Eis como a presidente afastada Dilma Rousseff se posicionou no Facebook a respeito dos acontecimentos da Turquia, tão ansiosa estava para utilizá-los na sua pregação anti-impeachment que nem sequer esperou o suficiente para saber direito qual era o terreno em que estava pisando:
"A tentativa de golpe na Turquia é preocupante. Um governo eleito não pode ser derrubado. Nem pela violência, nem pelas artimanhas jurídicas. Recep Tayyip Erdogan foi eleito democraticamente pelo povo turco, assim como eu o fui pelos brasileiros. O processo de impeachment no Brasil tem que ser repudiado. Democracia é preservar a vontade popular".
Era um campo minado, como constatou o filósofo Hélio Schwartsman:
"Não acho que Recep Tayyip Erdogan, o presidente da Turquia, tenha simulado um golpe militar contra seu governo com o objetivo de desferir a reação e endurecer o regime. Dirigentes paranoicos evitam jogadas arriscadas.
Não há dúvida, porém, de que a destrambelhada tentativa de golpe foi um presente para Erdogan e o seu AKP, o partido islamita com o qual governa desde 2003. O presidente, que já vinha nos últimos anos adotando uma linha mais despótica, encontrou o pretexto de que precisava para deslanchar sua ofensiva autoritária. Nas últimas semanas, Erdogan já fechou 131 veículos de comunicação e mandou prender ou suspender 60 mil pessoas, a maioria militares, juízes, policiais e professores".
Quando acreditou que o Brasil estivesse a caminho de ganhar o Mundial Fifa de 2014, ela afirmou que o seu governo era padrão Felipão. Acertou na mosca, mas suponho que sua intenção não fosse exatamente a de igualar-se ao responsável pelo maior vexame do futebol brasileiro em todos os tempos.
Quando pensou que o quadro turco fosse tão somente o de uma civilizada democracia resistindo a bárbaros golpistas, ela se comparou ao Erdogan. Nem quero imaginar o que ela diria a respeito do Mussolini enquanto o futuro duce ainda parecia ser de esquerda.
Quando vai aprender que o afobado come cru?
E que quem é burro, pede a Deus que o mate e ao diabo que o carregue?
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3 comentários:
Celso,
Durante certo tempo estudei a organização Alcoólicos Anônimos.
À minha maneira, mas estudei.
Foi a primeira vez que encontrei um sistema de organizar pessoas eficiente.
As Doze Tradições de AA tem como cerne a democracia (a Consciência Coletiva), mas, mesmo que haja consenso, existe o direito da minoria ser ouvida e levada em conta.
Esse arrodeio todo foi para dizer que não concordei com o meme ¿Por que no te callas? com o qual vc ilustrou o texto.
AA tem funcionado a décadas por que esse "cálice" não existe na organização.
O segredo dessa humildade é que todos reconhecem que foram derrotados pelo alcoól e que são doentes.
A clássica apresentação de AA - "Meu nome é ___, sou alcoólatra e só por hoje não bebi" - reflete também essa visão de si e da sua real situação.
O Dalton descreve a nossa sociedade e os seus indivíduos como doentes que sofreriam de uma doença social que, assim como o alcoolismo, é incurável, progressiva e fatal.
Coincidentemente, a maioria dos próceres do capitalismo são alcoólatras ou usam drogas...
Mesmo atletas!
Seria (ou será) muito bonito o dia em que a maioria se apresentar assm:
"Meu nome é...., sou um capitalista, mas só por hoje eu não roubei ninguém!"
Talvez quando chegarmos ao "fundo do poço"...
Sady, humor só precisa ter graça. Se nos pusermos a fazer exegeses das piadas, elas serão desconstruídas e nos tornaremos todos sisudos.
Agora, a afastada bem que poderia tentar a fórmula dos AA: "Meu nome é Dilma e hoje ainda não disse nenhuma bobagem".
Abs.
O JULGAMENTO FINAL nome de filme deixando de ser uma fabula O Brasil preste de mostrar que alguma coisa nesse país pode funcionar. Nao consigo inchergar a hipotese de uma reviravolta no que diz respeito ao impeachment. A linha partidarista no SENADO é muito mais em desfavor da presidenta do que ela imagina. É notório que alem do Senado demonstrar consolidado no caráter moral, para moralizar as estancias percorrido pelo processo de cassação, ele também tem o inestimado compromisso partidarista, ideológico e parcial; de respeitar as partes, alegando sorrateiramente que a Dilma realmente cometeu pedaladas com o dinheiro de bancos púbicos. Na pratica, o que ela fez foi usar toda essa dinheirama para fins sociais, em tese uma ilusão de papel pra muita gente, o que eu chamaria de Robin Hood da pobreza, não teve a sabedoria de entender que da onde só tira uma hora acaba. E acabou
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