Rústico como o personagem de Luís Fernando Veríssimo ele é. Só que, cada vez mais, sua psicologia tosca se revela desastrosa.
Antes, era um técnico mediano e um bom motivador de elencos. Atualmente, continua sendo um técnico mediano, mas seu primarismo chama mais a atenção porque agora temos a oportunidade de conhecer o trabalho de treinadores sofisticados como Pep Guardiola. A comparação é devastadora.
E parece ter perdido o dom de motivar elencos, tanto que tentou no Palmeiras delegar tal responsabilidade aos ferrabrases organizados: fez chegar a eles o nome dos baladeiros do elenco, de uma forma tão canhestra que os ditos cujos ficaram sabendo ter sido ele o traíra. Resultado: uns se indignaram, outros defenderam o Felipão, o ambiente ficou péssimo e ele teve de sair pela porta dos fundos, deixando um elenco dividido atrás de si.
Vacilada única? Não.
Agora, na seleção, ele botou na cabeça que o Neymar precisava ser mais mimado. Então, deixou-o livre para criar e driblar, isentando-o dos deveres dos comuns jogadores mortais.
Tratou-se de uma regressão. No Barcelona, o jovem ídolo foi obrigado a disciplinar-se, passando a jogar mais para o time e menos para sua glória pessoal. Resultado: muitos e muitos gols saíram de suas assistências, demonstrando que ele pode ser tão importante como garçom quanto como finalizador.
Já na seleção, sem freios para seu narcisismo, ele:
- pintou novamente o cabelo;
- voltou novamente a jogar como fominha;
- assumiu novamente as cobranças de pênaltis, embora não seja a opção mais segura; e
- nenhuma assistência decisiva saiu dos seus pés.
Fez um golaço contra a Croácia. Mas, foi só.
Se Felipão tivesse batido um papo com Dorival Júnior, saberia que esta é a pior maneira de um treinador lidar com o deslumbrado-prodígio.
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