Muitos seres humanos justos e íntegros se manifestaram contra o descalabro da Federação Internacional de Falcatruas Associadas que, não contente em excluir o melhor jogador uruguaio do Mundial 2014 por motivos que suspeito serem os mesmos da expulsão do argentino Rattín na partida contra os anfitriões ingleses em 1966 (o soprador de apito, juro, deu o "olhar em seu rosto" como um dos pretextos!), tratou Suárez qual um pestilento a ser mantido em quarentena, bem longe dos estádios.
Ao meu ver, a Fifa carregou nas tintas para fazer de conta que foi o falso moralismo e não o calculismo que inspirou a aberrante e inquisitorial sentença. Me engana que eu gosto.
Até mesmo a dita vítima, o chorão Chiellini, considerou "excessiva" a punição. E foi Maradona o autor da melhor frase: "Quem ele matou? Por que não o mandam para Guantánamo?".
Não fico nem um pouco surpreso em encontrar o Pelé na posição antípoda e antipática. Alegou que, caso não houvesse rigor, episódios desse tipo poderiam se repetir durante a Copa.
Meninos, eu vi (pela TV, que transmitiu para São Paulo a partida disputada no Maracanã e vencida pelos canarinhos por 2x0).
Daquela vez, a expulsão bastou. Se encarado com o rigor extremo aplicado à besteirinha do Suárez, o episódio justificaria até o afastamento definitivo de Pelé dos gramados. Afinal, um coice que fratura o adversário é infinitamente mais grave do que uma mordida que nem sangue tirou.
Só que alguns sempre foram mais iguais para a Fifa. Que o diga Zidaine, cuja eleição como melhor jogador do Mundial 2006 foi mantida apesar de ele ter agredido com uma cabeçada o italiano Materazzi e sido expulso na partida final.
E há o preconceito, o terrível preconceito, tão bem descrito nestas palavras inspiradas do presidente Pepe Mujica:
Só que alguns sempre foram mais iguais para a Fifa. Que o diga Zidaine, cuja eleição como melhor jogador do Mundial 2006 foi mantida apesar de ele ter agredido com uma cabeçada o italiano Materazzi e sido expulso na partida final.
E há o preconceito, o terrível preconceito, tão bem descrito nestas palavras inspiradas do presidente Pepe Mujica:
"Os jogadores geniais frequentemente nascem nas entranhas do pobrerio. Nem sabem a alegria que nos dão. (...) A maioria deste mundo são os esquecidos, os que não têm voz. Quando um deles sobe, incomoda".
10 comentários:
Também concordo que a punição foi exagerada. Mas também não vejo nenhuma teoria conspiratória contra o Suarez ou o Uruguai. Acho a atitude da Itália e do Chiellini muito maduras. A da Itália responsabilizando-se pelo seu próprio fracasso, sem depositá-lo no árbitro. A do Chiellini, solidarizando-se com Suarez e classificando a pena de extremamente dura. Já o Suarez e o Uruguai foram incapazes de ao menos reconhecer que erraram: o Suarez, por ter mordido o adversário; e o Uruguai por negar em sua peça de defesa que o atacante fez o que todo mundo viu. O que acho é que ambos, Suarez e a Seleção uruguaia, tem um longo caminho até a maturidade. Quanto a pena da FIFA, seria muito ingênuo alguém esperar que sua atitude pudesse ser diferente. Já o Pelé é uma criança aprisionada num mundo que não é seu. Poupemos o Pelé.
Dinho, cada um com sua opinião, cabe aos leitores concluírem.
Só esclareço que tenho um forte motivo para JAMAIS poupar o Pelé.
Ele se despediu da Seleção Brasileira em 1971, mas continuava em atividade pelo Santos quando recebeu os mais dramáticos apelos para voltar a vestir a camisa amarelinha no Mundial de 1974.
Alegou que não o faria por respeitar os torcedores que haviam comparecido a seus dois jogos de despedida.
Do Santos ele se despediu em outubro de 1974.
Adiante, contudo, uma oferta mirabolante do Cosmos o convenceu a dependurar as chuteiras.
Como pegava muito mal ele reconhecer que fizera pelos dólares o que não fizera pelo Brasil, inventou a desculpa esfarrapada de que não quisera atuar pelo escrete por causa da ditadura.
Ou seja, no auge do terrorismo de estado a ditadura não o incomodava, mas no comparativamente brando ano de 1974 sim. Acredite quem quiser.
Não consigo engolir que a tragédia que tragou tantos companheiros estimados, de incomensurável valor, sirva para ele como justificativa mentirosa de uma decisão inspirada pela ganância.
Eu compreendo e concordo, mas a luta contra Pelé ou qualquer um que se lhe assemelhe, eu tenho pra mim (e posso estar errado) é uma luta inútil. Eu vejo Pelé como aqueles galhos, do Raulzito, e penso que a verdadeira luta, não é nem contra o tronco, mas com as raízes.
Luis Suárez precisa assumir a bobagem que fez. ele parece um sujeito infantilizado e imaturo.
http://copadomundo.uol.com.br/noticias/redacao/2014/06/28/suarez-explica-mordida-em-chiellini-desequilibrei-e-bati-meu-rosto.htm
"Fora da Copa do Mundo, Luis Suárez tenta explicar o lance que foi responsável por tirá-lo do torneio. Em carta apresentada à Fifa como parte de sua defesa no julgamento, ele nega que tenha mordido o italiano Chiellini: "Eu me desequilibrei e bati meu rosto". O documento cedido pela Fifa foi divulgado pelo jornal Estado de São Paulo deste sábado."
Pelé foi o maior jogador que o mundo jamais viu, e um ser humano cheio de defeitos como todos.
Mas ele precisa ser amado e respeitado pelo que fez como jogador de futebol, pelo Brasil.
Qualquer país do mundo queria ter tido um Pelé jogando por sua seleção.
Sim, Suàrez fez a grande bobagem de fornecer aos corruptos da Fifa uma chance de arrotarem moralismo.
Como diziam os antigos, só quem não conhece a Fifa compra suas decisões.
Naufrago: voce viu o joginho sofrivel as 13:00? vi. com essa bolinha,não vamos passar da colombia!
O Jogador Uruguaio foi irresponsável porque prejudicou o seu time e a conduta provocou transtornos a todos os jogadores e torcedores. Se fosse punido com 1 jogo já seria muito, a copa tem sete jogos. MUITO IRRESPONSÁVEL.
Celso Lungaretti, sua bronca com Péle me parece trauma de corintiano. Estou errado?
O Garrincha também fazia gols e acabava com o Corinthians, mas eu sempre admirei seu jeito de ser (além do futebol).
Já do Pelé só admirava o futebol. Sua personalidade nunca me agradou.
P. ex., no começo ele fazia um esforço danado para falar corretamente: "A gente vamos... quer dizer, nós vamos". Queria ser aceito pela elite branca. E eu, claro, gosto mesmo é da autenticidade de um Garrincha, que não estava nem aí pra essas frescuras.
Chocou-me mesmo vê-lo quebrar a perna do alemão. Não o supunha capaz de uma maldade dessas. Sempre vi o esporte como esporte, não como guerra.
Quanto ao outro episódio, o que me incomodou, evidentemente, não foi ele ter-se recusado a defender a Seleção Brasileira, mas o fato de vir utilizar o repúdio à ditadura como desculpa. Todos estamos carecas de saber que essas coisas nunca o incomodaram.
Abs.
Postar um comentário