Notícia colocada no ar agora há pouco pelo vibrante Congresso em Foco revela que, quando disputar a Presidência da República, Jair Bolsonaro poderá estar respondendo, simultaneamente, a uma ação penal por racismo.
Assim, já não é mais axiomático que ele representará o Doi-Codi na eleição, embora tantas vezes haja rasgado seda para o torturador-símbolo do Brasil (Brilhante Ustra), por ele homenageado inclusive quando declarou seu voto em favor do impeachment de Dilma Rousseff.
Mas, como agora o Bolsonaro está mais próximo de ser condenado como racista do que como apologista de atrocidades, talvez seja mais pertinente considerá-lo como representante da Ku Klux Klan.
Eis os trechos principais da notícia:
"O ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal, concluiu seu voto a respeito da denúncia contra o candidato a presidente e deputado Jair Bolsonaro pelo crime de racismo. Caberá ao presidente da 1ª Turma, ministro Alexandre de Moraes, marcar a data para o julgamento.
Se o colegiado aceitar a denúncia da Procuradoria Geral da República, Bolsonaro se tornará réu numa ação penal. O processo, porém, não afeta suas pretensões eleitorais, pois a Lei da Ficha Limpa impede apenas a candidatura de cidadãos condenados.
Em junho a procuradora-geral Raquel Dodge defendeu o recebimento de denúncia contra Bolsonaro por racismo e manifestação discriminatória contra quilombolas, indígenas e refugiados. Ela se baseou nas declarações do deputado em evento no Clube Hebraica, no Rio de Janeiro, em abril do ano passado:
'Eu fui num quilombo (...), olha, o afrodescendente mais leve lá pesava sete arrobas [105 quilos]... Não fazem nada, eu acho que nem pra procriador servem mais'.
...Para ela, as expressões utilizadas pelo deputado, mesmo no tom 'jocoso que ele busca empregar e defender', ultrapassam a liberdade de pensamento pelo caráter discriminatório e preconceituoso.
A conduta do parlamentar foi descrita como 'ilícita, inaceitável e severamente reprovável'...
...No ano passado, a Justiça Federal do Rio já condenou Bolsonaro a pagar R$ 50 mil por danos morais pelas declarações. Na decisão, a juíza Frana Elizabeth Mendes afirmou:
...No ano passado, a Justiça Federal do Rio já condenou Bolsonaro a pagar R$ 50 mil por danos morais pelas declarações. Na decisão, a juíza Frana Elizabeth Mendes afirmou:
'Como parlamentar, membro do Poder Legislativo, e sendo uma pessoa de altíssimo conhecimento público em âmbito nacional, o réu tem o dever de assumir uma postura mais respeitosa com relação aos cidadãos e grupos que representa, ou seja, a todos, haja vista que suas atitudes influenciam pessoas, podendo incitar reações exageradas e prejudiciais à coletividade'."
"Porque gado a gente marca / tange, ferra,
engorda e mata / mas com gente é diferente"
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