sábado, 3 de março de 2012

TENTAM GANHAR DO GOVERNO NO GRITO; O GOVERNO DEVE GRITAR MAIS ALTO

Assim é bem melhor...
O colunista Hélio Schwartsman, na Folha de S. Paulo deste sábado, 3 (veja aqui), após fazer uma profissão-de-fé antiditatorial como preâmbulo, sustenta ser um "exagero, porém, que as leis e regulamentos castrenses permitam enquadrar e punir por desrespeito à hierarquia os oficiais reformados, que são, para todos os efeitos, cidadãos aposentados".

Segundo Schwartsman, ainda é pouco o que lhes concedeu uma lei aprovada no catastrófico Governo Sarney, dando aos militares o direito de "opinar livremente sobre assunto político, e externar pensamento e conceito ideológico, filosófico ou relativo à matéria pertinente ao interesse público". Exatamente o que eles haviam negado à totalidade do povo brasileiro durante os 21 anos anteriores.

No entanto, a politização e a partidarização das Forças Armadas --às quais se acabará chegando se for flexibilizado demais o regulamento disciplinar dos fardados e  pijamados-- são potencialmente muito arriscadas num país que passou por constantes turbulências de origem ou com envolvimento militar no início do século passado, sucumbindo em seguida a duas ditaduras dificílimas de remover.

...do que assim.
Vejam o caso presente. Os seguidores do torturador Brilhante Ustra (*) não estão discutindo a Comissão da Verdade em tese, mesmo porque já é lei contra cuja aprovação nada mais podem fazer, mas sim visando atingir objetivos eminentemente práticos: tentam intimidá-la, antes mesmo de empossada; e intimidar os ministros Celso Amorim, Eleonora Menicucci e Maria do Rosário; e intimidar a própria presidente Dilma Rousseff.

Externando sem papas na língua seu extremo desprezo pelo Legislativo e pelo Executivo,  sonham mesmo é com uma volta ao escabroso período da tutela castrense sobre a Nação.

Então, enquanto subsistir tal viés totalitário e os militares da reserva insistirem em conturbar a política brasileira com ostensivas provocações, turvando a água para os pescadores da ativa eventualmente entrarem em cena, seria suicida uma postura complacente por parte do Governo Federal.

Não é hora de abrir mão de dispositivos aplicáveis dos regulamentos disciplinares dos fardados, mas, pelo contrário, deve utilizá-los na medida necessária para esmagar os ovos de serpente antes que eclodam.

Quando alguém tenta ganhar de um governo no grito, a sabedoria política e até o comezinho bom senso mandam que o governo grite mais alto.

* E não só dele: o presidente do Ternuma, general Valmir Fonseca Azevedo Pereira, reclamou num site da extrema-direita que, embora tenha assinado o segundo manifesto, sua adesão não estava sendo divulgada. Ora, está aí uma informação muito esclarecedora. Eu divulgo, general. Não precisa nem agradecer.

3 comentários:

spin em rede disse...

Quer sir que os gorilas acharam uma lei que autoriza o golpe e a insuboordinação. Isso não existe, a lei desautoriza o desrepeito à legislação civil e atos que atentem contra o interesse publico. A direita é, antes de tudo, analfabeta ou tonta ou movida por má fé, sei lá.
Sobre o caso PHA, que tomou conta das redes sociais nos últimos dias:

Chamar PHA de racista é de uma injustiça sem tamanho. PHA sempre defendeu os direitos dos negros, dentre eles a cota racial, de forma que o movimento negro perde e muito ao fazer coro com a direita, esta sim, racista e que inclusive ingressou na Justiça, o DEM, contra a cota racial. O que há é uma estratégia da direita brasileira sufocar financeiramente PHA ao acionar o jornalista na Justiça por qualquer motivo que seja. Neste caso envolvendo Heraldo Pereira, o PHA não foi condenado por racismo, até mesmo porque houve um acordo e não uma condenação. O próprio termo do acordo é omisso quanto ao propalado "racismo" de PHA, pelo contrário, reconhece que PHA não praticou racismo no caso, reconhecendo-se tão somente a prática da ofensa. Tá aqui, "não quis ofender a moral do jornalista Heraldo Pereira ou atingir a conotação de 'racismo'"."

Por Eduardo Guimarães, reproduzido no Ação Popular.Net:

Paulo Henrique Amorim vai processar veículos por chamá-lo de racista



O jornalista Paulo Henrique Amorim, processado pelo jornalista Heraldo Pereira pelo crime de racismo, vai processar o jornal A Tarde e outros meios de comunicação que, segundo ele, teriam divulgado a informação do acordo celebrado por ele e Pereira de forma incorreta, classificando-o como racista. Em post publicado em seu blog, Paulo Henrique Amorim lista os veículos que serão processados: O Globo, O Globo online, G1, Folha, UOL, Estadão online, Band, Blog do Noblat, Jornal do Commercio de Recife, A Tarde, Reinaldo Azevedo, Brasil 247, Demétrio Magnoli e Conjur.

Fonte: Blog da Cidadania / Política Livre

http://www.acaopopular.net/mar20126.php

www.blogcidadania.com.br

Anônimo disse...

Parabéns, Celso! Baasta de milicos covardes e que recebem salários com nossos impostos!

ismar disse...

Esta situação já passou dos limites e nos mostra como nossos militgares ainda estão distante do verdaddeiro respeito à democracia que eles tanto afirmam possuir.

A Presidente dilma deve ser firme, não temer e enfrentar estes militares irresponsáveios que atacam ministros civis impunimente.

Vamos aguardar para ver se eles tem coragem de tentar um novo golpe militar aqui no Brasil.

Avente Presidente Dilma! O povo está vigilante e não aceitará um novo golpe militar num país tão importante e grande como o Brasil.

E se isso acontecer, vamos tomar como exemplo o povo árabe e levantar uma verdadeira PRIMAVERA SUL-AMERICANA para expulsar qualquer aventureiro golpista do poder.

Related Posts with Thumbnails