"Nunca foi revolucionário. Tomou gosto pelos luxos" |
O Partido dos Trabalhadores foi a tentativa mais avançada no Brasil de construir um agrupamento de perspectiva efetivamente operária. No entanto, já em seu começo, sofreu de vícios típicos do sistema político burguês, apostando na via eleitoral, abandonando a disputa de classes e hipostasiando a liderança de Lula.
Lula é um caso à parte. Síntese do que é a classe operária brasileira, de suas possibilidades e limites. Nunca foi revolucionário e nunca entendeu muito da missão revolucionária dos trabalhadores. Sempre atuou pela dinâmica da barganha.
Uma vez tendo chegado ao poder, tomou gosto pelos luxos e não se fez de rogado quando começou a ser cada vez mais paparicado pelos grandes poderosos. Aceitou presentes lícitos e ilícitos, pensando que estava imune. Acomodou-se gostosamente à função de office boy de empreiteiras.
Quem outrora liderava assembleias de trabalhadores, agora se reunia com seus inimigos e não tinha nenhum receio em planejar e levar a cabo ataques a eles.
E quando pensava ter chegado ao topo, vem o golpe e seu fim amargo é a cadeia, não por lutar por seus ideais, mas por receber propina...
Primeiro grande marco da luta operária no Brasil: a greve geral de 1917. |
Igual Lula, a esquerda brasileira de então começou trazendo esperança e terminou falida e encarcerada. Não mudou quase nada, apenas trouxe apatia e desesperança.
A esquerda acabou, mas a missão dos trabalhadores continua. A luta operária permanece, em outro nível.
É a revolução, a superação do capitalismo, a missão da classe trabalhadora e ela permanecerá no horizonte enquanto a sociedade de classes existir. E exatamente por isto, uma nova forma de luta operária surgirá tão logo tenha passado a ressaca deste fim melancólico.
É a luta operária, a luta da classe trabalhadora pela emancipação da humanidade, que deve nos guiar. Os Lulas passam e a esperança fica. (por David Emanuel de Souza Coelho)
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