Eliane Cantanhêde, colunista da Folha de S. Paulo,
há muito demonstra ter ótimas fontes fardadas. Concordando ou não com
as avaliações e opiniões, jamais deixo de ler seus textos para pinçar
informações.
É
importante sabermos o que rola nos bastidores da caserna; afinal,
trata-se de um foco habitual de golpes de estado. É lá que eles são
tramados e é de lá que eles começam a ser desfechados.
Nesta 6ª feira (7) em que se comemora exageradamente uma mera troca da guarda, a substituição da dependência política de Portugal pela dependência econômica da Inglaterra (coitado do Tiradentes, este sim queria independência de verdade!), o artigo é dos mais emblemáticos.
Refere-se a uma torturada pelos militares que depois descobriu virtudes insuspeitadas no inimigo de outrora. Antes tarde do que nunca...
Só não entendo por que, dando-se tão bem com eles, não lhes pede o pequeno favor de revelarem onde estão os restos mortais dos companheiros (também...) de outrora.
Nesta 6ª feira (7) em que se comemora exageradamente uma mera troca da guarda, a substituição da dependência política de Portugal pela dependência econômica da Inglaterra (coitado do Tiradentes, este sim queria independência de verdade!), o artigo é dos mais emblemáticos.
Refere-se a uma torturada pelos militares que depois descobriu virtudes insuspeitadas no inimigo de outrora. Antes tarde do que nunca...
Só não entendo por que, dando-se tão bem com eles, não lhes pede o pequeno favor de revelarem onde estão os restos mortais dos companheiros (também...) de outrora.
Como a Heleny Guariba (foto ao lado), nossa aliada no tempo em que ambos militávamos na VAR-Palmares. Ela foi vista pela Inês Etienne Romeu na Casa da Morte de Petrópolis e nunca mais foi vista por ninguém.
Não lhe deram sequer a chance de um dia reavaliar seus conceitos. Morreu acreditando estar sendo martirizada por ogros bestiais.
Aliás, eu tenho o mesmo defeito: não consegui até hoje esquecer que os militares me causaram uma lesão permanente e quase me mataram. Os caminhos estariam mais abertos para mim se eu tivesse uma conveniente amnésia.
Leiam com atenção, abaixo, a coluna da Cantanhêde. É muito instrutiva.
"Com a comandante em chefe cercada de fardas e quepes verdes, azuis e brancos, diante de acrobacias de caças da FAB, este Sete de Setembro é uma boa oportunidade para destacar o que poucos percebem: as relações entre a ex-torturada Dilma e as Forças Armadas vão muitíssimo bem, obrigada.
Conforme a repórter Natuza Nery e eu apuramos, as manifestações de apreço de Dilma pelas três Forças revelam-se subjetivamente, nas declarações em reuniões, e objetivamente, na aprovação de planos e programas.
Pode parecer estranho, mas Dilma tem pontos em comum com os militares: o nacionalismo e a disciplina. Militar não faz greve (como os policiais têm feito) e cumpre metas -de prazos e de preços. Coisas raras.
Dilma vive chorando as pitangas por causa da crise mundial, mas garantiu financiamentos do BNDES para a indústria bélica e recursos para projetos em andamento, como o de submarinos da Marinha, e novos, como o Proteger, do Exército, para a segurança de prédios estratégicos.
Na negociação de salários com o serviço público, em agosto, só duas categorias tiveram aumentos diferenciados: professores universitários e militares. Para uns, o anúncio foi com estardalhaço. Para outros (30% em três anos), quase escondido.
Motivo: o tratamento de Dilma aos militares causa ciúmes, especialmente na Polícia Federal, que disputa com o Exército a coordenação da segurança na Copa e na Olimpíada.
Em recente reunião com ministros civis, a presidente elogiou o Exército e chamou o general Enzo Peri ao Planalto para expor a operação militar que, segundo ele, impediu ao menos 40 ataques cibernéticos graves durante a Rio+20. Os presentes captaram o recado.
Hoje, Dilma fará um discurso ufanista que tanto agrada os militares. Mas o que eles mais gostaram foi do que ela disse na instalação da Comissão da Verdade: 'Não nos move o revanchismo'. Eles esperam que não."
Não lhe deram sequer a chance de um dia reavaliar seus conceitos. Morreu acreditando estar sendo martirizada por ogros bestiais.
Aliás, eu tenho o mesmo defeito: não consegui até hoje esquecer que os militares me causaram uma lesão permanente e quase me mataram. Os caminhos estariam mais abertos para mim se eu tivesse uma conveniente amnésia.
Leiam com atenção, abaixo, a coluna da Cantanhêde. É muito instrutiva.
A COMANDANTE EM CHEFE
"Com a comandante em chefe cercada de fardas e quepes verdes, azuis e brancos, diante de acrobacias de caças da FAB, este Sete de Setembro é uma boa oportunidade para destacar o que poucos percebem: as relações entre a ex-torturada Dilma e as Forças Armadas vão muitíssimo bem, obrigada.
Conforme a repórter Natuza Nery e eu apuramos, as manifestações de apreço de Dilma pelas três Forças revelam-se subjetivamente, nas declarações em reuniões, e objetivamente, na aprovação de planos e programas.
Pode parecer estranho, mas Dilma tem pontos em comum com os militares: o nacionalismo e a disciplina. Militar não faz greve (como os policiais têm feito) e cumpre metas -de prazos e de preços. Coisas raras.
Dilma vive chorando as pitangas por causa da crise mundial, mas garantiu financiamentos do BNDES para a indústria bélica e recursos para projetos em andamento, como o de submarinos da Marinha, e novos, como o Proteger, do Exército, para a segurança de prédios estratégicos.
Na negociação de salários com o serviço público, em agosto, só duas categorias tiveram aumentos diferenciados: professores universitários e militares. Para uns, o anúncio foi com estardalhaço. Para outros (30% em três anos), quase escondido.
Motivo: o tratamento de Dilma aos militares causa ciúmes, especialmente na Polícia Federal, que disputa com o Exército a coordenação da segurança na Copa e na Olimpíada.
Em recente reunião com ministros civis, a presidente elogiou o Exército e chamou o general Enzo Peri ao Planalto para expor a operação militar que, segundo ele, impediu ao menos 40 ataques cibernéticos graves durante a Rio+20. Os presentes captaram o recado.
Hoje, Dilma fará um discurso ufanista que tanto agrada os militares. Mas o que eles mais gostaram foi do que ela disse na instalação da Comissão da Verdade: 'Não nos move o revanchismo'. Eles esperam que não."
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