Depois, decidiram criar um partido político, pois a luta só pode acontecer dentro dos marcos da democracia burguesa.
Mais pra frente, concordaram em aceitar dinheiro do capital, pois não fazê-lo seria sectarismo e coisa de gente ultrapassada.
Em algum momento concluíram que era preciso fazer alianças com os partidos da ordem burguesa, pois só assim seria possível chegar ao tão almejado poder.
Em seguida, resolveram que fazer reformas no capitalismo era papo de doido, coisa de gente romântica. O lance era fazer o país crescer e não deixar o povo morrer de fome.
Mais um tempo se passou e avaliaram que era suficiente o trabalhador poder comprar uma geladeira e um carro. Pois, afinal, o carro é o símbolo máximo de emancipação do ser humano moderno.
"Agora não são mais nada" |
Noutro momento mais adiantado, resolveram que a verdade também era coisa de gente alucinada, o importante era apenas o projeto.
Por fim, abandonaram o projeto, era muita metafísica para eles. Muito romantismo.
Hoje, grande parte deles está na prisão e os que estão fora apenas contam os dias para também chegarem lá.
Mas, é bom lembrar, tudo começou lá atrás, quando rejeitaram a luta anticapitalista e acreditaram piamente que conseguiriam domar o indomável. Foram tragados, digeridos e cuspidos. Agora não são mais nada. (por David Emanuel De Souza Coelho)
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2 comentários:
Cara, você já foi preso político e sabe que o Brazil é mais um satélite do grande irmão do norte, que, com sua força esmagadora, não perdoa o menor gesto de insurgência.
E, também, sabe que a vênus platinada tem a missão de anestesiar as consciências dos homers simpsons para facilitar os projetos de dominação dos istêits.
Então, sinto muito, mas não vai adiantar ficar nessa masturbação intelectual enquanto os ianques trituram nossa dignidade...
O que fazer? Boa pergunta...
Questão de opinião. O David Emanuel, autor do artigo, bota o dedo na ferida logo no primeiro parágrafo: quando o PT abandonou o socialismo revolucionário, passou a ser mais um partido que vende ilusões para o povo e não vai ao xis da questão: a necessidade de superarmos o capitalismo.
É isso que temos de fazer. E deixamos de tentar desde a década de 1980.
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