"No dia 3 de abril de 1964, logo depois da deposição do presidente João Goulart, a polícia do governador Carlos Lacerda prendeu no Rio de Janeiro nove cidadãos chineses. Perigosos agentes, comandavam uma rede de 191 pessoas, tinham agulhas envenenadas, bombas teleguiadas e uma lista de personalidades que deveriam ser assassinadas durante a revolução comunista.
Tudo mentira. Dois eram jornalistas da agência estatal e estavam no Brasil desde 1961. Quatro haviam chegado em junho de 1963 para tratar de uma exposição comercial, e três vieram em janeiro de 1964, para comprar algodão. Todos tinham vistos oficiais. Começaram a apanhar no momento da prisão, em suas casas, e depois alguns deles foram espancados pela polícia. Tiveram os apartamentos saqueados e as contas confiscadas (R$ 865 mil em dinheiro de hoje.)"
Tudo mentira. Dois eram jornalistas da agência estatal e estavam no Brasil desde 1961. Quatro haviam chegado em junho de 1963 para tratar de uma exposição comercial, e três vieram em janeiro de 1964, para comprar algodão. Todos tinham vistos oficiais. Começaram a apanhar no momento da prisão, em suas casas, e depois alguns deles foram espancados pela polícia. Tiveram os apartamentos saqueados e as contas confiscadas (R$ 865 mil em dinheiro de hoje.)"
Eis um caso que eu desconhecia. Elio Gaspari (foto ao lado) o rememora na sua coluna desta 4ª feira, intitulada O caso dos nove chineses (clique aqui para lê-la na íntegra). O gancho é a visita do ditador chinês Xi Jinping ao Brasil, meio século depois deste constrangedor episódio.
Quando as otoridade se deram conta de que haviam pisado feio na bola e já começavam a pipocar protestos no exterior, simplesmente expulsaram os nove (em fevereiro de 1965), desconsiderando as penas de dez anos de prisão às quais os haviam condenado e sem ressarci-los pelos abusos sofridos nem restituir-lhes o que agentes do Estado tinham surrupiado.
É mais uma comprovação da iniquidade das ditaduras. De todas as ditaduras.
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