Há comportamentos característicos de cada povo, e outros que são atribuídos e pegam, a despeito de existirem de fato ou apenas subjetivamente, genericamente.
Embora sejam encontrados exemplos em todo o planeta, ficaremos com os vícios, reais ou atribuídos, dos brasileiros. Uns são mais disseminados, outros mais restritos.
Na categoria dos mais constatados está o de justificarem-se os erros com desculpas, em vez de assumi-los e buscar a solução mais adequada. Pessoas de todos os segmentos sociais recorrem a tais expedientes, mas são os gestores públicos que o fazem com mais frequência, talvez em razão da atividade que exercem. Toda vez que acontece algo desabonador, as reações consistem em desculpas evasivas, desconexas dos fatos e sem nenhuma consistência.
Porque motoristas acham irrelevante acionarem a seta de alerta e tanto motoristas quanto pedestres desobedecem o semáforo, os brasileiros fazem do nosso país o campeão mundial de acidentes automobilísticos, provocando graves consequências pessoais e econômicas. Trata-se de um mal gigantesco, que poderia ser evitado com uma mudança de postura.
Com relação à educação brasileira ocorre o mesmo. Os professores anseiam por um feriado que lhes permita emendarem os dias úteis. Ainda pressionam os alunos: se vier um, teremos de dar aula. Nenhum colega vai arriscar-se ao linchamento pela sala inteira. Não se ouve um aluno brasileiro vangloriar-se do que aprendeu; mas se escuta todo dia gabar-se por ter tirado nota 10 colando.
Apagar as luzes quando se sai de um ambiente não faz parte dos nossos hábitos. Usar fio dental após as refeições, também não. Assim como não fazer o exame de próstata ou de mamografia com a regularidade recomendada.
E o que dizer dos milhões de luminares, com pós-doutorado e tudo, falando seje, estrupo (a palavra campeã de erro de pronúncia), etc.?!
Além de os ditos cujos acentuarem o nosso delicioso coco. Num condomínio em São Paulo, já recebi um panfleto ofertando deliciosos doces de cocô. Imagine!
E o que dizer dos milhões de luminares, com pós-doutorado e tudo, falando seje, estrupo (a palavra campeã de erro de pronúncia), etc.?!
Além de os ditos cujos acentuarem o nosso delicioso coco. Num condomínio em São Paulo, já recebi um panfleto ofertando deliciosos doces de cocô. Imagine!
O vício de fazer de qualquer jeito começa com os cidadãos na base da sociedade e sobe pelas camadas mais altas. Repete-se em todos os ramos de atividade e se intensifica nos governos.
As prefeituras, atribuindo tal tarefa às polícias militares, não fiscalizam os pichadores. Os policiais, por sua vez, não perdem tempo prendendo os pichadores, por saberem que a Justiça vai soltá-los imediatamente. O Poder Judiciário os libera porque as leis são frouxas. Finalmente, os legisladores não endurecem para evitarem passar recibo de que, como é voz corrente, no Brasil só se punem os pobres (camada social na qual, em regra, estão inseridos os pichadores).
Forma-se uma cadeia do tanto faz, que traz como resultado pessoas se divertindo em destruir prédios públicos e residências particulares.
Forma-se uma cadeia do tanto faz, que traz como resultado pessoas se divertindo em destruir prédios públicos e residências particulares.
Fazer o que tem de ser feito e como se deve fazer não deveria ser apenas um nome de livro. Este ser feito envolve o fazer correto, na quantidade e qualidade exigidas, com a fórmula determinada. Não é fazer por fazer. Chegar atrasado ou não ir traz prejuízo material e de caráter emocional, valorativo, em termos de comportamento a ser assumido numa sociedade.
E o principal: fazer pelo caminho recomendado, no tempo estipulado, sem pular etapas; se for com improviso, que não seja prejudicial à forma correta.
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