. E, a cada cálculo que realizava ou a cada solução prática encontrada para substituir componentes que já não existiam, mais sentia-se forte e revigorado. Sem o perceber, fazia as pazes consigo mesmo e com a vida, após longos meses de indiferença.

Gostaria de acreditar que foi esta mudança íntima que trouxe a jovem Ilana para o seu leito. Mas, quando conseguia raciocinar friamente, sem a embriaguez do prazer, era obrigado a admitir que ela provavelmente fora atraído por seu novo status. Pai da AstronaveArquiteto da Salvação – assim o chamavam. Tudo muito impressionante para uma moça que crescera no tempo das privações, sem ídolos para cultuar ou heróis para admirar.

Na primeira noite, ele a procurou quatro vezes, surpreendido com a própria virilidade, que parecia retornar com exigências multiplicadas. E por mais que tentasse conservar o equilíbrio, uma parte mais poderosa do seu eu o impelia a se atirar mais e mais sobre aquele corpo macio e tão desejável. 
Ao amanhecer, enquanto Ilana dormia profundamente, Andrônicus surpreendeu-se a chorar baixinho, sem saber direito por quê. Foi naquele dia que passou a prestar mais atenção no que acontecia ao seu redor.

Agora, fica imensamente pesaroso ao perceber que uma bonita morena, parecida com Ilana, comemora sua inclusão na viagem. Capta o absurdo da situação: os que partem, acreditam que encontrarão a fartura e a possibilidade de começar nova vida em Alpha Centauri, então estão exultantes; os que ficam, recebem isto como uma condenação.

Quais haviam sido mesmo os critérios da seleção? Ah, sim, lembra Andrônicus: iriam se salvar ele próprio, os Doze, os melhores cientistas e técnicos, alguns plantadores vigorosos e três moças férteis para assegurarem a sobrevivência da espécie, caso fosse encontrada uma alternativa para alimentar os pósteros (esperança remota...). Druso dissera que estaria aí a matéria-prima para uma nova civilização, ou, ao menos, para elaborar um registro fiel daquela que se extinguia.

Andrônicus, desde o início, não conseguia evitar o pensamento de que ele só entrara no rol dos sobreviventes pelo fato de ser o único arquiteto de astronaves disponível – caso contrário, ninguém lamentaria que ele explodisse no espaço.

Seu redescoberto interesse pela vida, contudo, despertou-lhe o interesse pelos que morreriam. Vasculha suas lembranças, tentando compor um perfil de cada conhecido designado para a viagem sem volta.

Percebe que, mesmo não tendo um verdadeiro amigo em toda a Colônia, era cada vez mais difícil para ele aceitar a morte de pessoas com quem convivera distraidamente nos últimos anos. Até começa a perceber virtudes e méritos em quem antes absolutamente não o atraía.

Faltando 54 minutos para a partida, procura Druso e lhe impõe uma condição: só cumprirá seu papel até o fim se Ilana for excluída da relação de passageiros. O ancião, com um olhar irônico, aceita.

Difícil mesmo é consolar a jovem, que via como uma destinação natural contribuir para a colonização de Alpha Centauri, com seu vigor e fertilidade. Andrônicus fica tentado a contar-lhe a verdade, mas se contém. A muito custo, ainda conserva o autocontrole.

Trinta e oito minutos para a decolagem. Agora, os segundos se escoam rapidamente, a partida cada vez mais próxima e, com ela, a morte física de tantas pessoas e a morte moral de Andrônicus. Ele mal consegue tirar os olhos dos digitais, sentindo duas poderosas forças lutarem dentro de si, anulando-se e paralisando-o nessa espera ansiosa.

Sabe que, quaisquer que sejam as justificativas racionais para a eliminação daquela gente, ele e os Doze serão amaldiçoados pelos deuses. Organizaram tudo com calculismo e má fé, misturando argumentos lógicos e interesses particulares. “Não merecemos sobreviver”, constata Andrônicus.

A alegria de viver, reencontrada com Ilana, volta-se contra ele, na forma de uma acusação: seu ninho amoroso se assentará sobre cadáveres.

E se falar? Aí, estará tirando a última esperança de toda a comunidade. Morrerão todos, do mesmo jeito, e sem nenhuma ilusão. Será um preço justo a pagar para que o cidadão Andrônicus conserve sua integridade moral?

Repassa os prós e contras, enquanto o tempo marcha inexoravelmente. A 28 minutos da decolagem, Ilana vem até ele, chorosa, após ter se despedido da família. “Pelo menos nós continuaremos juntos, é meu único consolo” – diz. Isto faz Andrônicus sair do impasse.

Compreende que o vôo da morte piedosa não é errado em si, mas as pessoas que tomaram uma decisão tão terrível não devem lucrar com ela. Quem é capaz de sacrificar tantos e tantos companheiros em nome de uma lógica abstrata tem algo de desumano dentro de si, não serve como semente de uma nova civilização nem como oficiante do enterro da velha. Há outros mais dignos para esses papéis.

Ademais, a perspectiva de ter Ilana como recompensa de sua ignomínia é demais para Andrônicus. Só existe um caminho para livrá-lo da abjeção absoluta. E ele resolve ir em frente.

Os Doze estão reunidos na Sala do Poder. Compungidos, até chorosos, mas com a inabalável determinação de sobreviverem. Mesmo sabendo que têm poucos anos pela frente; cinicamente, dizem que, para cada um que morrer, mais alimentos sobrarão para os sobreviventes.

Andrônicus não vacila nem se deixa intimidar. Diz aos anciães que, ou anunciam sua decisão de seguirem também na astronave, ou toda a trama vai ser revelada e os Doze acabarão sendo trucidados pelo povo em fúria. O ultimato acaba sendo aceito.

Treze que se preparavam para viajar, são então forçados a desistir. Adrônicus faz questão de indicá-los pessoalmente: filósofos, poetas e músicos, que deles uma nova civilização não pode prescindir.

Na hora do embarque seu último olhar é para Ilana. “Céus, quanto tempo desperdicei!” – reflete, exatamente quando tempo é o que já não tem.

A bordo, é quem com mais veemência fala sobre as delícias que encontrarão em Alpha Centauri. Quase se convence de que seja realmente fértil e habitável, ao invés de mais um entre todos os planetas áridos e desolados que cercam o agonizante Território.

Nos momentos que antecedem a explosão, seus pensamentos são mesmo para o corpo de Ilana. E tão bem o recorda que, a poucos segundos da hora final, tem uma ereção.

Dando-se conta do absurdo da situação, não consegue reprimir um acesso de riso, que vai contagiando um a um os companheiros de viagem, até desembocar numa ruidosa e triunfal gargalhada.

8 comentários:

axel_terceiro disse...

Belo resto, Celso.

Não é bem Sci-Fi, mas poderia dizer, por favor, sua opinião sobre George Orwell?

axel_terceiro disse...

Desculpa a fulga do assunto inicial do texto, Celso. Acompanho você já há uns consideráveis anos (desde 2011). Poderia, por favor, me tirar uma dúvida: do alto da sua experiência de vida, se tivesse que aconselhar um jovem, recomendaria a ele, profissionalmente, a fazer o que gosta ou o que dá dinheiro??

celsolungaretti disse...

Axel,

o Orwell era um esquerdista ingênuo quando foi lutar na Espanha, junto com muitos outros voluntários ingleses que integraram as Brigadas Internacionais contra o fascismo. Sua visão era de que a esquerda tinha de esquecer divergências e unir-se para derrotar o inimigo maior.

Mas, por acaso, colocaram-no numa unidade combatente subordinada ao POUM (trotskista). E ele a viu ser sabotada o tempo todo pelos stalinistas, que eram a força dominante porque a URSS só a eles fornecia armas e recursos.

Em contrapartida, exigia que trotskistas e anarquistas promovessem os mesmos expurgos da velha guarda revolucionária que eram promovidos na URSS; caso contrário, deixava seus contingentes à míngua, prejudicando-os incessantemente. Além de ter forçado os comunistas espanhóis e devolverem fábricas e igrejas que as forças populares haviam tomado no começo da resistência a Franco.

Orwell foi ferido e teve de voltar à Inglaterra, totalmente convicto de que o principal responsável pela derrota na Espanha tinha sido o Stalin, por tirar do proletariado espanhol todos os motivos para lutar e por causar divisões irreparáveis no front republicano. A partir daí, indignado, escreveu "A revolução dos bichos" e "1984", críticas contundentes ao stalinismo.

A maior parte dessas críticas era 100% correta, mas, aproveitando o fato de que a propaganda anticomunista utilizou-as panfletariamente contra a URSS, os stalinistas difamaram Orwell da forma mais vil e repulsiva.

Detalhe interessante: as teses do dissidente Emmanuel Goldstein, em "1984", foram claramente inspiradas no livro "A revolução traída", do Trotsky. Em termos gerais, pode-se dizer que ele voltou da Espanha como trotskista. Mas, às vezes exagerou um pouco no repúdio à URSS desvirtuada do Stalin, fragilizando sua posição.

axel_terceiro disse...

Essa curiosidade sobre "A Revolução Traida" eu desconhecia, Celso. Vou atrás do livro. Gosto como o Orwell capta bem o cinismo e a volatilidade discursiva de parte da esquerda

celsolungaretti disse...

Axel,

eu, obviamente, fiz o que gostava na minha carreira, mas constatei que é muito difícil trabalhar em meio à amoralidade capitalista mantendo-se íntegro. Você é empurrado o tempo todo para preferir as conveniências, em detrimento do que´e justo e correto.

Nem me lembro mais de quantas vezes tive de colocar minha demissão na balança para não sujeitar-me a fazer aquilo que considerava infame e indigno. Quase sempre prevaleci, mas apenas conseguindo uma escapatória individual: os patrões decidiam que era preferível manter-me na empresa, liberavam-me de envolver-me com encaminhamentos dos quais discordava e passaram a tarefa para outro funcionário,

Tive até mesmo de sabotar certas pautas, como quando trabalhavam n'O Estadão e me incumbiram de entrevistar aidéticos terminais sobre se suas esperanças haviam aumentado com as notícias sobre um novo tratamento que estava sendo desenvolvido no exterior.

Tentei de toda maneira convencer o chefe de reportagem que seria uma crueldade plantar na cabeça daqueles quase-defuntos a esperança de que a cavalaria chegaria na enésima hora para salvá-los, já que aquela novidade, mesmo que resultasse, demoraria anos para ser adotada em escala ampla.

Como não consegui convencer o imbecil, dei um jeito de fazer com que um médico consciencioso que estava na linha de frente do combate à aids tomasse conhecimento das minhas tentativas de fazer as malditas entrevistas. Como esperava, ele ligou para o Estadão horrorizado e suas queixas fizeram escalões superiores abortarem a reportagem.

Enfim, para não trair minhas convicções sofri muitos prejuízos profissionais (nem todos os episódios terminaram bem), mas consegui sobreviver a eles. Manter uma postura dessas já era difícil no meu tempo e hoje, ao que me dizem, tornou-se impossível.

Mas, vi também os colegas que fizeram a opção oposta, sacrificando valores, gratificações e aptidões pessoais e optando apenas pelo que seria mais lucrativo. Depois de uns 20 anos de carreira, ganhando bom dinheiro, já não aguentavam mais chegar na empresa e passar mais um dia desempenhando papéis e fazendo tarefas que os desagradavam.

Se correr o bicho pega, se ficar o bicho come.

axel_terceiro disse...

Certeza, Celso. Você é inteligente, articulado e escreve muito bem. Se eu fosse dono de jornal, você seria um dos primeiros que eu contrataria pra ser meu articulista, mesmo comigo discordando de você em alguns pontos.

Agora, eu não pergunto nem em relação a honestidade/desonestidade mesmo.Honestidade deveria ser algo inegociavel. Pergunto em relação à opção de um jovem escolher estudar algo que gosta (Como jornalismo, filosofia, cinema...) Ou estudar algo mais chato, porém, mais seguro do ponto de vista financeiro (as carreiras mais tradicionais ou coisas burocráticas). Se fosse dar esse conselho a algum jovem familiar seu com esta dúvida, o que diria??

celsolungaretti disse...

Axel,

"A revolução traída" mostra um homem muito consciente do que estava ocorrendo naquele momento e sem os instrumentos para transformar o diagnóstico correto em tratamento da doença.

Particularmente, eu considero mais interessante a leitura da trilogia do Isaac Deutscher, "O profeta armado", "O profeta desarmado" e "O profeta banido", pois ele não só coloca o que há de essencial em livros como esse, mas reconstitui também o cenário que o gerou. É fascinante vermos como esses grandes protagonistas históricos reagiam aos acontecimentos e encaminhavam suas lutas por meio de tais livros.

Quanto ao que vc perguntou, eu meio que respondi. Se você aplicar seus talentos fazendo aquilo que mais te agrada, evidentemente vai sentir-se melhor. Se optar pelo que lhe será mais rentável, essa satisfação de estar ganhando muita grana vai passar depois de algum tempo e aí você vai ficar mortalmente entediado fazendo dia após dia aquilo que não te agrada.

Em suma, é uma questão de opção. No meu caso, nunca atingi simultaneamente os dois objetivos. Ou ganhei uma boa grana fazendo coisas chatas (assessoria de imprensa, jornalismo econômico, etc.) ou me diverti muito mas chegava no fim do mês matando cachorro a grito (fazendo revistas de rock, críticas de filmes, etc.).

Consegui aguentar bom tempo nos ramos mal remunerados, quando me agradava muito a função que eu desempenhava. Mas, um dia a fonte secava.

Nas revistas de música, p. ex., escrevia para um montão delas numa editora especializada e ainda vendia nos sebos a tonelada de discos que as gravadoras me enviavam. Mas, houve uma crise que encareceu o papel e a editora teve de extinguir metade dos títulos em 1984; com os que sobraram, não havia jeito de eu arrancar grana suficiente para meus encargos todos. Foi o fim da etapa mais agradável da minha carreira

axel_terceiro disse...

Entendi, Celso. Qualquer forma, em qualquer uma das opções há riscos a serem enfrentados. Muito obrigado!

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