Dezenove dias depois, finalmente caiu para a campanha do Ciro Gomes a ficha de que deveria seguir o caminho das pedras por mim indicado no post sobre o debate na Band:
"Ciro contido foi um erro estratégico e um desperdício de talento; acabou não dizendo a que veio. Como já foi abatido em pleno voo pelo jogo sujo de bastidores do PT, sua única chance agora é chutar o pau da barraca, cuspindo fogo contra tudo e contra todos.
Dos que estavam lá, era, para começo de conversa, o mais habilitado para detonar de vez Bolsonaro, o herdeiro assumido do torturador Brilhante Ustra. Deixou de marcar o gol com o goleiro caído no chão e nenhum zagueiro para impedir..."
Eis que, participando nesta 4ª feira (29) de um encontro promovido em Brasília pela Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais do Ensino Superior, Ciro fez exatamente o que eu sugerira: cuspiu fogo contra Bolsonaro.
Sobre a frase de efeito do adversário, segundo a qual meninos que brincam de boneca acabam se tornando gays, Ciro foi contundente:
"Isso é uma grande baboseira, uma simplificação grosseira, que também vai predispondo o estigma de pessoas só por uma orientação diferente, porque amam diferente do tradicional.
E o que nós temos com isso? Eu tenho um filho de dois anos e oito meses, o Gael, e se ele quiser brincar de boneca eu brinco junto. Ou alguém acha que alguém vai mudar a sua orientação sexual por causa de um brinquedo?
Isso é de uma ignorância estapafúrdia. Só que esse cara não é um ignorante, ele passou na Academia Militar das Agulhas Negras ele é um mistificador perigoso, é um fascista, um projetinho de Hitlerzinho tropical e muito mal preparado, porque o Hitler, pelo menos, era um intelectual razoável".
Ciro criticou a criminalização dos movimentos sociais por parte do adversário e disse, inclusive, não querer o voto de uma fração de apoiadores do Bolsonaro que "vivem com uma pedra no coração".
"São egoístas e estão pouco se lixando com desempregados e com mulheres que foram estupradas. Quantos desses estupros ocorreram porque o cara está se espelhando num candidato popular?", ele questionou.
Também criticou o fim dos subsídios agrícolas proposto pelo economista Paulo Guedes, o posto Ipiranga do Bolsonaro. "Vai acabar com o setor do agronegócio em 12 meses!"
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