bruno boghossian
GOVERNO ABANDONA GUEDES E
REFORMAS SOZINHOS NA LINHA DE TIRO
Em sua primeira visita ao Congresso, na semana passada, Paulo Guedes reclamou dos aliados do governo. Atacado até pelo PSL, o ministro parecia se sentir traído. “A gente anda dez metros e, de repente, vê que levou um balaço de gente que é nossa mesmo”, desabafou.
Será que depois deste filme... |
O chefe da equipe econômica voltou a encontrar o mundo político nesta quarta (3) para discutir a reforma da Previdência. Na Câmara, o partido de Jair Bolsonaro não disparou, mas deixou Guedes sozinho por horas na linha de tiro.
A proposta do governo perambula como um filho feio sem pai. Parlamentares de centro e da oposição fazem críticas pesadas, enquanto poucos governistas se arriscam a apoiar uma medida impopular.
Nas primeiras quatro horas e meia de audiência, o único deputado do PSL a discursar foi o líder do governo na Câmara. Seria generosidade dizer que Major Vitor Hugo fez uma defesa enfática da reforma.
O deputado gastou quase metade de seu tempo com elogios a Guedes por sua “coragem e determinação”. Nos minutos que restaram, desfiou platitudes sobre a proposta, sem responder ao festival de bobagens de alguns integrantes da oposição.
No meio do tiroteio em cima do ministro e da reforma, Vitor Hugo ainda parabenizou tanto a oposição quanto “deputados mais alinhados com o governo”. Não seria possível chamá-los exatamente de aliados.
...vamos assistir a este? |
O episódio evidenciou a falta que faz uma coalizão comprometida com o governo. Líderes dos partidos que poderiam dar sustentação a Bolsonaro estavam sorridentes numa sala reservada para cumprimentar o ministro antes da sessão, mas foram embora antes do início do falatório.
Sem proteção, Guedes ainda foi obrigado a ouvir um insensato Zeca Dirceu (PT) dizer que ele é tigrão para cortar benefícios de pobres, mas tchutchuca para tirar privilégios de banqueiros.
O vexame só terminou porque o presidente da comissão encerrou a audiência. O ministro teve que ser escoltado por policiais e meia dúzia de deputados. (por Bruno Boghossian)
Um comentário:
Lamentável que a referência cultural do Zeca Dirceu seja a subcultura funkeira. Saudades de uma época em que o petismo era mais ilustrado.
A crítica foi tão grosseira que esvaziou seu potencial.
Postar um comentário