Infelizmente, o belíssimo tema composto por Milton Nascimento e Fernando Brant para o filme Tostão - a fera de ouro caducou. Está com o prazo de validade vencido. Perdeu a razão de ser.
Aqui não é mais o país do futebol. É o país do tapetão. É o país da podridão.
Aqui não é mais o país do futebol. É o país do tapetão. É o país da podridão.
Marin e Maluf durante a ditadura: feitos um para o outro |
Além da vida, do dinheiro, da cama e da família, agora ficam lá fora também a ética, a honradez, a dignidade e a vergonha na cara.
Bons tempos em que as partidas e os campeonatos eram decididos "nesses noventa minutos/ de emoção e alegria". Agora, as proezas das chuteiras imortais podem ser depois anuladas pelos imundos cartolas e seus repulsivos títeres.
Tudo isto com a condescendência de um ministro do Esporte que já foi revolucionário e hoje não sei mais o que é, pois calado consente com as piores infâmias.
Só sei que, se o dirigente máximo do futebol brasileiro, durante a competição máxima do futebol mundial, for o notório filhote da ditadura -responsável último por todos os retrocessos recentes, culminando com a volta do famigerado tapetão-, eu não conseguirei torcer pela Seleção Brasileira.
Ficaria o tempo todo me lembrando do Herzog sendo torturado até a morte no DOI-Codi e do Marighella sendo alvejado pelos tocaieiros do delegado Sérgio Fleury (*).
Mais forte que meu fascínio pelo escrete brasileiro, que vem desde as jornadas inesquecíveis da seleção canarinho nos gramados da Suécia, é o respeito que tenho pelo meu passado e pela memória dos estimados companheiros que não estão mais conosco.
Mas que, se tivessem sobrevivido à sanha assassina dos ídolos do José Maria Marin, certamente estariam tão indignados e enojados como eu estou.
* clique aqui para ouvir os discursos proferidos por José Maria Marin: 1) queixando-se da 'comunização' da TV Cultura (pouco antes da prisão e assassinato do Vlado); e 2) louvando a atuação do carrasco Fleury.
Mas que, se tivessem sobrevivido à sanha assassina dos ídolos do José Maria Marin, certamente estariam tão indignados e enojados como eu estou.
* clique aqui para ouvir os discursos proferidos por José Maria Marin: 1) queixando-se da 'comunização' da TV Cultura (pouco antes da prisão e assassinato do Vlado); e 2) louvando a atuação do carrasco Fleury.
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