quarta-feira, 2 de julho de 2014

MUNDIAL 2014/20º DIA: ÁGUA MOLE EM RETRANCA DURA...

Di María marca. Será que vai desencantar?
Quando, na fase de grupos, a Suíça tentou jogar de igual para igual com um dos grandes do futebol mundial, tomou um chocolate de 5x2 da Alemanha. Então, o técnico Ottmar Hitzfeld enfiou a viola no saco e, na partida de oitavas-de-final contra a Argentina, voltou à especialidade da casa, o velho e intragável ferrolho. 

Trata-se da contribuição (?) que seu país deu ao futebol mundial, lançando-o na Copa de 1938 (quando surpreendeu a Alemanha) e colocando-o novamente em destaque no Mundial de 1954 (quando lhe garantiu uma improvável vitória sobre a Itália). Mas, ficou nisso. Título que é bom, nadinha... 

Com 11 defendendo e Messi geralmente submetido a marcação tripla, o selecionado suíço impediu a Argentina de jogar durante quase todos os 120 minutos, além de criar três chances de gols, que os deuses dos estádios fizeram muito bem em não conceder: quem apela para as covardes retrancas merece perder exatamente como a Suíça perdeu, com gol a três minutos do apito final.

Messi era quem, com mais habilidade e lucidez, tentava abrir buracos na muralha adversária. Nas poucas chances que teve para finalizar, o fez com muito perigo. Mas, pelas circunstâncias da partida, o seu melhor papel ficou sendo o de dar arrancadas, atrair os zagueiros sobre si e servir companheiros que ficassem desmarcados.
As chances da Argentina se corporificam nestes dois

Depois de algumas tentativas que não deram certo porque os felizardos não souberam aproveitar a dádiva, aos 12' do 2º tempo da prorrogação o melhor do século, finalmente, encontrou o pé certo para receber sua assistência: Di María, livre pela direita, só precisou dar um tapa na bola, colocando-a fora do alcance do ótimo goleiro Benaglio.

Foi quando os suíços enfim partiram para o ataque, carimbando a trave argentina. Na volta para casa provavelmente remoerão dúvidas sobre a opção que fizeram, de apostarem todas as suas fichas na disputa por pênaltis. Não teria sido melhor tentarem a sorte contra uma defesa que, quando apertada, tem se mostrado vulnerável?

Di María, que vinha sendo sempre um dos mais esforçados, sem, contudo, repetir na seleção suas brilhantes atuações no Real Madrid, poderá agora desencantar. Com ele e Messi jogando tudo que sabem, a Argentina se tornaria candidatíssima ao título. Vamos ver o que acontece.

Na outra partida, Bélgica e EUA, eternos coadjuvantes, ralaram muito para decidir quem teria o privilégio de ser derrotado pelos hermanos nas quartas-de-final. Deu 0x0 no tempo normal e 2x1 para os europeus na prorrogação. Se conhecessem músicas brasileiras, os belgas escutariam muitas vezes "Antes que eu volte a ser nada", com a Leci Brandão, até o dia marcado para isto acontecer, qual seja, o sábado...

BALANÇO DAS OITAVAS E 
PERSPECTIVAS PARA AS QUARTAS

Atração de 6ª: Linha Maginot x Linha Siegfried.
Das 32 seleções iniciais, sobram oito -exatamente as oito primeiras classificadas da fase de grupos. As que ficaram em 2º lugar agora estão em lugar nenhum, ou seja, fora da Copa.

Colômbia, França e Holanda fizeram a lição de casa no tempo normal. Alemanha, Argentina e Bélgica tiveram de encarar prorrogações. Brasil e Costa Rica idem, além da loteria dos pênaltis. 

Se os favoritos continuarem vencendo, as semifinais serão Brasil x França e Holanda x Argentina. 

A zebra mais apta a surpreender me parece ser a Colômbia, pelo bom futebol que está apresentando. Se não sentir o peso da camisa nem a pressão da torcida, pode complicar a nossa vida.

Bélgica e Costa Rica são cartas fora do baralho. 

Vão sair faíscas na refrega entre franceses e alemães, mas, como os germânicos estão muito aquém daquilo que deles se esperava, meu palpite é que dá França.

6 comentários:

Leonardo Marques Arnaldo disse...

A Belgica não é carta fora do Baralho. com essa bolinha que a argentina está jogando,de sábado não passa! e soube que houve confusão de novo entr argentinos e Brasileiros em São Paulo! pelo visto Naufrago,é muito melhor que a colombia passe pelo Brasil do que uma"eventual"final entre brasileiros e argentinos. seria uma clima de guerra civil que ninguem quer!

Leonardo Marques Arnaldo disse...

França x Colombia. Holanda x Belgica. essas serão as semi finais da copa!

ismar disse...

A Melhor seleção da copa é a holanda e estará no caminho da frágil Argentina (qual a seleção de verdade a Argentina enfrentou até agora?), portanto, Messi deve fazer as malas quando enfrentar a holanda. Se eles passarem pela Bélgica.

quem sofre daquele jeito contra a PODEROSA suiça não poderá vencer a quase invencível HOLANDA.

ismar disse...

A Argentina até aqui não demonstrou nada de brilhante para o futebol. é uma seleção de um jogador só. cadê o conjunto? cadê a tática aplicada? contra a Suiça eles estavam dando chutões iguais aos que a seleção brasileira começou a dar quando entrou em desespero. O centroavante Higuain está pior que o Fred, não fez gol no mundial até agora.

celsolungaretti disse...

Leonardo,

a Argentina tem o melhor jogador da Copa e é um grande do futebol mundial (camisa pesa!).

A Bélgica nada mostrou no sentido de que esteja apta a alcançar o patamar de cima. O grupo H foi o mais fraco de todos.

A Colômbia, sim, mostrou. Como o Brasil joga em casa, com a torcida empurrando e tem muito mais tradição, é favorito em princípio. Mas, corre muito mais riscos do que Argentina e Holanda, os outros que pegam azarões.

Abs.

celsolungaretti disse...

Ismar, velho amigo,

a Argentina tem jogado na canícula, contra adversários retranqueiros e, graças a Messi, até agora resolveu seus problemas sem arriscar-se aos pênaltis.

Se Di María desencantar, passando a jogar tudo que joga no Real Madrid, o ataque argentino se tornará tão letal quanto o holandês. Uma semifinal entre Holanda e Argentina seria imprevisível, com ligeiro favoritismo dos laranjas.

Seleções de um jogador só também ganham Copas. Foi o que provaram o Garrincha (1962) e o Maradona (1986). Messi é melhor do que ambos.

Quanto ao Higuaín, pode não estar fazendo gols mas se movimenta, abre espaços para os companheiros, participa do jogo coletivo, finaliza com perigo. Está muito longe de ser um peso morto como o Fred, plantado, com as mãos na cintura, à espera de uma única bola.

Abs.

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