Na partida decisiva das oitavas-de-final da Copa do Mundo de 1962, o Brasil voltaria para casa se fosse derrotado pela Espanha. Mas começou perdendo: 0x1.
E a desvantagem poderia ter sido maior. Em dado momento, bola levantada na área brasileira, o goleiraço Gilmar saiu para esmurrá-la na marca do pênalti, evitando a cabeçada de um atacante adversário. Só que, com ele trombando, foi para o solo e parecia fora de ação.
O talentoso ponta-esquerda Gento apanhou o rebote na meia-lua, deu um chute certeiro por cobertura e se preparava para comemorar o gol quando Gilmar, tomando impulso com a mão e o pé esquerdos, conseguiu alçar-se na perpendicular, saltando como um golfinho, para espalmar a bola com a mão direita.
Assisti ao teipe no dia seguinte, pois ainda não havia transmissão direta pela TV. E foi a defesa mais incrível e inverossímil que vi na vida.
Valeu uma Copa do Mundo para o Brasil, pois, a partir de um 0x2, nossa Seleção não teria como virar o jogo e seguir adiante na competição.
Infelizmente, este lance magnífico não entrou no filme oficial da Copa.
Então, do grande atleta e grande homem que foi Gilmar dos Santos Neves, falecido neste domingo aos 83 anos de idade, a principal lembrança que ficará é a do garoto Pelé chorando no seu ombro, em 1958, daquela primeira vez em que os brasileiros pudemos, aliviados, orgulhosos, eufóricos, soltar o grito preso na garganta: A TAÇA DO MUNDO É NOSSA!!!
P.S.: demorou, mas acabei revendo a grande defesa do Gilmar. E constatei que não foi tudo isto, embora seu reflexo haja sido admirável e decisivo para a conquista brasileira. Vocês podem vê-la e ler mais sobre a minha saia justa aqui.
P.S.: demorou, mas acabei revendo a grande defesa do Gilmar. E constatei que não foi tudo isto, embora seu reflexo haja sido admirável e decisivo para a conquista brasileira. Vocês podem vê-la e ler mais sobre a minha saia justa aqui.
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