sábado, 26 de dezembro de 2009

O PIOR PAÍS DO MUNDO

A China é o pior país do mundo, com sua mistura de capitalismo selvagem e tirania atroz.

Empedernidamente stalinista, até a morte do déspota bigodudo só divergia da URSS quanto a interesses nacionais conflitantes.

Mas, adorava aquela deturpação troglodita do socialismo.

Quando Nikita Khruschev denunciou os crimes de Stalin, em 1956, Mao Tsé-Tung se manifestou de forma furibunda contra a liberalização do regime, por ele designada como "revisionismo".

E, com sua revolução cultural, tentaria na década seguinte resguardar a China de quaisquer contágios de idéias libertárias (por mais tímidas que fossem...). Queria manter o país fechado numa redoma, como um bunker de fanáticos.

O maoísmo não sobreviveu a seu criador, mas o que veio depois foi ainda pior: um amálgama com o capitalismo na economia e a manutenção da ditadura do partido único na política.

No processo produtivo, os chineses de hoje estão submetidos a rigores comparáveis aos que padeceram os primeiros proletários nas minas (aqueles abusos denunciados com tanta veemência por Marx!).

E o regime continua tão boçal e atrabiliário que acaba de condenar a 11 anos de prisão um professor de literatura tão somente por haver subscrito um manifesto pedindo reforma da Constituição, eleições livres, pluripartidarismo, liberdade de expressão e de culto.

Repito: reivindicar direitos que os civilizados conquistaram a partir da Grande Revolução Francesa custa 11 anos de prisão na China de hoje! Está dois séculos atrasada e tenta de todas as formas engessar a História.

Não conseguirá, claro.

Quanto à imprensa burguesa, é reveladora sua omissão ante tais descalabros. Parece não ligar muito para a liberdade, quando quem a espezinha é uma nação que mantém sólida parceria com o mundo capitalista...

7 comentários:

José Carlos Lima disse...

Fui a uma exposição fotográfica no RJ, não me recordo qual museu. Chamou-me a atenção a forma como os trabalhadores chineses são tratados: meras peças de uma engrenagem de produção, mutilações físicas, pessoas enfileiradas como se fossem joguetes, bonequinhos, tudo padronizado, uma racionalização extrema.

Marco Paulo M Lessa disse...

O que você denomina de "O Pior País do Mundo" é um país em que vivem, comem, dormem, amam, sonham, jogam futebol, soltam, pipas, se divertem 1,3 bilhão de pessoas - de gente. Perto de 22% da população mundial de 6 bilhões de almas, ou de corpos somente, como quiser.
Gente exatamente como nós, como você e eu. A diferença está na cara. A minha cara e a sua são completamente diferentes para mim e para você. As caras de dois chineses são exatamente iguais pra mim e para você, mas não para eles próprios...
Portanto, a aceitar seu ponto de vista,que respeito, quase um quarto da humanidade vive no 'pior país do mundo'...
Pobre humanidade!
Desses 1,3 bilhão, 350 milhões vivem nas cidades e tem um nível de renda igual ao do povo dos EUA, onde vivem quase exatamente 350 m de pessoas com a mesma renda dos chineses que vivem nas cidades.
Daí que cerca de 30% dos 'piores cidadãos do mundo' tem uma renda per capita igual a dos cidadãos mais adiantados cientificamente do mundo, mais bem alimentados, que possuem o maior PIB do planeta e que vivem na maior democracia do mundo - se desconsideramos as deposições dos presidentes à la americana, pelo assassinato político, o racismo, o expansionismo, a interfência nos assuntos internos de outros países do mumdo, a guerra sem quartel, que movem constantemente contra outros países do Globo na esperança de fazê-los engulir a democracia americana e encontrar petróleo, a pena de morte e a forma de governo que, para mim e tantos outros, não tem nada de democrática...
Os americanos do norte querem impor a forma de governo deles, de um jeito ou de outro - pela força, se necessário, como vemos e vimos - aos outros povos do mundo, com desprezo arrogante e impiedoso pelo desenvolvimento histórico próprio de cada povo, como se houvesse apenas a História Americana moderna.
É preciso respeitar o desenvolvimento histórico, social e econônomico da cada povo do mundo em particular.
Os egípcios exploravam o trabalho escravo para construir palácios para os mortos; os romanos faziam o mesmo para construir estradas pelas quais podiam deslocar mais depressa os exércitos para conseguir mais escravos; os maias extraíam o coração dos sacrificados aos deuses na certeza se que os sacrifícios eram necessários para assegurar a existência dos deuses, repondo o consumo periódico de energia da divindade. Os chineses inventarm a cerâmica, a fundição do ferro, o sistema decimal, o arado, a bússola, o carrinho de mão, a besta, o papel, o estribo, o sismômetro, a porcelana, a pólvora, o papel-moeda,a impressão, o ábaco, o navio de carga, cujo casco era segmentado, como o bambu, para evitar o alagamento de todo o casco.
Se a forma de governo imperante na China do século 21 tratasse os professores de literatura que querem eleições livres, pluripartidarismo, liberdade de expressão e de culto, ou seja, uma macaqueação de democracia ocidental, de maneira diversa da que faz e fez, ou fará, ainda restaria o pequeno problema de alimentar 1,3 bilhão de pessoas e levar um país recém saído da opressão capitalista para o futuro incerto.

Anônimo disse...

Ainda está por se provar se é possível em país tão vasto e diverso se ter o mesmo patamar de direitos e democracia que nos países ocidentais.
Hanna Arendt achava que não.
Os mecanismos internos de cada sociedade se desenvolvem por processo autônomo, são fruto de uma evolução própria e resulta de um consenso entre os indivíduos de que algum comportamento é útil e deve ser lei entre eles.
Portanto, se a Alemanha nazista queria ser nazista então ela foi nazista.
Se a China de Mao queria ser uma ditadura, isso é lá do foro íntimo daquele povo que julgou adequado ser assim naquele momento.
A China não tem tradição histórica de democracia para se referenciar, não tem tradição de dar ao seu povo uma vida fácil (e são tantos), e tem tradição de ser uma burocracia inflexível, autocentrada e fechada.
Isso tudo não a impediu de ser o centro do mundo há mil anos atrás e pode voltar a ser daqui a 50 anos.
É demasiadamente populosa, multicultural, multiracial, os EUA à incendiarem suas minorias e uma catástrofe ambiental à espreita que chega a espantar investidores.
Dá para atender divas "democráticas" e vontades frívolas se estão sentados em um barril de pólvora ?
Ou democracia começa pela sobrevivência da sociedade ?
É uma visão autoritária "branca-ocidental" achar que a história é uma linha única onde existem "atrasados" e "adiantados".
Só falta cobrar tolerância do mundo árabe, depois de 100 anos de intervenções, traições e vilanias ocidentais que colocaram o que tem de mais retrogrado no poder.
É um olhar condescendente, leviano e opresssor que diz: "Olha como tratam mal os gays e as mulheres no Afganistão". Muito gozado escutar isso dos gringos depois de passar 15 anos alimentando o Talibã para expulsar os russos.
Cada povo tem seu tempo.
Hoje botam o carinha na cadeia, gáudio para um intelectual, mas podem muito bem estar "cozinhando" uma versão chinesa do ideário humanista para ser adotada depois que o clima estiver equilibrado e os peixes voltarem ao Yang-Tsé.

Beto - J.H.V. disse...

A China é um caso complicado, pois é um país enorme com a maior população do mundo e diversas etnias. O país tem no seu histórico a luta pela união (forçada) dos povos da China. Mas com ctza, é um absurdo o q eles fazem por lá com os trabalhadores principalmente. Por isso q o Capital adora a China, pois lá não tem direitos,então eles podem explorar a vontade. Mas ainda acho q o pior país do mundo é a Coréia do Norte, q é uma verdadeira dinastia.

celsolungaretti disse...

Sou revolucionário formado na tradição marxista: desde os 16 anos acredito que nossa luta é para conduzirmos a humanidade a um estágio superior de civilização: o "reino da liberdade, para além da necessidade", a que se referiu Marx numa de suas mais belas frases.

Outra definição marxista que me acompanhou sempre, nessas quatro décadas e tanto de lutas: estamos aqui para tornar fazer com que os explorados se tornem os sujeitos da História, não para submetê-los eternamente a homens (ou camarilhas) providenciais que se propõem a dar-lhes "o que é melhor para eles".

Neste sentido, considero que esse híbrido de capitalismo selvagem (pois há uma mobilização avassaladora dos seres humanos para o trabalho) e ditadura de um partido único é, sim, a receita do pior dos mundos possíveis: em suma, uma nova forma de escravidão.

Os argumentos de quem defende o governo atual da China em função do desempenho econômico são os mesmíssimos dos que defendiam os governos de Médici e Pinochet -- aliás, os três têm mais pontos de semelhança do que de diferenciação.

País que sentencia professor a 11 anos de prisão por reivindicar liberdade é odioso, retrógrado e despótico, uma aberração que sobreviveu ao colapso das ditaduras no século passado.

Deve ser incansavelmente combatido pelos seres humanos dignos desse nome.

Ponto final.

Anônimo disse...

perfeito texto Celso.

leandro disse...

Vc esta enganado, os chineses nao inventaram nada.
Tudo foi os americanos veja so: o computador,celular,camera fotografica analogica e digital,tv em cores,notbook,tablet e smartphone,microondas,ar condicionado,ferro eletrico,maquina de lavar,video game etc...vc nao passa de mais um brasileiro desinformado e puxa saco de chineses .sou americanista entao somos inimigos

Related Posts with Thumbnails