o que faz de Iniesta o maior jogador espanhol de todos os tempos? Oras, entre outras coisas, os feitos com a seleção espanhola, é óbvio. Um gol de título de Copa do Mundo é coisa para poucos.
Mas vamos além disso. Depois de fazer aquele gol em Johanesburgo, Andrés Iniesta sacou a camisa em êxtase e, por baixo da roja, mostrou uma camiseta em que homenageava Dani Jarque – morto um ano antes, aos 26, após um ataque do coração.
Jarque era capitão do Espanyol, rival local do Barcelona. Gente. Vamos ser sinceros. Ninguém mais lembrava de Dani Jarque. Não é que passaram o mês da Copa inteiro falando dele?! Foi uma homenagem inesperada. Maravilhosa. Humana. Sincera.
Só os verdadeiros humildes conseguem voltar tantas casinhas no tempo justo no momento em que estão vivendo seu ápice.
Iniesta, o autor do gol do título espanhol, passou a ser aplaudido por todos os campos da Espanha. Sempre, em qualquer jogo do Barcelona. E isso é assim há quase oito anos.
Só porque ele fez o gol? Só por causa da homenagem a Jarque? Não, não só. Pela atitude em campo, por ter sido sempre um exemplo de cavalheirismo e fair play no gramado, por nunca ter dado pernada nem cotovelada em ninguém, por jogar muita, mas muita, mas muita, mas muita bola – o jeito de jogar que o espanhol venera e ama.
E, claro, por não ter sido um divisor em anos de divisão e tensão. Iniesta sempre foi uma voz apaziguadora ou silenciosa no auge da rivalidade Barça-Madrid e também neste momento de independentismo catalão à flor da pele. Ao contrário do que muitos pensam, Iniesta é de Castilla La Mancha, uma região bem espanhola, e foi cedo para as bases do Barça. Mas nunca insuflou e nem menosprezou o separatismo catalão.
Olhando de fora, eu percebo que a admiração por Iniesta é nacional e unânime. Junte tudo isso ao gol na final da Copa, aos títulos, à classe, etc, e temos o maior jogador da história da Espanha.
Hasta pronto, Andrés. Y muchas gracias. (trechos do post de Júlio Gomes, comentarista de futebol internacional, homenageando Iniesta, que anunciou sua saída do Barcelona após defendê-lo por quase 22 anos. Ele tinha contrato vitalício com o clube, mas preferiu não continuar recebendo uma fortuna agora que a idade de 33 anos começa a pesar-lhe e suas contusões são cada vez mais frequentes)
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