Já houve quem me mandasse comentários ranzinzas sobre meus posts futebolísticos, na linha de que eu estaria contribuindo para a alienação dos brasileiros ao escrever sobre o ópio do povo.
Refletindo da forma mais isenta possível, não consegui atinar com nenhum pecado capital no futebol. Sim, ele está bem desvirtuado sob o capitalismo... mas o que não está?
Livros, filmes, peças teatrais, música, até o sexo, tudo vira mercadoria numa sociedade em que a prioridade suprema é o lucro. Vamos prescindir da arte, do pensamento, do amor? Ou nos cabe despertarmos a humanidade do pesadelo capitalista, para que possam ser fruídos de maneira bem diferente?
O certo é que os esportes continuam nos proporcionando momentos de rara beleza, de extrema dramaticidade, como a noite de Cinderela de um jovem chamado Romarinho.
Tem 21 anos e veio do decadente Bragantino para o poderoso Corinthians, bem recomendado mas... quantas revelações interioranas não haviam fracassado antes na hora de atravessarem o Rubicão?!
Foi escalado no final de algumas partidas que o Timão disputou com os reservas, poupando os titulares para o objetivo máximo de vencer a Copa Libertadores da América. Não brilhou.
Domingo passado, contudo, começou jogando. Corinthians "B" contra Palmeiras "A" --parada indigesta. E, simplesmente, arrebentou, marcando os dois golaços que deram a vitória ao alvinegro e fizeram do alviverde motivo para as piores zombarias ("da próxima vez escalaremos os fraldinhas"...)!
Ainda assim, o cauteloso técnico Tite não fez dele titular na primeira partida da final da Libertadores, contra o Boca Juniors, no temido caldeirão de La Bombonera. Mas, pelo sim, pelo não, resolveu levá-lo para a Argentina, cortando da delegação um jogador bem mais experiente (Willian) para abrir-lhe uma vaga.
Quando o formiguinha Jorge Henrique se contundiu ainda no primeiro tempo, contudo, Tite não ousou colocar Romarinho em campo. Decerto temeu que, inexperiente e imaturo, ele tremesse em jogo de tamanha responsabilidade.
Preferiu o veterano Liedson, sem fôlego para cumprir adequadamente o duplo papel de atacar e ajudar na marcação; a equipe não só continuou sendo pouco contundente na frente, como se tornou bem mais vulnerável atrás. O gol adversário acabou saindo, depois de muita pressão.
Faltando dez míseros minutos, o técnico finalmente deu uma chance a Romarinho.
Na primeira bola que recebeu, o iluminado garantiu um empate providencial, quase milagroso (como disse o Juca Kfouri): com muita frieza, percebeu o goleiro argentino fechando o espaço por baixo e deu um leve toque por cima, salvando a pátria corinthiana.
Com inegável talento e muita estrela, virou o novo xodó da Fiel, ídolo instantâneo.
Refletindo da forma mais isenta possível, não consegui atinar com nenhum pecado capital no futebol. Sim, ele está bem desvirtuado sob o capitalismo... mas o que não está?
Livros, filmes, peças teatrais, música, até o sexo, tudo vira mercadoria numa sociedade em que a prioridade suprema é o lucro. Vamos prescindir da arte, do pensamento, do amor? Ou nos cabe despertarmos a humanidade do pesadelo capitalista, para que possam ser fruídos de maneira bem diferente?
O certo é que os esportes continuam nos proporcionando momentos de rara beleza, de extrema dramaticidade, como a noite de Cinderela de um jovem chamado Romarinho.
Tem 21 anos e veio do decadente Bragantino para o poderoso Corinthians, bem recomendado mas... quantas revelações interioranas não haviam fracassado antes na hora de atravessarem o Rubicão?!
Foi escalado no final de algumas partidas que o Timão disputou com os reservas, poupando os titulares para o objetivo máximo de vencer a Copa Libertadores da América. Não brilhou.
Domingo passado, contudo, começou jogando. Corinthians "B" contra Palmeiras "A" --parada indigesta. E, simplesmente, arrebentou, marcando os dois golaços que deram a vitória ao alvinegro e fizeram do alviverde motivo para as piores zombarias ("da próxima vez escalaremos os fraldinhas"...)!
Ainda assim, o cauteloso técnico Tite não fez dele titular na primeira partida da final da Libertadores, contra o Boca Juniors, no temido caldeirão de La Bombonera. Mas, pelo sim, pelo não, resolveu levá-lo para a Argentina, cortando da delegação um jogador bem mais experiente (Willian) para abrir-lhe uma vaga.
Quando o formiguinha Jorge Henrique se contundiu ainda no primeiro tempo, contudo, Tite não ousou colocar Romarinho em campo. Decerto temeu que, inexperiente e imaturo, ele tremesse em jogo de tamanha responsabilidade.
Preferiu o veterano Liedson, sem fôlego para cumprir adequadamente o duplo papel de atacar e ajudar na marcação; a equipe não só continuou sendo pouco contundente na frente, como se tornou bem mais vulnerável atrás. O gol adversário acabou saindo, depois de muita pressão.
Faltando dez míseros minutos, o técnico finalmente deu uma chance a Romarinho.
Na primeira bola que recebeu, o iluminado garantiu um empate providencial, quase milagroso (como disse o Juca Kfouri): com muita frieza, percebeu o goleiro argentino fechando o espaço por baixo e deu um leve toque por cima, salvando a pátria corinthiana.
Com inegável talento e muita estrela, virou o novo xodó da Fiel, ídolo instantâneo.
Como reagirá ao estrelato? Terá um convívio com a fama tão complicado como o de Neymar, cuja excelência está sendo minada pela baladação? Ou vai ser humilde e decisivo como o Messi? Deu-se conta de que, depois de ontem, pode sonhar até mesmo com a camisa canarinho em 2014?
O futebol é apaixonante.
O futebol é apaixonante.
3 comentários:
O futebol é apaixonante e por isso quando se escreve sobre ele com a paixão transbordando escreve-se besteiras. Quantas vezes voce foi ao treino do Santos pra ver o Neymar treinar?? Voce sai com ele nas noitadas?? De onde tirou isso???
Já escalou Romarinho pra Seleção???
Isso que é visão!!! Mãe Diná.
Tirei dos repórteres esportivos, claro. São profissionais e jamais inventariam algo assim, colocando os próprios empregos em risco.
E tirei minhas conclusões da vertiginosa queda de desempenho do Neymar, que parece uma caricatura de si mesmo depois daquele baile que o Santos levou do Barcelona.
Quanto ao Romarinho jogar na Seleção daqui a dois anos, por que não? É possível, sim.
E eu não disse que ele jogará, escrevi apenas que agora pode sonhar com isso. Antes do domingo passado, não podia. A situação mudou muito em poucos dias.
Estava pensando no impacto que tem sobre um jovem como ele uma mudança tão rápida nas perspectivas. Ou seja, indo muito além do tatibitati de torcedor...
Não se empolgue Celsão, que nós (CABJ) iremos ganhar a sétima copa aqui!!!!
Saludos xeneizes!!!
Postar um comentário