domingo, 14 de outubro de 2018

SERES HUMANOS MERECEM TRATAMENTO RESPEITOSO. MAS, COMO TRATARMOS OS DESUMANOS QUE AMEAÇAM A CIVILIZAÇÃO?

Tenho recebido críticas de comentaristas segundo os quais a linha ultimamente adotada nos meus posts pessoais seria maniqueísta, panfletária, ou representaria uma queda de nível.

Ou seja, há quem gostaria que eu desse ao presidenciável ultradireitista Jair Bolsonaro, fã de carteirinha do torturador-símbolo do Brasil Brilhante Ustra, um tratamento desapaixonado e equidistante, apesar de ele ter passado a vida soltando urros fascistas, racistas, misóginos e homofóbicos, enquanto exalava preconceitos e desumanidade por todos os poros. 

Outro que parece compadecer-se de quem sequer sabe o que significa a palavra compaixão é o jornalista esportivo Milton Neves, que em sua coluna do dia 12 deitou falação sobre um assunto que não domina, pisando feio na bola:
"E mais do que outra mentira é a maluquice pavorosa e cafajeste de se chamar Bolsonaro de fascista e de nazista, o que é muito pior.
...ninguém no mundo merece ser chamado de nazista, em qualquer situação. 
...O nazismo foi o suprassumo da maldade desumana perpetrado pelo maior demônio não abstrato, mas de carne, osso e bigode, que foi Adolf Hitler, o pior homem que pisou na Terra...  
Porque só quem viveu de perto a era Hitler, e esteve em um campo de concentração, tem a exata dimensão do tamanho da ofensa e injustiça ao ser chamado de nazista, o pior palavrão inventado na Terra e no inferno".
Bem-vindos, onde? No inferno? Na Idade da Pedra? Nas casas de sádicos?
.
Bem, se considerarmos os crimes cometidos por Hitler e seus cúmplices apenas sob o aspecto quantitativo, Bolsonaro realmente perde de goleada (embora possa vir a aumentar significativamente a escala se os brasileiros forem tão ingênuos e insensatos a ponto de o colocarem no Palácio do Planalto).

Mas, há tantas características da atuação nazista presentes desde já na campanha e na trajetória de Jair Bolsonaro que a conclusão é inescapável: trata-se de uma miniatura de Adolf Hitler, ainda que tosca (afinal, tudo nele é tosco!).

E o pior é que os esqueletos não param de sair do armário! O último de que o distinto público acaba de tomar conhecimento é a jura de amor eterno que Bolsonaro fez aos grupos de extermínio, numa sessão da Câmara Federal de agosto de 2003, quando outro deputado expressava sua indignação com um esquadrão da morte baiano, que tinha até tabela de preços: cada assassinato saía por R$ 50 a R$ 100. Os presuntos (que é como essa corja de bestas-feras se refere a suas vítimas) eram geralmente jovens. 
Eis a transcrição completa da fala de Bolsonaro em agosto de 2003
Ao defender o indefensável, Bolsonaro sugeriu, como alternativa às chacinas, uma forma de exterminarem-se os indesejáveis antes mesmo de nascerem: um rígido (leia-se imposto) controle da natalidade dos pobres, por meio de laqueadura e vasectomia.

E não foi apenas uma ranzinzice de momento. Vide o vídeo acima: ele voltou a associar-se moralmente a tais assassinos de aluguel quatro anos depois. Teve um bom tempo para pensar, mas não arredou pé de uma posição que a ninguém, nem mesmo a um deputado federal, é dado o direito de defender, pois se trata de apologia do crime (ademais, hediondo)! 

Então, a linha que tenho dado a meus posts neste blog será mantida durante o 2º turno, pois os antecedentes históricos são todos no sentido de que é suicídio menosprezarmos os riscos inerentes às escaladas fascistas. 

Quanto aos demais colaboradores continuarão escrevendo o que bem entenderem, pois nunca pratiquei a censura. (por Celso lungaretti)

Um comentário:

Anônimo disse...

E a se acreditar na entrevista da "alta autoridade militar" concedida ao jornalista Marcelo Falak, do jornal argentino Ámbito Financieiro , o Exterminador será apenas um instrumento para a implantação do que o militar entrevistado chamou de "nova democracia", uma espécie de "democracia tutelada" pelos fardados, agora totalmente submissos ao neoliberalismo. Escancaram, assim, a posição de meros gendarmes do exército do Norte.

Grato,

Marco Aurélio

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