quarta-feira, 26 de dezembro de 2018

FOI NATAL NO MUNDO INTEIRO, MENOS NOS EUA: COMO PODERIA HAVER NATAL QUANDO UMA CRIANÇA MORRE EM CATIVEIRO?!

Jakelin, a vítima anterior, foi enterrada no dia de Natal
O Natal terminou mal acabava de começar nos Estados Unidos: pouco depois da zero hora, um menino guatemalteco de 8 anos morreu em cativeiro na terra dos livres e lar dos bravos

Aqueles sob cuja guarda ele estava nem sequer revelam seu nome ou por quanto tempo ele permaneceu detido. 

Vergonha? Só se tivessem caráter, mas duvido que o possuam, caso contrário escolheriam profissão mais digna. O mais provável é que queiram apenas diminuir a repercussão de um episódio no qual falharam miseravelmente.

No mesmo dia em que o menor expirou, era enterrada outra criança da Guatemala que encontrou a morte nos campos de concentração estadunidenses (eles os chamam de abrigos para imigrantes): a menina Jakelin Caal Maquín, com 7 anos. 
Crianças das raças inferiores enjauladas: Hitler aplaudiria!

Deveriam demolir a Estátua da Liberdade. Ela se tornou fake.

O homicida é por todos conhecido, mas não será jamais punido pelos podres poderes de lá, tão putrefatos como os daqui. 

Chama-se Donald Trump, um psicopata xenófobo que fecha com muros caiados, arames farpados e policiais odiados as fronteiras do país, no afã de evitar que as vítimas da miséria a ele acorram, tentando desesperadamente salvar suas vidas e suas proles.

Repete o que o Império Romano fez no seu ocaso, e não por acaso encaminha-se para o mesmo destino: o de ser invadido e destruído pelos de fora, quando eles se tornarem tantos que ninguém de dentro os consiga mais deter.

P.S.: depois que este post já estava no ar, chegou a informação de que a agência estadunidense de Alfândega e Proteção de Fronteiras está agora prometendo fazer exames médicos em todas as crianças sob sua custódia.

Não deveria ter tomado tal providência desde o início, ou, pelo menos, assim que morreu a menina Jakelin?  

Os burocratas insensíveis também divulgaram (finalmente!) quem foi sua segunda vítima: Felipe Alonzo Gomez. Vai ver que só ficaram sabendo agora. Sabem como é, que lhes importa o nome daqueles a quem eles e seu presidente tanto desprezam? (por Celso Lungaretti)

2 comentários:

Daniel Romão disse...

"Repete o que o Império Romano fez no seu ocaso, e não por acaso encaminha-se para o mesmo destino: o de ser invadido e destruído pelos de fora, quando eles se tornarem tantos que ninguém de dentro os consiga mais deter". Celso, sobre o que se refere a história da invasão do Império Romano? Não conheço muito da história.

No mais, ótimo e sensível texto! O único motivo de existência da Estátua da Liberdade é o sentido existencial do capitalismo: do lucro, neste caso basicamente o do turismo - a mesma coisa que fizeram com a essência cristã do Natal, óbvio sem comparações ante o nascimento de Jesus e a Estátua da Liberdade.

celsolungaretti disse...

Daniel,

o Império Romano cessou de expandir-se porque perdeu vitalidade econômica. O passo adiante a ser dado era o fim da escravidão, que daria novo impulso às forças produtivas, mas Roma conseguiu derrotar os gladiadores de Spartacus e estagnou.

Enquanto isto, os bárbaros se fortaleciam cada vez mais fora de suas fronteiras. Durante décadas Roma ainda sobreviveria simplesmente porque os enfrentava em separado, e até firmava aliança com um povo para lutar contra outro. Até que, finalmente, eles atacaram por vários lados ao mesmo tempo e liquidaram o Império.

Mas, a vitória de povos atrasados fez a humanidade regredir cerca de um milênio. O que já havia de integração econômica cedeu lugar à pulverização em feudos, à volta às técnicas primitivas, à ênfase na agricultura e pecuária, com as manufaturas relegadas a plano bem inferior.

Engels interpretou assim o ocorrido: quando as relações de produção caducas conseguem perpetuar-se e os agentes de transformação são vencidos, sobrevém a barbárie e o retrocesso.

É exatamente o que está acontecendo agora, quando o capitalismo se mostra cada vez mais inviável e insustentável, mas os agentes de transformação não conseguem se impor. O resultado é uma crise cada vez mais aguda em todas as frentes, ameaçando até provocar o fim da espécie humana.

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