Objetivo era coagir presos políticos a virarem agentes infilitrados. Como alternativa, a morte. |
Segundo ele, a libertação de Inês Etienne Romeu, sobrevivente da Casa, teria sido um erro dos agentes: iludidos por ela, acreditaram que iria colaborar com a repressão.
Dentre os presos políticos que por lá passaram, Inês era tida como a única que saiu com vida, enquanto os mortos totalizariam 22. Malhães afirma, entretanto, que houve quem tenha se colocado a serviço das Forças Armadas, passando inclusive a receber ajuda financeira: "Na lista de desaparecidos tem RX [infiltrados]". Mas, não identificou nenhum nem apresentou provas.
Reticente quanto ao destino dos que, apesar das torturas, não aceitaram a proposta de "virar", ele acabou admitindo implicitamente que eram executados:
"Se ele deu depoimento, mas a estrutura [da organização guerrilheira] não caiu, ele pode ter sofrido as consequências".
Isto fica mais claro ainda em outro trecho, no qual, inclusive, ressalta que a execução era decidida por escalões superiores:
"Se era o fim da linha? Podia ser, mas não era ali que determinava".
Além dos estimados companheiros que eu sabia terem sido assassinados na Casa da Morte (José Raimundo da Costa e Heleny Guariba), a reportagem d'O Globo levanta a hipótese de que meu companheiro de militância desde o movimento secundarista, Gerson Theodoro de Oliveira, não haja morrido em tiroteio de rua (versão divulgada na época), mas sido lá abatido, pois "a certidão de óbito informa o endereço do DOI-Codi/RJ como local de sua morte".
Eis as cinco retrancas da reportagem (clique p/ abrir):
Torturador conta rotina da Casa da Morte em Petrópolis
Conheça as vítimas da Casa da Morte
Malhães se aliou ao PCdoB na Baixada
Única sobrevivente da Casa da Morte relata tortura, estupro e humilhação
Prisão clandestina pertencia a estrangeiro
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