Alguns dizem que Lula foi uma criação de Golbery [do Couto e Silva, chefe da Casa Civil do ditador Geisel e tido como o bruxo do seu governo]. Outros que foi uma autêntica construção das lutas operárias da década de 70.
A verdade é muito mais complexa, mas com um quê de uma e outra destas visões. Lula não idealizava torna-se líder operário, mas acabou, por um golpe do destino, o sendo. Diante das avassaladoras mobilizações dos trabalhadores, os quais se encontravam asfixiados pela profunda crise econômica do milagre gorado, Lula e sua direção sindical foram empurrados para a arena da luta social e política.
Talvez, igual a todo bom oportunista, tenha visto aí uma chance de decolar uma carreira política e haja recebido valioso incentivo do regime moribundo, ansioso para torpedear Brizola, que os ditadores encaravam como seu maior inimigo.
Ídolo de Lula era responsabilizado por um mar de lama |
Seja como for, a liderança de Lula nasceu num contexto complexo. No mundo inteiro, a luta do socialismo recuava, diante da agonia do leste europeu e do avanço do neoliberalismo.
Enquanto filhote sindicalista, Luis Inácio não tinha aspirações revolucionárias, rezando pela cartilha da cooperação entre capital e trabalho. [Raramente o sindicalismo foi revolucionário, pois sua lógica é pela melhora da situação laboral, não pela supressão do capitalismo.]
Lula nunca foi um revolucionário. Nem mesmo se considerava de esquerda. Era apenas um político pragmático que viu um nicho eleitoral a ser explorado e o explorou.
Jamais foi movido por ideologias, mas pelo poder. Conseguiu o que buscava, chegou ao degrau máximo do poder estatal, mas, como ensina Hobbes, a busca pelo poder é perpétua. E sua ambição continuou, agora para ter uma vida super confortável e luxuosa. Poder chama poder.
Jamais foi movido por ideologias, mas pelo poder. Conseguiu o que buscava, chegou ao degrau máximo do poder estatal, mas, como ensina Hobbes, a busca pelo poder é perpétua. E sua ambição continuou, agora para ter uma vida super confortável e luxuosa. Poder chama poder.
Entrou, então, no terreno da pura e simples ilegalidade. Para seu azar, no entanto, um gigantesco processo de investigação e saneamento do sistema político entrou em cena e ele foi pego.
Velhos e bons tempos do estádio de Vila Euclides, no ABC |
Nesta 4ª feira, dia 24 de janeiro, consumou-se sua ópera com a condenação em segunda instância.
O homem que comandava assembleias com milhares de trabalhadores, teve seu destino selado por um colegiado de três.
Mais do que uma condenação penal, significará a morte de um mito, ou seja, o fim de uma fantasia.
Um comentário:
Simples assim?
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