XEQUE MATE: UMA VEZ CONFIRMADA A VERACIDADE DAS MENSAGENS VAZADAS, A SENTENÇA DO LULA TERÁ DE SER ANULADA

O que já foi divulgado das mensagens trocadas entre Sergio Moro e os procuradores da força-tarefa da Lava Jato é mais do que suficiente para concluirmos que o ex-presidente Lula não teria sido condenado segundo as leis deste país, mas sim vitimado por um conluio entre o juiz que deveria julgar de forma isenta e o Ministério Público que deveria montar o processo sem favorecer ou prejudicar intencionalmente ninguém. 

Se Moro chegava ao cúmulo de recomendar que determinada procuradora não participasse da oitiva de Lula e o veto era mesmo acatado pela Lava Jato, não há mais nada a se discutir. É a gota d'água que fez o copo transbordar de vez.

Então, como disse o ministro do Supremo Gilmar Mendes, pouco importa a forma como tais mensagens chegaram ao The Intercept, mas sim se eram estas mesmas as afirmações delas constantes ou houve alguma adulteração.

Ou seja, resta agora uma questão meramente técnica: a realização de perícias. Se foi isso mesmo que conversaram, na surdina, partes que só deveriam tratar desses assuntos às claras e nos autos, a nulidade é a consequência óbvia e inescapável.

Caso contrário, só nos restará deixarmos de ilusões sobre Estado democrático de Direito e reconhecermos que estamos num Estado arbitrário de direita. 
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OBSERVAÇÃO: Após colocar este post no ar, fui ler a Folha de S. Paulo desta 6ª feira, 21, e constatei que o Reinaldo Azevedo chegara, com muito mais palavras, a idêntica conclusão (vide aqui).

Isto não me surpreendeu, afinal a revelação de que Moro conseguiu fazer com que fosse afastada das oitivas do Lula a procuradora Laura Tessler, do MPF, tem mesmo o impacto da famosa gota d'água.

Aproveito para registrar o pitoresco papel desempenhado pelo Azevedo, que tanto fez para que Dilma fosse impichada e o Lula preso, acreditando que, a partir daí, ele seria entronizado como o  guru nº 1 de uma suposta direita democrática.

É que o Azevedo acredita que ainda exista algo assim no Brasil de hoje. Eu avalio que ficou lá para trás, não tendo sequer ingressado no século 21...

Quando tomou um chapéu dos novos bárbaros do bolsonarismo, que gostam mesmo é dos zurros bombásticos do Olavo de Carvalho, Azavedo passou a se dedicar, com idêntica competência, à tarefa de implodir a direita troglodita. Antes tarde do que nunca. (por Celso Lungaretti)