quinta-feira, 12 de abril de 2012

BANCOS DEITAM E ROLAM: BRASIL É UMA MÃE PARA OS AGIOTAS

Deu na Folha.com que em 2011, pelo oitavo ano consecutivo, os bancos brasileiros foram mais rentáveis do que os estadunidenses (acesse íntegra aqui).

A constatação é da consultoria Economatica, cujo sócio-gerente Einar Rivero destacou que, no Brasil, "os juros altos trazem ganhos superiores aos das instituições norte-americanas".

Outro alto executivo, Miguel José Roberto (vice-presidente de uma entidade do mercado financeiro) lembrou as tarifas bancárias estratosféricas praticadas no Brasil. E comentou:
"Não é à toa que o governo está fazendo pressão para o spread [diferença entre o custo de captação de dinheiro para os bancos e quanto cobram na ponta para o consumidor] bancário cair. Nem é à toa que Banco do Brasil e Caixa anunciaram reduções fortes de suas taxas de juros".
Onde está escrito  spread, leia-se  ágio. É a tradução correta para o português.

Outro estudo divulgado pela Economatica mostra que o setor bancário foi o que teve maior lucro líquido em 2011, comparado às empresas de capital aberto de outros 22 setores.

Assim, os 25 bancos brasileiros de capital aberto acumularam lucro de R$ 49,4 bilhões (!), com um crescimento de 14,48% em relação a 2010 (!!). 

Trocando em miúdos, o Brasil é uma verdadeira mãe para os agiotas: aqui, os maiores ganhos são proporcionados exatamente pela atividade mais inútil e parasitária de todas.

"EXACERBAÇÃO EXTREMA DAS CONTRADIÇÕES"

A faina predatória dos bancos, piores do que praga de gafanhotos, tem muito a ver com o fato de estarmos disputando com o Reino Unido, cabeça a cabeça, a posição de sexta maior economia do planeta, mas ficarmos no 84º lugar em desenvolvimento humano (dentre 187 países avaliados) e em 97º lugar no ranking da desigualdade.

Tudo exatamente como Lênin já antevia em 1916, no clássico O imperialismo, etapa superior do capitalismo (acesse o livro aqui):
"O monopólio surgiu dos bancos, os quais, de modestas empresas intermediárias que eram antes, se transformaram em monopolistas do capital financeiro. Três ou cinco grandes bancos de cada uma das nações capitalistas mais avançadas realizaram a 'união pessoal' do capital industrial e bancário, e concentraram nas suas mãos somas de milhares e milhares de milhões, que constituem a maior parte dos capitais e dos rendimentos em dinheiro de todo o país.
A oligarquia financeira, que tece uma densa rede de relações de dependência entre todas as instituições econômicas e políticas da sociedade burguesa contemporânea sem exceção: tal é a manifestação mais evidente deste monopólio.

"O imperialismo é a época do capital financeiro e dos monopólios, que trazem consigo, em toda a parte, a tendência para a dominação, e não para a liberdade. A reação em toda a linha, seja qual for o regime político, é a exacerbação extrema das contradições".

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