Depois do luto pelo patrão que morreu quando sua empresa começava a fazer água por todos os lados, a revista veja arrancou a máscara de dr. Jekyll temporário e reassumiu sua identidade permanente de mr. Hyde: a matéria de capa desta semana é simplesmente grotesca, um verdadeiro estupro das boas práticas jornalistas, começando pela utilização, como gancho, da biografia tendenciosa, insignificante e medíocre que um editor da própria revista escreveu sobre o Zé Dirceu.
Não sou defensor incondicional do Zé, muito pelo contrário. Jamais deixarei de encará-lo como o principal responsável pela domesticação do PT a partir de 2002, quando o partido abdicou definitivamente de quaisquer veleidades revolucionárias, aceitando perpetuar a política econômica do FHC como contrapartida para que a burguesia consentisse na chegada de Lula ao poder.
Foi o Zé que sentou-se à mesa com os grandes empresários e banqueiros para fechar o acordo que feriu de morte a esquerda brasileira. Um crime sem perdão!
Foi o Zé que sentou-se à mesa com os grandes empresários e banqueiros para fechar o acordo que feriu de morte a esquerda brasileira. Um crime sem perdão!
Mas, a sordidez da veja quase me fez vomitar. Quer porque quer colocar o Zé no pelourinho, na esperança de coagir os novos ministros do Supremo Tribunal Federal a não decidirem diferentemente dos seus antecessores no processo do mensalão.
E, faltando revelações realmente importantes para sustentar tal escolha manipulatória de capa, apela para besteirinhas como um longínquo adultério e os mais longínquos ainda maus tratos a que militantes estudantis teriam submetido um ferrabrás do Comando de Caça aos Comunistas.
Afora fiar-se na versão de um notório torturador, sem credibilidade nenhuma, a veja parece não perceber quão ridículo é estar superdimensionando um factóide de 45 anos atrás. Obviamente, não dispunha de munição melhor.
Parece também apostar em nossa falta de memória, como se ninguém lembrasse que o CCC foi uma horda de bestiais assassinos substitutos, consentidos e acobertados pela ditadura.
Afora fiar-se na versão de um notório torturador, sem credibilidade nenhuma, a veja parece não perceber quão ridículo é estar superdimensionando um factóide de 45 anos atrás. Obviamente, não dispunha de munição melhor.
Parece também apostar em nossa falta de memória, como se ninguém lembrasse que o CCC foi uma horda de bestiais assassinos substitutos, consentidos e acobertados pela ditadura.
No presente, a revista só tem a imputar ao Zé o corriqueiro lobbismo brasiliense, que nem de longe justifica tanto empenho na sua satanização.
Enquanto a veja não reaprender a apenas registrar e interpretar as notícias, ao invés de tentar fabricá-las, continuará fedendo mais do que a Marginal do Tietê -- que, neste caso, não é endereço, mas sim destino manifesto.
Torçamos para que a Vigilância Sanitária intervenha antes que sua putrefação coloque em risco a saúde pública...
Torçamos para que a Vigilância Sanitária intervenha antes que sua putrefação coloque em risco a saúde pública...
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