Ivo Herzog e Romário falem em nome da dignidade nacional, ao alertarem... |
Marin está certo ao dizer que a repressão ditatorial não precisava de tais estímulos para agir como agia.
É o que sempre afirmei: a operação contra os inofensivos e manjadíssimos esquerdistas da emissora estatal de São Paulo não passou de uma PROVOCAÇÃO.
É o que sempre afirmei: a operação contra os inofensivos e manjadíssimos esquerdistas da emissora estatal de São Paulo não passou de uma PROVOCAÇÃO.
Em
1975, quando a paz dos cemitérios já fora imposta ao País, o ditador
Geisel pretendia desativar o DOI-Codi que, além de haver-se tornado
desnecessário, era um dos responsáveis pela péssima imagem do Brasil no
exterior. Seus integrantes, no entanto, tudo faziam para não perderem as
benesses de que desfrutavam --principalmente a divisão entre si do que
apreendiam com os militantes e as gratificações recebidas de empresários
canalhas.
Então, prendendo Vladimir Herzog e outros jornalistas com os quais
até então não se haviam importado, os torturadores tencionavam produzir um
dramalhão mexicano sobre o imenso risco que os paulistas estariam correndo ao ficarem expostos às deletérias transmissões subversivas da TV Cultura e sua enorme audiência... de, em média, 1%!
De quebra, acreditavam que, sendo o Vlado muito querido na USP, o movimento estudantil sairia às ruas para protestar, dando-lhes um argumento a mais para alegarem que seu infame trabalho ainda era imprescindível para a ditadura.
Quando o tiro saiu pela culatra e a morte de Herzog (um óbvio acidente de trabalho: todos que éramos torturados com descargas elétricas estávamos sujeitos a enfartar, caso tivéssemos o menor problema cardíaco) provocou imensa indignação, um que apanhou as sobras foi o jornalista Cláudio Marques: no igualmente desimportante Diário Comércio & Indústria, ele fizera campanha contra "os comunistas" da TV Cultura. Execrado pelos colegas, desceu a ladeira tão rapidamente quanto subira.
O Cláudio Marques 2 é José Maria Marin, em função do aparte que deu em apoio à diátribe anticomunista de outro puxa-saco dos militares, o deputado Wadih Helu; e também por haver, em discurso próprio, rasgado seda para uma das figuras mais infames dos anos de chumbo, o delegado Sérgio Fleury, tocaieiro do Marighella.
Eu não considero Marques e Marin RESPONSÁVEIS FACTUAIS pelo assassinato do Vlado; mas, RESPONSÁVEIS MORAIS, INDISCUTIVELMENTE, AMBOS SÃO.
Seria
o mesmo que um jornalista e um parlamentar do III Reich virem a público
pedir medidas contra os judeus. O fato de que Hitler já estava
determinado a exterminá-los não eximiria tais personagens de terem se
portado da forma mais abjeta possível.
Marin argui a própria insignificância como atenuante: "É sabido por todos que atuavam naqueles tempos que os deputados não tinham o menor poder sobre os órgãos de Estado".
Então, se não tinha poder real nenhum, por que ele se empenhou tanto em ser visto... como um vil dedoduro?! Ao invés de uma defesa, esta é uma agravante. Diz muito sobre o caráter dos cúmplices menores da ditadura, aqueles que surfavam na onda do totalitarismo apenas para colherem benefícios pessoais, indiferentes aos horrores que coonestavam.
Está certíssimo o Ivo Herzog: alguém com tal pequenez moral não pode, jamais, representar-nos no evento máximo do futebol mundial.
Portanto, subscrevo o parágrafo final do seu artigo e assino embaixo:
...para o pesadelo de sermos representados no Mundial por um filhote da ditadura... |
De quebra, acreditavam que, sendo o Vlado muito querido na USP, o movimento estudantil sairia às ruas para protestar, dando-lhes um argumento a mais para alegarem que seu infame trabalho ainda era imprescindível para a ditadura.
Quando o tiro saiu pela culatra e a morte de Herzog (um óbvio acidente de trabalho: todos que éramos torturados com descargas elétricas estávamos sujeitos a enfartar, caso tivéssemos o menor problema cardíaco) provocou imensa indignação, um que apanhou as sobras foi o jornalista Cláudio Marques: no igualmente desimportante Diário Comércio & Indústria, ele fizera campanha contra "os comunistas" da TV Cultura. Execrado pelos colegas, desceu a ladeira tão rapidamente quanto subira.
O Cláudio Marques 2 é José Maria Marin, em função do aparte que deu em apoio à diátribe anticomunista de outro puxa-saco dos militares, o deputado Wadih Helu; e também por haver, em discurso próprio, rasgado seda para uma das figuras mais infames dos anos de chumbo, o delegado Sérgio Fleury, tocaieiro do Marighella.
Eu não considero Marques e Marin RESPONSÁVEIS FACTUAIS pelo assassinato do Vlado; mas, RESPONSÁVEIS MORAIS, INDISCUTIVELMENTE, AMBOS SÃO.
...que coonestava e aplaudia horrores como o assassinato de Marighella. |
Marin argui a própria insignificância como atenuante: "É sabido por todos que atuavam naqueles tempos que os deputados não tinham o menor poder sobre os órgãos de Estado".
Então, se não tinha poder real nenhum, por que ele se empenhou tanto em ser visto... como um vil dedoduro?! Ao invés de uma defesa, esta é uma agravante. Diz muito sobre o caráter dos cúmplices menores da ditadura, aqueles que surfavam na onda do totalitarismo apenas para colherem benefícios pessoais, indiferentes aos horrores que coonestavam.
Está certíssimo o Ivo Herzog: alguém com tal pequenez moral não pode, jamais, representar-nos no evento máximo do futebol mundial.
Portanto, subscrevo o parágrafo final do seu artigo e assino embaixo:
"Pensar em recompensar um desses personagens com a glória de ser o responsável por receber o mundo em nome do povo brasileiro na ocasião da Copa do Mundo é inaceitável. Intolerável. A Copa do Mundo é nossa. Não do Marin".
3 comentários:
Esqueceram do Sarney,presente em toda a fase "Ditatorial.
E o atual conselheiro presidencial para areá econômica Delfim Neto???
Também não me parece que o Marin, então político do segundo escalão, pudesse ter alguma influência sobre a chamada "tigrada" do Regime Militar. Mas, num país sério, ele estaria reduzido a sua real dimensão, de sub-Maluf.
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