Face ao mal estar causado pela foto do estranho casal divulgada no último sábado (15), assessores de Dilma Rousseff estão alegando que não houve efusividade entre ela e José Maria Marin, mas sim uma esperteza do fotógrafo da CBF, que ficou de prontidão à espera de uma oportunidade para clicá-la sorridente. O sinal de positivo seria para alguém que não aparece na foto. OK, o registro está feito. No entanto:
- é meio pueril uma presidenta da República dividir camarote com um desafeto e permanecer emburrada, melhor seria não ter ido lá ou estar em companhia menos constrangedora;
- quando adolescentes admitem terem sido ingênuos, tudo bem, mas pessoas vividas têm mais é de nunca baixarem a guarda, até porque, conforme reza a sabedoria popular, quem com cães se deita, com pulgas se levanta.
Finalmente, permito-me considerar que não houve empenho real do governo federal em evitar a situação extremamente vexatória de que teremos na tribuna de honra de uma Copa do Mundo disputada no Brasil, como presidente da CBF, um antigo capacho da ditadura militar: o patético Zé das Medalhas.
Assim como nunca engolirei que, para a instituição da Comissão da Verdade ser aprovada pelo Congresso, o governo precisasse prostrar-se à chantagem imunda da bancada evangélica, que exigiu a não participação de resistentes que pegaram em armas, igualando-nos aos veteranos do arbítrio (que já estavam vetados). Foi uma capitulação infame, até por vir ao encontro de uma das teses favoritas das viúvas da ditadura, a de que os dois lados cometeram excessos.
Em ambos os casos havia como se chegar a solução melhor, desde que o governo se dispusesse a pagar o preço (pois lidava com indivíduos que colocam SEMPRE os interesses acima das convicções). Mas, preferiu preservar suas moedas de troca para outras barganhas, e um dos maus resultados aí está, com a rasteira que o Marin acaba de dar na Dilma.
Outros virão.
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