domingo, 21 de agosto de 2016

SOB NOVA GERÊNCIA, SELEÇÃO CANARINHA COMEÇA A SAIR DO FUNDO DO POÇO.

Com Paulo Machado de Carvalho deixamos de ser vira latas...
O futebol brasileiro é praticamente imune à moralização: ela nunca acontece, como mais uma vez está sendo comprovado. Não houve nem mesmo o mínimo necessário para salvar as aparências, a partir das predatórias gestões de escroques como João Havelange, Ricardo Teixeira, José Maria Marin e Marco Polo Del Nero à frente da CBF. 

Quando enfim nos livramos de um, entra outro, pois quem elege Al Capone são miniaturas de Al Capone, os presidentes dos clubes. A única mudança é de rosto.

Os frustrados com a incrível permanência do Marco Polo que não ousa viajar à frente da CBF após a devassa que o FBI desencadeou na Fifa, recriminaram a decisão de Tite, de aceitar o posto de técnico da Seleção Brasileira, mesmo sabendo que estaria tendo ratos como seus superiores hierárquicos.

Eu, não. Por um motivo estatístico: lembrei de que, das 20 Copas do Mundo já disputadas, o Brasil venceu as duas únicas em que teve um comandante de verdade, cuja personalidade era forte a ponto de não deixar os repulsivos cartolas meterem o nariz no trabalho dele e dos profissionais honestos e competentes que reuniu na sua equipe de trabalho.
Tite quer uma taça dessas para chamar de sua. E pode obter...

Refiro-me, evidentemente, a Paulo Machado de Carvalho, o marechal da vitória, o grande artífice do bi (1958 e 1962) nos bastidores. Sua taxa de sucesso foi de 100%.

Das outras 18 Copas ganhamos três, ou seja, quando não havia um ser humano de qualidade superior dando as cartas por lá, a taxa de sucesso despencava para 17%.

Então, quando os podres poderosos da CBF resolveram engolir um Tite, o contrário de tudo que eles são, é porquê já não conseguiam mais administrar o duplo descrédito decorrente das investigações da sua roubalheira e dos fiascos esportivos causados por sua incompetência.

Como Tite não é bobo nem nada, aproveitou bem a chance: já que estava com a faca e o queijo nas mãos, o preço que ele cobrou para servir de escudo para essa corja foi o mesmo de Paulo Machado de Carvalho: carta branca para tentar tornar a Seleção uma ilha de excelência, sem interferências de cima ou dos lados.
Há quanto tempo não víamos esta cena!
Acabamos de ver a primeira consequência: ao perceber que o escrete olímpico tinha um profissional honesto e atualizado a dirigi-lo, recusou-se a assumir ele próprio o posto, como já estava decidido que Dunga faria. Preferiu dar força para Rogério Micale de público e discretos conselhos ao pé de ouvido.

A aposta deu tão certo que não só conquistamos o ouro, como já temos o promissor esboço de uma seleção principal realmente competitiva, começando pelo líder (o impressionante Renato Augusto!) e pelo craque (Neymar, que finalmente exibiu uma personalidade à altura do seu futebol). Afora promessas como os Gabrieis, o Luan e o Marquinhos, que têm tudo para conquistarem a titularidade.

Se lembrarmos que os dirigentes do Corinthians não diferem em nada dos da Casa Bandida do Futebol, teremos um parâmetro para antever o que um técnico como Tite, ótimo no seu ofício e homem de bem, poderá fazer pelo futebol brasileiro, um dos consolos que ainda nos restam nestes tristes trópicos.

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