sábado, 27 de abril de 2019

O MUNDO ESTÁ PRENHE DE REVOLUÇÕES – 4

(continuação deste post)
Austrália: ilha de prosperidade que deverá enfrentar problemas em médio e longo prazos.
A cena da Oceania – o chamado novíssimo continente, apesar dos aborígenes lá habitarem há mais de 60 mil anos, tem pouco significado habitacional em relação à população mundial, pois toda a ilha continente, como é também é conhecida, possui pouco mais de 35 milhões de habitantes, ou seja, pouco mais de 0,4% da população mundial.  

É formada por cerca de 14 Estados soberanos, vez que lá existem pequenas ilhas que compõem o seu vasto território continental, em sua maior parte desabitado em razão da diversidade topográfica e de tais regiões serem inóspitas. 

A Austrália, colonizada por ingleses, detém 25 milhões de habitantes, que corresponde a cerca de 75% de toda a população da Oceania; juntamente com a Nova Zelândia, com seus 500 mil habitantes, exibe resultados econômicos que a situam entre as ilhas de prosperidade mundiais. 

O restante do continente, com Papua-Nova-Guiné e as demais ilhas, registra níveis econômicos idênticos aos países da periferia do capitalismo.
Papua-Nova Guiné: pobreza e bruxaria.

A Austrália tem uma economia pujante (seu PIB é de US$ 1,3 trilhões). Como a sua população é pequena, a renda per capita está em cerca de US$ 50 mil, bastante expressiva.

Entretanto, confirmando a regra geral, a Austrália, considerada bom exemplo capitalista, vem enfrentando problemas com uma dívida externa na casa de US$ 1,6 trilhão, que já supera em 120% o seu PIB anual (o qual, por sua vez, deve crescer apenas 2,2% em 2017, um resultado insatisfatório) e taxa de desemprego de 5,6%, números que sinalizam problemas em médio e longo prazo.

Assim, excluindo-se Austrália e Nova Zelândia (que também têm pobres), cujos números são inexpressivos relativamente à sua importância para a economia mundial, podemos dizer que quase 30% da população da Oceania vive em estado de pobreza, o que demonstra a desigualdade de renda capitalista mesmo num continente considerado próspero e que é grande em extensão territorial, mas pouco habitado. 

A cena nas Américas – o continente americano, o novo mundo, como a história o qualifica modernamente, é formado, em termos geopolíticos, por três blocos regionais: as Américas do Norte, Central; e do Sul.

Com uma população total de cerca de 1 bilhão de habitantes (pouco mais de 13% da população mundial), retrata bem as disparidades que o capitalismo produz mundo afora. 
Artificialidades têm evitado que os EUA sofram com sua gastança

A América do Norte abriga a Meca do capitalismo mundial, os Estados Unidos, país que após as 1ª e 2ª guerras mundiais (das quais participou com contingentes humanos, armamentos e infraestrutura bélica, mas sem que o seu território sofresse agruras significativas), emergiu como potência bélica mundial.

Depois da 2ª Guerra mundial, os Estados Unidos se tornaram a potência econômica com maiores condições de bancar a reconstrução europeia com financiamento e tecnologia; o chamado Plano Marshall foi decisivo para o restabelecimento econômico do chamado velho continente.

Pelo tratado de Bretton Woods (1944), o dólar estadunidense foi adotado como moeda internacional, com paridade em reservas de ouro; no entanto, em 1971, sob o governo de Richard Nixon, deixou de ser exigida a paridade ouro para a sua emissão, com o dólar dos EUA passando a ser uma moeda fiduciária.

Daí pra frente, todo o controle monetário comandado pelo Federal Reserve (o Banco Central dos Estados Unidos), com sinalização para a economia monetária mundial, tornou possível o elevado padrão de produção e consumo de mercadorias por parte dos estadunidenses, ainda que a sua balança comercial apresente déficits anuais crescentes e seu orçamento público registre déficits fiscais igualmente constantes. 

Só neste último ano os EUA tiveram um déficit na balança comercial com a China de US$ 38,7 bilhões, razão pela qual o presidente destrumpelhado está incomodado, criando barreiras protecionistas às importações chinesas. 
Há indícios de que uma grave crise econômica se aproxima

Para se ter uma ideia do que representa a gastança estadunidense financiada artificialmente, basta considerar-se que seus gastos militares correspondem a 39% de todo o orçamento militar mundial, e isto para que continue sendo a palmatória do mundo e possa ameaçar de embargos econômicos quem não se submeter à ditadura do seu poderio econômico fundado em premissas falsas e capacidade bélica verdadeira.   

O milagre da sobrevivência das contas públicas e privadas estadunidenses resume-se no colossal endividamento financiado por rentistas do mundo inteiro, que adquirem os títulos de tesouro dos EUA como se esses fossem tão seguros quanto os alimentos que estão estocados na geladeira de cada um; e a emissão de dinheiro sem valor aceito mundialmente, como se o dólar estadunidense fosse tão válido e necessário como a água que bebemos.  

A emissão de moeda sem correspondência na produção de mercadorias, que causa inflação no mundo inteiro, não ameaça a economia estadunidense pelo simples fato de que é absorvida pelo mercado mundial como se fosse a tábua de salvação da economia mundial.

A China, cujas dívidas pública privada são impagáveis, é, ao mesmo tempo, a maior detentora de títulos da dívida pública estadunidense, e com reservas cambiais sob esse mesmo signo monetário (o USD), o que bem demonstra como esses dois países, que detêm os maiores PIBs mundiais, estão sustentados por alicerces podres e prestas a ruir.
"México é o ponto fora da curva na América do Norte"
Os Estados Unidos têm uma população de cerca de 325 milhões de habitantes e o maior PIB do mundo, orçado em US$ 19,3 trilhões, o que lhes proporciona uma renda per capita anual de US$ 59,5 mil, uma das maiores do planeta.  Entretanto, tem um dívida pública de US$ 21,5 trilhões, que equivale a mais de 100% do PIB, indício eloquente de encrenca futura. 

Agora, a ameaça de redução do crescimento econômico planetário e estadunidense parece ser a ponta do iceberg que pode levar a pique o Titanic mundial.   

O Canadá embora seja um país pouco habitado, pois conta com apenas 37 milhões de habitantes para um território imenso e com muitas áreas inóspitas dominadas pelo gelo, junta-se às poucas e desabitadas ilhas de prosperidade mundiais.

Com um PIB de 1,9 trilhões de habitantes (2017), crescimento anual de 1,8% (em 2018), dívida pública de 98,2% do PIB e taxa de desemprego de 5,9% (que vem aumentando), bem demonstra o reflexo da depressão econômica mundial, que atinge até as tais ilhas de prosperidade mundiais, em que pese ainda possuir uma alta renda per capita, de US$ 45,7 mil.

O México é o ponto fora da curva na América do Norte, o que comprova que a cada ilha de prosperidade corresponde sempre um mar de pobreza ao seu redor. 
Se depender do Paulo Guedes, eis o que teremos

Com uma população de 131,4 milhões de habitantes, renda per capita anual de apenas USS 9,6 mil e baixo crescimento do PIB (deverá ser de 2,0% no fechamento de 2017), o México assemelha-se aos índices econômicos dos países com grandes contingentes de populações pobres. como China, Índia e Brasil.

Conclusão: apesar da pujança econômica dos Estados Unidos e Canadá, que são ícones do capitalismo mundial, as estatísticas das Américas decrescem quando se levam em conta as populações do México, América Central e América do Sul, que perfazem cerca de 2/3 de toda a população continental, ou seja, cerca de 650 milhões de habitantes. (por Dalton Rosado)
(continua neste post)

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