O GOVERNO TEMER ACABOU?
Quando assumiu a Presidência da República em agosto de 2016, Michel Temer tinha dois objetivos: um explícito e outro inconfessável.
O primeiro era recuperar a economia, que estava em frangalhos após a péssima gestão de Dilma Rousseff. O segundo era estancar a sangria provocada pela Operação Lava Jato.
Na lógica torta da política brasileira, as duas metas caminhavam juntas. Só seria viável convencer deputados e senadores a aprovar as reformas que o país precisava se as investigações perdessem o ímpeto.
E só seria possível levar os empresários a fazerem vista grossa para as tentativas de barrar a Lava Jato se a economia estivesse se recuperando após milhares de empregos perdidos.
Pouco mais de um ano depois, Temer parece ter sido relativamente bem sucedido nas duas frentes. A crise política arrefeceu e a economia, finalmente, começou a melhorar.
Podem até surgir fatos novos nas delações de Lúcio Funaro, Antônio Palocci e, eventualmente, Geddel Vieira de Lima, mas é pouco provável que tragam revelações mais bombásticas que as dos irmãos Joesley e Wesley Batista.
Do lado da economia, a recessão chegou ao fim, graças aos expressivos cortes de juros e à queda da inflação. A recuperação tende a ser lenta, mas é melhor do que nada.
O governo está fazendo um esforço para reorganizar a base aliada e tentar aprovar novas reformas, principalmente a da Previdência, mas é pouco provável que consiga. Em suas projeções, os analistas econômicos já não contam mais com isso.
O governo está fazendo um esforço para reorganizar a base aliada e tentar aprovar novas reformas, principalmente a da Previdência, mas é pouco provável que consiga. Em suas projeções, os analistas econômicos já não contam mais com isso.
"Vai ser muito difícil aprovar qualquer tema impopular, porque as eleições já começaram", diz Bráulio Borges, economista-chefe da LCA Consultores, lembrando que faltam apenas seis semanas para o recesso de fim de ano.
Quando retornarem a Brasília em 2018, deputados e senadores só vão pensar na montagem das chapas eleitorais e em quem precisa deixar o cargo para concorrer. É pouquíssimo provável que se dediquem a temas espinhosos que desagradem os eleitores.
Talvez esse seja o sinal mais contundente de que, mesmo faltando 12 meses para as eleições, o governo Temer já acabou ou está muito próximo do fim.
(por Raquel Landim)
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