Companheiros e amigos,agiu muito bem o Eduardo Guimarães ao convocar uma manifestação do seu Movimento dos Sem-Mídia para protestar neste sábado (5) contra o novo estupro cometido pela Folha de S. Paulo contra o jornalismo.
Estive lá e lembrei que a sucessão de descalabros atingiu intensidade máxima em 2009, com as malogradas tentativas de minimizar as atrocidades da ditadura militar qualificando-a como uma mera ditabranda, de envolver Dilma Rousseff com um obscuro plano de sequestro no tempo da luta armada (de quebra ilustrando a reportagem com uma ficha policial falsa, para denegrir a ministra), de forçar a condenação de Cesare Battisti no STF (publicando um repulsivo editorial lobbista no dia do julgamento) e de colocar no presidente Lula a pecha de estuprador.
Mas, não é só a Folha que vem estuprando o jornalismo nos últimos anos. E eu apelo a todos, no sentido de que destaquem também a inacreditável campanha movida pela CartaCapital contra o escritor Cesare Battisti, uma das mais encarniçadas perseguições que qualquer indivíduo sofreu por parte de um veículo da mídia brasileira em todos os tempos.
Nunca se viu um semanário destacar o mesmo assunto em tantas edições consecutivas como fez a CartaCapital no início de 2009, por meio ora de textos de Mino Carta, ora de Walter Maierovitch, ora de ambos. Sempre com o mesmo viés tendencioso/linchador e sempre recusando os pedidos de resposta e de espaço para apresentar o outro lado, que o bravo jornalista Rui Martins e eu cansamos de apresentar.
Agora que Mino Carta desceu ao ponto mais baixo de sua longa trajetória, tecendo os mais rasgados elogios a Gilmar Mendes apenas porque se trata de sua última esperança de ver extraditado Battisti, essa guinada oportunística deve e precisa ser conhecida pelo máximo de leitores e de internautas.
Chega de veículos que querem fabricar acontecimentos ao invés de os noticiar! Chega de senhores da mídia personalistas e atrabiliários como Otavinho Frias e Mino Carta! É hora de arrancarmos as mascaras de todos eles!
Conto com vocês.
CELSO LUNGARETTI
7 comentários:
Fiz o seguinte comentário no blog do Eduardo Guimarães, ao ver que pessoas o criticam por ter ido criticar em frente a Folha:
O que vale é a dialética, a movimentação, o debate, o que foi conseguido mediante a chamada para o protesto e o protesto em si. Será que mais de 600 comentários aqui não signfica nada? Muitos cancelaram suas assinaturas da Folha/UOL por causa desta movimentação toda. Já teria sido válido este ato público contra a Folha, seja com 2 ou 10 0u 30 ou 1000 ou 1 milhão de participantes. É claro que a Folha não fica rindo de ninguém que foi protestar contra o jornal, assim como o Folhão Lixão, não gosta também destas campanhas denunciando, pedindo cancelamento de assinaturas, enfim, diminuindo sua audiência. Ao invés de criticar, bom que da próxima vez façamos como o Celso Lungaretti que, apesar de não morrer de amores por Lula, levantou a bunda do sofá e foi lá, juntar-se às pessoas para protestar contra isso que nem se pode chamar de jornalismo. Que da próxima vez as pessoas, se juntem nestes protestos, até mesmo como forma de contatar o mundo real, sair do virtual. Bom criticar quem faz..
Mais um fruto desta movimentação toda foi este ótimo texto de Lungaretti, que foi à manifestação em frente a Folha. Este texto teria sido escrito sem esta movimentação provocado pelo Edu? Claro que não. Então é fácil ficar em casa coçando o saco e criticando quem está pondo o mundo prá funcionar. Este tipo de atitude me parece ser inveja, posso estar enganado, este mesmo mal que atacou o César Benjamim. O fato do blog dele ser UOL é o de menos, ele já explicou o motivo e que gostaria muito de cancelar, o que ainda não foi possível. Vamos dar importância ao que merece importância, leiam-no com atenção este texto do Lungaretti
Caro Lungaretti: Dê uma olhada no site da Carta Capital, no momento, 128 comentários sobre este trágico artigo da lavra de Mino Carta defendendo o Gilmar Mendes. Quase a maioria dos comentários detona, espinafra, coloca no devido lugar esta infâmia do veterano jornalista. Na boa Celso, até pela idade do Mino, mais de 70 anos, me deu até pena, pois, bota apanhar dos leitores da Carta Capital.
Zé Carlos,
muitas pessoas se tornaram demasiadamente céticas quanto ao alcance de suas ações.
É claro que, quando lutamos contra inimigos poderosos, não conseguimos infringir-lhes grandes danos de imediato.
Mas, pouco a pouco, perseverando, acabamos obtendo algum resultado.
Vide o caso Cesare Battisti: tínhamos contra nós a tendenciosidade do presidente do STF e do relator do processo, a lavagem cerebral da mídia e as pressões de um país do 1º mundo.
Apesar de tudo, conseguimos evitar o pior: as duas decisões do Supremo que nos foram desfavoráveis, perderam peso devido ao placar dividido (5x4); e a terceira evitou constrangimentos para o Lula, que agora pode decidir como sua consciência mandar.
Não posso revelar tudo que fizemos, nos bastidores, para conseguir evitar o pior. Mas, foi uma grandeza. E sempre usando só os meios limpos, as provas e os argumentos.
O indivíduo ainda pode fazer a diferença, sim. Como dizia o Vandré, "é só saber querer pra poder chegar".
Um forte abraço!
Companheiro das 15h27,
é, realmente, uma situação constrangedora.
Mas, não consigo ter pena do Mino. Fico me lembrando das queixas candentes do companheiro Rui Martins, que travou a batalha de opinião em defesa do Cesare praticamente sozinho, entre março/2007 e novembro/2008 (quando eu assumi a bandeira).
Num momento em que nossa argumentação era praticamente desconhecida, o Rui suava sangue para conseguir alguns espaços na web.
E o Mino atrapalhava horrores, pois muitos companheiros acreditavam na sua versão de que o Battisti seria criminoso comum.
Agora que com tanto sacrifício conseguimos restabelecer a verdade, não lamento que o Mino esteja colhendo o que plantou.
É difícil para mim aceitar que um ser humano possa ser tão rancoroso e vingativo como ele.
Eu trabalhei e me sacrifiquei muito em benefício da liberdade e da vida do Cesare. Nunca me esforçaria tanto para botar alguém na prisão -- nem mesmo o Brilhante Ustra.
Não tenho vingança no coração. Solidariedade, sim.
O Mino me parece ser exatamente o oposto.
Esta sua postagem está leve, bem simples,
Estou percebendo que os leitores de blogs leem com mais facilidade textos menos cerebrais, ou seja, que se aproximam de histórias em quadrinhos.
Vi isso após ler uns textos do blog do Antonio Mello.
Os escritores ainda não conquistaram a internet, talvez porque quem lê na web exija rapidez
Pena que ainda não haja pesquisa neste sentido.
Este comentário se refere a textos literários e não aos textos políticos.
http://blogdomello.blogspot.com/2009/12/otavinho-e-casa-de-madeira-uma-fabula.html
Eu tb não tenho pena do senhor e tampouco do Battisti.
Tenho pena das pessoas que estão morrendo(principalmente crianças)soterradas ,famílias desabrigadas ...
Por que o sr não luta pelos ideais dos brasileiros miseráveis?
Sou voluntária e precisamos de pessoas inteligentes como o senhor e Mino,apesar das falhas humanas que todos temos.
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